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BIBLIOTECAS

- Publicada em 07 de Janeiro de 2014 às 00:00

Inundação danifica acervo de biblioteca da Ufrgs


FOTOS PATRÍCIA COMUNELLO/ESPECIAL/JC
Jornal do Comércio
Uma inundação no fim de dezembro gerou um cenário caótico em uma das bibliotecas da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs) situadas no Campus do Vale. O rompimento de um cano no prédio onde fica a Biblioteca Setorial das Ciências Sociais e Humanidades (BSCSH) provocou o alagamento de parte do acervo de quase 200 mil volumes (180 mil somente de livros), atingindo a área restrita onde são guardadas obras raras, muitas de literatura gaúcha, coleção da Filosofia e títulos de pesquisa de pós-graduação. Além disso, o mobiliário existente na sala de estudos foi danificado e não poderá ser reutilizado, segundo a direção do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas (IFCH).
Uma inundação no fim de dezembro gerou um cenário caótico em uma das bibliotecas da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs) situadas no Campus do Vale. O rompimento de um cano no prédio onde fica a Biblioteca Setorial das Ciências Sociais e Humanidades (BSCSH) provocou o alagamento de parte do acervo de quase 200 mil volumes (180 mil somente de livros), atingindo a área restrita onde são guardadas obras raras, muitas de literatura gaúcha, coleção da Filosofia e títulos de pesquisa de pós-graduação. Além disso, o mobiliário existente na sala de estudos foi danificado e não poderá ser reutilizado, segundo a direção do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas (IFCH).
No local, que deve ficar fechado para retiradas até o fim de fevereiro, a ordem é reverter danos. A cena é inacreditável para quem estava acostumado a frequentar a unidade. Na véspera do Natal, no dia 24, no recesso das festas, acredita-se que ocorreu o incidente no encanamento gerando infiltração na área das vigas, sobre parte das estantes no piso térreo e sala de estudos. Na manhã do dia 26, funcionários voltaram ao trabalho e foram surpreendidos pelo estrago. Estima-se que 10% do acervo tenha sido atingido, mas não há dimensão ainda das perdas. Boa parte dos livros, aposta a direção do IFCH, poderá ser restaurada ou substituída (casos de títulos mais recentes).
Nestor Sanders manuseia livros cuidadosamente para não danificá-los
Apesar do ar condicionado do local, alguns livros apresentam mofo
Agora livros de todos os tamanhos e idades estão espalhados pelo chão, abertos para arejamento. Funcionários precisam virar páginas manualmente para facilitar a recuperação. O balcão de empréstimos foi tomado pelo acervo, despejado das estantes. Muitos ostentam mofo, mesmo que o equipamento de ar condicionado esteja sendo mantido funcionando 24 horas para vencer a umidade e manter a temperatura mais amena.
Nas estantes de metal, gotas de água ainda escapam sob os livros remanescentes. O bibliotecário Nestor Sanders evita manusear coleções que estão grudadas para impedir mais danos. Na sala de estudos, que abrigava mesas e cadeiras, um grande varal foi montado para pendurar centenas de livros e acelerar a retirada da umidade. “Virou a enfermaria”, descontraiu um dos funcionários, que se dedicam a recuperar e amenizar os danos da inundação.
Durante o dia, os técnicos não param, usam máscaras cirúrgicas, luvas e carregam os volumes de um lado para outro, tentando organizar o caos, identificar os “pacientes” por nível de gravidade. A enfermaria está superlotada. “Mesmo os que se recuperarem ficarão com cicatrizes”, ilustra o bibliotecário Nestor Sanders, que localiza em meio aos “feridos” edições de um dicionário francês do século 18. Muitos colegas de Sanders foram convocados das férias para o mutirão. Equipes de outras bibliotecas estão auxiliando e orientando no socorro mais adequado “às vítimas” da inundação.
Na história da biblioteca, é o segundo episódio que gerou sérios danos ao acervo. Em 1993, um incêndio, até hoje não esclarecido, atingiu uma das áreas da unidade. A bibliotecária aposentada Maria de Lourdes Mendonça chegou de surpresa ontem ao prédio e não acreditou ao se deparar com a cena. “Estou impactada só de olhar e recordar o incêndio de 1993, que não sei se foi pior, pois tinha fogo e água”, confrontou Maria de Lourdes. Enquanto perambulava em meio aos livros, a aposentada lamentava que a coleção especial havia sido atingida, mas não esmoreceu. “O sentimento é pela perda cultural, de trabalho e organização, isso não têm preço. Mas dá para recuperar tudo”, incentivou a veterana. 

A BSCSH é a unidade mais movimentada entre as 29 bibliotecas setoriais da Ufrgs, que somam 710 mil livros. O motivo é óbvio: ensino e pesquisa de Ciências Humanas demandam muita leitura, lembrou a diretora do IFCH, Soraya Côrtes. “Estamos buscando solução para garantir que o acervo, de grande valor para a formação das áreas, tenha melhor instalação”, adiantou Soraya, que pediu à área de manutenção da universidade para retirar o encanamento do nível superior como prevenção. Além disso, o IFCH buscou assessoria da Faculdade de Arquitetura para definir um projeto prevendo estrutura mais adequada e confortável aos usuários. Foi aprovado projeto de construir uma biblioteca reunindo as unidades setoriais do Campus do Vale, mas não há data de execução, pois o empreendimento depende de licenças.

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