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HISTÓRIAS DO COMÉRCIO E DOS SERVIÇOS

- Publicada em 06 de Janeiro de 2014 às 00:00

Restaurante Augusto muito além de Santa Maria


RESTAURANTE AUGUSTO/DIVULGAÇÃO/JC
Jornal do Comércio
Ir a Santa Maria “da Boca do Monte”, como a cidade localizada no ponto mais central do Estado é afetuosamente pronunciada por moradores e ex-residentes, sem dar uma passadinha no Restaurante Augusto é como não ter pisado lá. Exagero? Sim, mas pode valer a pena tirar a prova. A casa, que completou 45 anos em 2013, foi aberta pelo ex-agricultor português Augusto Martins no mesmo endereço que opera até hoje (rua Floriano Peixoto, 1354), tempera a tradição do galeto ao primo canto com o carisma de gerações de frequentadores. Para garantir vida longa à casa, os donos prometem novidades para combinar cardápio mais popular com alta gastronomia.
Ir a Santa Maria “da Boca do Monte”, como a cidade localizada no ponto mais central do Estado é afetuosamente pronunciada por moradores e ex-residentes, sem dar uma passadinha no Restaurante Augusto é como não ter pisado lá. Exagero? Sim, mas pode valer a pena tirar a prova. A casa, que completou 45 anos em 2013, foi aberta pelo ex-agricultor português Augusto Martins no mesmo endereço que opera até hoje (rua Floriano Peixoto, 1354), tempera a tradição do galeto ao primo canto com o carisma de gerações de frequentadores. Para garantir vida longa à casa, os donos prometem novidades para combinar cardápio mais popular com alta gastronomia.
O estabelecimento alimenta ainda a marca de polo universitário e formação de lideranças políticas da cidade. Neste último caso, boa parte delas sentou ou continua a sentar à mesa do Augusto para travar conversas reservadas, articulações ou simplesmente conferir a fama do lugar. “Por aqui, passaram e passam todas as tendências, esquerda, direita, centro”, valoriza o administrador e um dos atuais proprietários, Marco Antonio Fank, genro de seu Augusto. Em alguns momentos, Fank conta, entre risos, que é apresentado a clientes como se fosse a própria celebridade.
O administrador lembra que o governador Tarso Genro (PT), que deu início à carreira política em Santa Maria, costuma aparecer fora das agendas oficiais. “Fica mais à vontade”, justifica Fank. Nas últimas décadas, a galeria de personalidades registra presidentes da República, como Luiz Inácio Lula da Silva (antes mesmo de ser eleito), o líder pedetista, Leonel Brizola, ministros e ex-ministros, além de músicos, atores e doutores.
Seu Augusto, hoje aos 85 anos, mantém-se próximo, mas como cliente. Em 1998, Fank largou a carreira de engenheiro mecânico para lidar com as engrenagens da cozinha. Foi num momento em que o estabelecimento fechava ou entrava em nova fase, recorda. “Hoje aplico o conhecimento de engenheiro na manutenção do restaurante”, brinca o genro do fundador. O popular galeto ao primo canto, formato introduzido pelos imigrantes italianos, é o ícone do restaurante. No almoço de domingo, são servidas 300 porções, acompanhadas de polenta e salada.
A elaboração tem molho especial, cujo aroma e paladar são copiados por outras churrascarias. E o detalhe é o tamanho do insumo principal: franguinhos que chegam à cozinha pesando 550 a 650 gramas, fornecidos por criadores da região.
Outro selo da casa é o time de garçons, com seus clientes cativos. “Muitos esperam até liberar a mesa e ser atendido pelo seu preferido. Eles criam vínculo, que gera uma cumplicidade”, atribui Fank. Sob nova direção, o restaurante diversificou o cardápio, com mais peixes, que atendem à busca de opções mais leves, e massas. O restaurante funciona de segunda-feira a domingo, no almoço e no jantar. O intervalo serve para dar uma respirada. Só fecha nos feriados de Natal e Ano-Novo, porque nem a clientela aparece. Quer dizer, alguns até gostariam.
Uma das marcas do Augusto é a grande família de clientes que não consegue ficar sem o galeto, os peixes (que ganham cada vez mais espaço no cardápio) e outros pratos mais elaborados. Para um dos donos Marco Antonio Fank, a reação e os comentários não surpreendem mais. O Augusto não viveria sem estes desgarrados. “É coisa incrível. As pessoas voltam 20 anos depois e fazem questão de vir aqui e de dizer: ‘fazia tempo que não aparecia’.”
Fank não sabe muito bem como surgiu esse costume da chegadinha no restaurante. “Isso se consagrou com o tempo. O Augusto, antes de virar nome de restaurante, trabalhava com o pai no Vera Cruz, onde surgiu o galeto. E foi assim: as gerações de famílias santa-marienses passam pelo Augusto”, especula um dos sócios-proprietários. “Criou-se uma história: as pessoas aparecem e dizem que vinham com o pai aqui.”
No site da casa, é possível acessar as declarações, cada uma com um apego. Alguns mais exagerados, mas que são sempre bem-vindos, avisa Frank. José Waldemar Genro, que não teria nenhum parentesco com o governador Tarso Genro, reside em Diamantino (Mato Grosso) e é um assíduo frequentador do quadro Livro de visitas. José Waldemar antecipou sua chegada dessa forma: “Está próximo o dia de estar na terrinha da Nossa Senhora Medianeira (padroeira local) e desfrutar do convívio do pessoal do Augusto, faz três anos que vou, logo logo estarei aí com minha família”. E depois da estadia, o saudoso cliente não economiza: “Grande abraço à direção e aos funcionários desta maravilhosa casa. Vocês marcaram para sempre minha vida. Em janeiro, estarei aí para me deliciar com o mundialmente famoso galeto do Augusto. Que saudade”.
Os depoimentos exaltam não só o mini frango. Bruno Lopes e Marcela Marquezan declaram: “Somos admiradores e antigos clientes do Augusto. Indicamos o galeto e o filé escondido (com rúcula e funghi), nota 10! Grande ano para todos e cuidem bem dos seus dentes para poder saborear estas maravilhas!!” Em 2010, Joanes Machado da Rosa não resiste e avisa: “Embora seja um já surrado jargão, sempre vale a pena repetir: ir a Santa Maria e não ir ao Augusto, é o mesmo que ir a Roma e não ver o Papa”.
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