Prefeitura vai conferir alterações em imóveis no IAPI

Segundo o vice-prefeito de Porto Alegre, Sebastião Melo, o IAPI é considerado uma área de ambiência cultural, o que significa que não é permitido fazer diversas mudanças no bairro. “As solicitações dos moradores são antigas. O que acontece é que a prefeitura não tem perna para fiscalizar, e as pessoas começaram a fazer alterações. Porém, há um grupo que zela pela preservação. A caminhada servirá para que essas modificações sejam oficialmente confirmadas”, afirma. Entretanto, ele aponta que nada será resolvido com uma caminhada. “Depois dela, faremos um fórum de serviço sobre o assunto, para analisar o que deve ser feito”, destaca.

O presidente do movimento, Pedro Lemos, garante que a principal preocupação é manter as características do lugar, que comemora seis décadas neste ano. “Temos um caráter cultural muito forte. A Elis Regina morou aqui, somos o berço de bandas do rock gaúcho, como o Bixo da Seda e tantas outras. Precisamos batalhar para preservar as origens, deixar para os nossos filhos uma comunidade melhor e mais integrada, com dignidade”, exalta. Desde o início do ano, o Mobiliza IAPI tem se reunido semanalmente, publicado um informativo gratuito e falado com autoridades a respeito das reivindicações, que também incluem o tombamento do conjunto habitacional, a retirada de pessoas em situação de rua que dormem no Viaduto Obirici e a reativação de um prédio abandonado no entorno.

A Vila do IAPI foi inaugurada em 1953 pelo então presidente Getulio Vargas, tendo hoje 60 anos. A obra, projetada pelo engenheiro Edmundo Gardolinski, resultou em mais de 2,5 mil apartamentos, em uma concepção urbanística de cidade-jardim.