Corrigir texto

Se você encontrou algum erro nesta notícia, por favor preencha o formulário abaixo e clique em enviar. Este formulário destina-se somente à comunicação de erros.

ENERGIA

- Publicada em 23 de Outubro de 2013 às 00:00

Forte reajuste da CEEE surpreende analistas


Jornal do Comércio
O reajuste concedido pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) para a Companhia Estadual de Distribuição de Energia Elétrica (CEEE-D) espantou os especialistas do setor elétrico devido aos números elevados. A concessionária gaúcha aplicará, a partir desta sexta-feira, um aumento de 13,3% para a classe residencial, de 13,45% para a comercial (abaixo de 2,3 kV de tensão) e de 16,61% para a industrial (de 2,3 kV a 230 kV). O efeito médio para todos os consumidores da empresa foi de um incremento de 14,57%.
O reajuste concedido pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) para a Companhia Estadual de Distribuição de Energia Elétrica (CEEE-D) espantou os especialistas do setor elétrico devido aos números elevados. A concessionária gaúcha aplicará, a partir desta sexta-feira, um aumento de 13,3% para a classe residencial, de 13,45% para a comercial (abaixo de 2,3 kV de tensão) e de 16,61% para a industrial (de 2,3 kV a 230 kV). O efeito médio para todos os consumidores da empresa foi de um incremento de 14,57%.
“Não há explicação, a CEEE-D deu um pulo”, afirma o diretor da Siclo Consultoria em Energia Paulo Milano. O consultor diz que a expectativa era de um aumento de 6% a, no máximo, 8%. O dirigente frisa que os índices são mais do que o dobro da inflação.
No ano passado, a CEEE-D submeteu-se ao processo de revisão tarifária e não de reajuste. A revisão tem como principal objetivo analisar, após um período previamente definido no contrato (geralmente de quatro anos), o equilíbrio econômico-financeiro da concessão. No último reajuste da CEEE-D, aprovado em 2011, a classe residencial teve um aumento de 7,6% e a industrial de 8,23%.
Em relação às outras grandes distribuidoras gaúchas de energia, em 2012, para a RGE o reajuste residencial foi de 3,52% e o industrial de 3,22%. Já para a AES Sul foi de, respectivamente, 5,31% e 5,98%. Como comparação mais atual, para a companhia paulista Bandeirante Energia, que atende a um número de consumidores semelhantes ao da CEEE-D, a Aneel permitiu, ontem, um reajuste de 6,72% para o cliente residencial e de 4,5% para o industrial. A CEEE-D atende a cerca de 1,5 milhão de unidades consumidoras localizadas em 72 municípios do Rio Grande do Sul.
Milano lembra que a RGE sempre registrou tarifas superiores; no entanto, as da AES Sul sempre foram muito parecidas com as da CEEE-D, que verificava valores que poderiam ser considerados “baratos”. “Mas, não justifica (a intensidade do aumento), para o cliente interessa quanto ele pagava e quanto terá que pagar”, aponta o diretor da Siclo.
De acordo com Milano, o reajuste onerará demais as empresas que compram energia da
CEEE-D. A energia para a indústria de transformação do plástico, por exemplo, representa cerca de 20% do custo de produção.

Aumento reduz reflexo do desconto dado pelo governo

“O reajuste da CEEE-D praticamente elimina aquele desconto que a presidente Dilma Rousseff concedeu no começo do ano”, lamenta o diretor da Siclo Consultoria em Energia, Paulo Milano. Na visão mais otimista, a medida do governo federal de reduzir os valores da energia no País (na média de 20% entre residenciais e setor produtivo) apenas impediu um aumento ainda maior para o consumidor final da concessionária gaúcha.
O consultor não recorda de índices tão elevados para a CEEE-D, desde o tempo da “inflação galopante”. Milano pondera que o fato da CEEE-D enfrentar problemas econômicos nos últimos anos, teoricamente, não afetaria a decisão da Aneel. O coordenador do grupo temático de energia da Fiergs, Carlos Faria, foi outro que se alarmou com o reajuste. “Isso assusta uma barbaridade”, admite o dirigente. O coordenador do grupo temático de energia da Fiergs também destaca que essa elevação impactará os custos do setor produtivo gaúcho. Faria argumenta que, apesar das tarifas da CEEE-D estarem defasadas em relação às das outras distribuidoras, os investimentos feitos pela estatal nos últimos anos foram baixos. E esse é um dos itens de remuneração avaliados no momento do reajuste.
Ao calcular os índices de reajuste, a Aneel considera a variação de custos que a empresa teve no decorrer do período de referência. A fórmula de cálculo inclui custos típicos da atividade de distribuição, sobre os quais incide o IGP-M o Fator X e outros gastos que não acompanham necessariamente o índice inflacionário, como energia comprada de geradoras, encargos de transmissão e setoriais.
O diretor de distribuição do Grupo CEEE, Guilherme Barbosa, salienta que 70% do índice de reajuste, deliberado pela Aneel e não pela distribuidora, deve-se a pontos da chamada parcela A (custos não gerenciáveis pela concessionária, como a compra de energia). A assessoria de imprensa da Aneel confirma que um dos principais custos pelos quais a distribuidora precisará ser remunerada é a aquisição de energia. Barbosa aceita o fato de que o consumidor prefira pagar uma tarifa mais barata, mas enfatiza que para ter qualidade no fornecimento é preciso investimento. Além disso, o dirigente aponta que, se analisado um período mais longo, como uns cinco anos, os reajustes da CEEE-D ficaram abaixo dos indicadores inflacionários. Barbosa acrescenta que parte do aumento das tarifas foi influenciada pelo intenso uso das termelétricas (geração mais cara do que a hídrica) neste ano.
Conteúdo Publicitário
Leia também
Comentários CORRIGIR TEXTO