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turismo

- Publicada em 07 de Outubro de 2013 às 00:00

Famílias aliam qualificação e diversão durante o intercâmbio


ARQUIVO PESSOAL/DIVULGAÇÃO/JC
Jornal do Comércio
A viagem em família não precisa ser um passeio apenas focado em conhecer os pontos turísticos seguindo um roteiro tradicional. Com as crianças podendo participar desde cedo de cursos para estrangeiros no exterior e adultos sempre em busca de realização pessoal e profissional, o mercado se adaptou e deu origem ao cada vez mais procurado intercâmbio em família.

A viagem em família não precisa ser um passeio apenas focado em conhecer os pontos turísticos seguindo um roteiro tradicional. Com as crianças podendo participar desde cedo de cursos para estrangeiros no exterior e adultos sempre em busca de realização pessoal e profissional, o mercado se adaptou e deu origem ao cada vez mais procurado intercâmbio em família.

No modelo, pais e filhos viajam juntos para estudar uma língua estrangeira ou qualificar-se de outra forma, além de, é claro, se divertir. Realizados durante um período mais curto do que o intercâmbio tradicional, os cursos do Family Program (em inglês, Programa Familiar) acontecem durante o período de férias e duram cerca de um mês. 

A família Tondo foi uma das que aproveitou as férias conjuntas do trabalho e da escola para estudar uma língua estrangeira. Se enquadrando no perfil médio de viajantes que buscam o serviço – de pais jovens (em torno dos 40 anos) com filhos entre 8 e 15 anos – os gaúchos decidiram investir em uma temporada de três semanas na escola de inglês Frances King, no Reino Unido.

Mesmo preocupados com a possibilidade do filho mais novo, Enzo, de 9 anos, não se adaptar, a jornalista Lisiane Tondo, seu esposo, o empresário Rogério Tondo, e o filho Luca, de 13 anos, encararam os desafios de ir para o exterior com duas crianças e estudar. Superadas as dificuldades, Lisiane afirma que os pequenos se adaptaram melhor do que o previsto e todos voltaram falando muito melhor o inglês. “Além disso, conseguimos passear e curtir bastante. Foram feitos passeios, visitas a museus, compras. Todos adoraram”, diz Lisiane.

Mais do que uma maneira de estimular desde a infância a valorização de diferentes culturas e preparar para quando chegar o momento de fazer um intercâmbio tradicional, esse modelo de viagem também serve para aproximar os membros da família. Por isso, mesmo sabendo que os filhos tinham idade suficiente para viver a experiência sozinhos, a professora universitária Gisela Maria e o consultor de gestão de serviços de saúde Luis César Souto de Moura convidaram Ricardo, de 20 anos, e Artur, de 17, para incrementar o inglês junto com eles na ELS Atlanta, em Atlanta, nos Estados Unidos.

A fim de levar uma vida semelhante à de um legítimo cidadão norte-americano, além de estudar, os Souto de Moura optaram por se hospedar em um flat, onde podiam ter total independência, alugar um carro e se relacionar o máximo possível com os colegas para não limitar o convívio aos quatro. Para Gisela, a experiência foi tão positiva que os jovens já querem repetir. “Já tínhamos viajado para outros lugares, mas essa vivência foi tão positiva que queremos fazer novamente, só não sabemos se iremos os quatro”, destaca a professora.

Os locais mais procurados pelos brasileiros são Londres, na Inglaterra, Flórida, nos Estados Unidos, Vancouver e Toronto, no Canadá, e Auckland, na Nova Zelândia. O gasto médio com curso, acomodação e refeições em quatro semanas fica em torno de US$ 10 mil por pessoa, variando de acordo com país escolhido, escola e tipo de moradia.

Agências projetam alta na procura pela modalidade de estudo

O mercado brasileiro de agências de viagens notou a demanda por esta modalidade de intercâmbio há aproximadamente uma década e desde então passou a estreitar os laços com escolas que oferecem o programa. Já consolidado no exterior há mais tempo, atraindo principalmente europeus e norte-americanos, o mercado no Brasil se fortaleceu nos últimos anos e é “o que mais está crescendo, pois, apesar de ainda ser pequeno, antes quase não existia”, explica o diretor da Student and Travel Bureau (STB) no Estado, Beto Conte. 

A diretora regional da agência World Study, Carla Mussoi, explica que a empresa trabalhava com pacotes do tipo apenas quando o cliente requisitava. Contudo, há três anos o interesse aumentou. “O mercado deu o sinal e nós imediatamente identificamos esta demanda acentuada e formatamos os programas em parceria com as escolas internacionais”, explica Carla. 

Para Conte, a consolidação dessa tendência se deve ao bom momento econômico do País, ao aumento da valorização da educação e da cultura e à maior expectativa e qualidade de vida da população. Segundo Conte, “hoje as pessoas se mantém no mercado por mais tempo e querem continuar se qualificando após ter filhos”. Graças a isso, mais pessoas de faixas etárias distintas das que costumavam estudar no exterior no passado - entre 16 e 25 anos - têm procurado o serviço.

A tendência é que o mercado se mantenha em expansão. Conforme a diretora regional, a competição no mercado fez com que as pessoas buscassem viver no exterior durante a formação profissional. “Agora essa geração está entrando no mercado e constituindo família e não deve abrir mão de continuar melhorando”, conclui Carla.

Cadastur tem 2,9 mil novas adesões

O Sistema de Cadastro de Pessoas Físicas e Jurídicas que atuam no setor do turismo, o Cadastur, registrou aumento de 2.955 cadastros entre os meses de agosto e setembro. O total de prestadores de serviços chegou a 45.500, de acordo com dados do Ministério do Turismo (MTur). O crescimento ocorreu após a publicação da Portaria nº 197, que tornou o Cadastur mais simples e inclusivo. 

 “A portaria torna o processo de inscrição menos burocrático”, afirma o coordenador-geral de Serviços Turísticos, Jair Galvão Neto. Com as novas regras, não é mais necessário apresentar alvará de funcionamento para obter o registro e passa a ser permitido cadastrar veículos prestadores de serviços de terceiros. Outra mudança foi o aumento do prazo de renovação de cadastro de guias, de dois para cada cinco anos. “O aumento de cadastros pode ser ainda maior nos próximos meses com a conclusão de um novo sistema, o Cadastur 3.0”, disse o coordenador. Segundo ele, a nova versão do Cadastur tornará o sistema ainda mais ágil, permitindo renovação automática do cadastro para a maioria dos prestadores e o envio de informações pelo sistema.

As novas regras permitem que os microempreendedores individuais façam parte do cadastro de prestadores de serviço do setor em qualquer atividade. Eles também passam a se beneficiar de diversas ferramentas oferecidas pelo governo federal para aumento da competitividade, como linhas de crédito em condições diferenciadas e programas de qualificação profissional. Além disso, os prestadores garantem a participação em ações promocionais do Ministério do Turismo.

O Cadastur também é uma garantia para o consumidor, já que funciona como um guia de consulta que permite identificar os prestadores formalizados no País. O secretário nacional de Políticas para o Turismo, Vinicius Lummertz, explica que as mudanças são uma forma de se adequar ao próprio mercado. “Há muitos microempreendedores que atuam no turismo e contribuem para movimentar a economia, temos de incluir e facilitar a regularização desses profissionais”, afirma.

Para algumas modalidades de serviço turístico, o registro é obrigatório (conforme a Lei Geral do Turismo nº 11771/2008), como meios de hospedagem, agências de turismo, transportadoras turísticas, organizadoras de eventos, parques temáticos, acampamentos turísticos e guias de turismo.

Nos últimos seis meses de 2013, mais de 1,3 mil agências de viagens entraram para o Sistema de Cadastro de Pessoas Físicas e Jurídicas que atuam no setor do turismo - Cadastur do Ministério do Turismo e quase 600 transportadoras turísticas.

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