Para ler o Ocidente - as origens de nossa cultura, do consagrado jornalista e escritor J.H. Dacanal é, antes de tudo, uma listagem e uma apresentação das obras-mestras do legado literário ocidental desde o período arcaico, com Homero, até autores da Roma antiga. Jornalista e professor desde 1965, J.H. Dacanal é formado em Letras Clássicas e Vernáculas e em Ciências Econômicas. Ao longo de quase meio século, produziu centenas de artigos e ensaios e publicou cerca de três dezenas de obras, entre as quais se destacam alguns títulos já clássicos, como O romance de 30; Linguagem, poder e ensino da língua; A nova classe no poder e Riobaldo e eu, sua tese de doutorado. Considerado um dos maiores intelectuais de sua geração, Dacanal, em Para ler o Ocidente, cumpre parcialmente a generosa promessa que sempre fez aos seus alunos de apresentar as obras essenciais da literatura ocidental. Em volume alentado de mais de 600 páginas, o professor, com tom didático e informativo, pretendendo oferecer um roteiro útil de leitura, inicia com a Hélade, período arcaico (800 a.C a 480 a.C), passa por Israel, e, depois, trata das obras gregas e romanas. Com estilo envolvente e jornalístico, o autor nos mostra toda a grande tradição do pensamento helênico, israelita e romano. Além de ser uma súmula, ou resumo, das visões de mundo que fundaram a cultura ocidental em suas origens e que ainda a sustentam, apesar dos abalos cataclísmicos dos últimos dois séculos, a obra é um diálogo do passado com o presente, tratando da Bíblia, de filosofia, teatro, literatura, mitos, poesia, romance, profetas, história e cultura religiosa, entre muitos outros tópicos essenciais. Nas páginas finais do volume, ele mostra as referências bibliográficas principais. Na apresentação o autor, com toda a franqueza e a honestidade que sempre o caracterizaram, afirma que a texto não é para especialistas e convida os leitores a lerem as obras citadas e beberem diretamente das fontes, para refletirem e formarem suas próprias convicções ou, até, para preencherem lacunas que uma obra que não se pretende exaustiva. Enfim, como se vê, é obra única e rara num momento de livros e informações tantas vezes superficiais e enganosos. No meio de tantas capelinhas que andam por aí, Dacanal apresenta sua catedral e ainda convida o leitor a auxiliar na construção, se for o caso. Edições BesouroBox Ltda, 608 páginas,
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