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O FUTURO DA TERRA

- Publicada em 22 de Agosto de 2013 às 00:00

Pesquisa fomenta diversificação produtiva na várzea


JONATHAN HECKLER/JC
Jornal do Comércio
Uma combinação aparentemente incomum até pouco tempo atrás agora torna o plantio nas áreas de várzea mais diversificado e rentável aos agricultores. O cultivo de arroz e soja no mesmo ambiente já é uma realidade no Rio Grande do Sul e se expande a cada safra. Isso se deve ao resultado de pesquisas que vêm sendo desenvolvidas nos últimos anos. E o Instituto Rio-grandense do Arroz (Irga) é um dos principais responsáveis por descobrir, adaptar e disseminar as práticas relativas ao assunto.
Uma combinação aparentemente incomum até pouco tempo atrás agora torna o plantio nas áreas de várzea mais diversificado e rentável aos agricultores. O cultivo de arroz e soja no mesmo ambiente já é uma realidade no Rio Grande do Sul e se expande a cada safra. Isso se deve ao resultado de pesquisas que vêm sendo desenvolvidas nos últimos anos. E o Instituto Rio-grandense do Arroz (Irga) é um dos principais responsáveis por descobrir, adaptar e disseminar as práticas relativas ao assunto.
“Começamos esse projeto da diversificação de arroz e soja em 2009. Isso está provocando uma grande mudança no sistema produtivo gaúcho. Já temos vários produtores da Metade Sul do Estado que estão conseguindo uma produtividade semelhante ou até maior que a obtida em solos do Planalto”, diz Anderson Vedelago, um dos pesquisadores do Irga envolvidos na iniciativa. Segundo o engenheiro-agrônomo, há perspectivas positivas em relação à rotação das culturas. Atualmente, o Rio Grande do Sul possui 3 milhões de hectares em áreas de várzea com irrigação e drenagem aptas para o cultivo de arroz, mas a área plantada chega a 1,1 milhão de hectares. De forma paralela, a plantação de soja nesses terrenos tem se expandido. De acordo com Vedelago, na safra 2011/2012, havia 66 mil hectares da oleaginosa na várzea. Esse cenário atingiu 300 mil hectares na safra 2012/2013.
No próximo ciclo, o Irga projeta 400 mil hectares do cereal. “O arroz continuará com a mesma área plantada, talvez tenha até aumento nas próximas safras. O que acontece é que a soja está ocupando as áreas de várzea que estavam em pousio ou eram destinadas à pecuária extensiva. Além disso, a produtividade do arroz pode crescer até 15% com essa rotação”, explica. Em um momento em que a soja se apresenta valorizada no mercado internacional, Vedelago enfatiza que a rotação traz incremento de renda ao agricultor. De quebra, quando bem manejada, a cultura ajuda a controlar as plantas daninhas e outras pragas na lavoura de arroz.
No entanto, o sucesso da combinação depende um trabalho complexo. Nesse sentido, a permissão para o uso de sementes transgênicas facilitou a assimilação da soja na várzea. “No Irga, estamos juntando as informações necessárias para o manejo da soja nesse solo e também fazendo melhoramentos genéticos para ver quais sementes se adaptam melhor”, menciona Vedelago. Até agora, o projeto coleciona resultados expressivos. Um deles foi possibilitar o uso da técnica de microcamaleões nos terrenos gaúchos, algo que já era realizado no exterior. Para fazer os microcamaleões na várzea, os pesquisadores do Irga acabaram criando uma máquina que possibilita a realização das elevações. “Adaptamos  uma máquina de semeadura, adicionando uma peça que não tinha”, diz.

Rotação de culturas traz incremento de renda

Com a valorização da soja no mercado internacional nos últimos anos, a cultura se tornou atrativa para quem está interessado em incrementar sua renda. A situação não é diferente entre os agricultores situados em áreas de várzea. Em Cachoeira do Sul, Vilnei Haetinger é um dos produtores que vêm se beneficiando do cenário através da diversificação de culturas. Proprietário da VH Alimentos, ele intercala arroz e soja na lavoura há quatro anos. E os resultados são cada vez mais expressivos. O faturamento da empresa, no período, aumentou 50%.
“Na próxima safra, a área plantada de soja vai ultrapassar a de arroz pela primeira vez”, diz Haetinger, projetando mais ganhos. Segundo ele, a intenção é cultivar 300 hectares de arroz, 416 de soja e destinar outros 50 para a pecuária. A mudança no perfil de atividade é expressiva. Para os primeiros experimentos com a oleaginosa em sua fazenda, eram destinados apenas 20 hectares. O agricultor lembra que, até conciliar as diferentes variedades, houve um cuidadoso trabalho de preparo do solo e testes com diferentes sementes. Para conseguir o desempenho ideal, o produtor contou com a ajuda dos pesquisadores do Irga. Atualmente, Haetinger consegue uma produtividade média de 40 sacas de soja por hectare. “Essa produtividade ainda é 30% menor comparada à da soja plantada nas coxilhas. Mas acredito que, em breve, será possível diminuir essa diferença”, aposta.
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