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O FUTURO DA TERRA

- Publicada em 19 de Agosto de 2013 às 00:00

José Antonio Peters, uma vida dedicada à biotecnologia vegetal


ARQUIVO PESSOAL /DIVULGAÇÃO/JC
Jornal do Comércio
O desafio de reduzir as perdas e aumentar a produtividade das lavouras passa pela introdução de novas tecnologias ao setor de agronegócios. É o caso da biotecnologia, tanto celular quanto molecular, que tem possibilitado o aumento de produtividade das culturas através da produção de plantas livres de doenças. Isso já acontece em produtos como morango e batata. O mesmo vale para a criação de plantas mais resistentes a vírus, fungos e bactérias, bem como aos estresses climáticos.
O desafio de reduzir as perdas e aumentar a produtividade das lavouras passa pela introdução de novas tecnologias ao setor de agronegócios. É o caso da biotecnologia, tanto celular quanto molecular, que tem possibilitado o aumento de produtividade das culturas através da produção de plantas livres de doenças. Isso já acontece em produtos como morango e batata. O mesmo vale para a criação de plantas mais resistentes a vírus, fungos e bactérias, bem como aos estresses climáticos.
Depois de um período de muita resistência à adoção da engenharia genética, o Brasil, enfim, começa a avançar nessa seara, com a liberação comercial nos últimos anos pela Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio) de produtos como algodão, milho e soja oriundos desta tecnologia. Com mais de 35 anos de dedicação às pesquisas relacionadas a esse tema, o pesquisador gaúcho José Antonio Peters comemora o momento - apesar de achar que o País já perdeu muito tempo. “Estamos atrasados, mas na medida em que ocorrerem novas liberações, vamos começar a recuperar terreno.”
O especialista cita o exemplo da Argentina onde, segundo ele, praticamente não existe uma lavoura de soja que não seja transgênica. “A produtividade é maior, o custo é menor e nada ainda foi provado sobre os efeitos maléficos dessa prática”, acrescenta. Formado em Engenharia Agrônomica pela Universidade Federal de Pelotas (UFPel), Peters tem mestrado e doutorado na USP em Fisiologia de Plantas e realizou um estágio no Centro Internacional de Agricultura Tropical em Cali, na Colômbia. Na Itália, fez pós-doutorado no Centro Internacional para Engenharia Genética e Biotecnologia.
Com toda essa trajetória, acredita que a biotecnologia tem mostrado o seu valor para o agronegócio, especialmente, no que diz respeito à melhoria de algumas características das plantas. É o caso do desenvolvimento de um tipo de arroz resistente a herbicidas, o que vai permitir que o produtor faça menos aplicações do produto por ciclo da lavoura. O meio ambiente também acaba beneficiado pela redução da poluição, bem como os consumidores, pois isso representará um menor nível de agrotóxicos nos alimentos.

Trajetória inclui universidade e iniciativa privada

José Antonio Peters construiu uma trajetória de destaque na iniciativa privada e em empresas estatais e instituições tradicionais brasileiras. Entre 1999 e 2001, ele atuou na Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira (Ceplac). Nessa época, o cacau praticamente desapareceu na Bahia em função da temível vassoura-de-bruxa. “Usamos a biotecnologia para introduzir um gene de resistência ao fungo causador da doença”, relembra.
Na área do melhoramento, o pesquisador desenvolveu um projeto de cultura de antera, através de convênio UFPel/Embrapa, que fez com que a cultura do arroz, que levava seis anos para ter novas cultivares, pudesse tê-las em dois anos. Peters também participou de projetos como a produção de plantas livres de doenças e vírus e com alto potencial genético. É o caso de maçã, morango, mirtilo, framboesa e amora. As mudas resultantes desse projeto foram vendidas no Rio Grande do Sul, Paraná, São Paulo, Santa Catarina e Distrito Federal. Este projeto foi realizado em Pelotas, através de duas empresas privadas, a Biotec Mudas e a Agrícola Theodósio. As plantas foram multiplicadas em laboratório. Dentro da UFPEL, ele orientou mais de 60 alunos de mestrado e doutorado nas áreas de biotecnologia e fisiologia de plantas. Um dos trabalhos mais recentes realizados pelo pesquisador, e que deve chegar ao mercado em breve, foi o desenvolvimento de técnicas para retardar o amadurecimento do melão gaúcho, através de uma parceria com o Departamento de Tecnologia de Alimentos da UFPel. “Temos sementes e experimentos mostrando a eficiência do processo que desenvolvemos, mas ainda estamos no aguardo das liberações”, comenta.
CADEIAS DE PRODUÇÃO AGRÍCOLA
Enio Marchesan (UFSM)
• Arione da Silva Pereira (Embrapa)
TECNOLOGIA RURAL
Ênio Giotto (UFSM)
• João Carlos Deschamps (Ufpel)
ALTERNATIVAS AGRÍCOLAS
• Leonardo José Gil Barcellos (UPF)
• Anderson Vedelago (Irga) e Vilnei Heatinger
• Fábio Esswein (Ecocitrus)
PRESERVAÇÃO AMBIENTAL
• Irajá Ferreira Antunes (Embrapa)
PRÊMIO ESPECIAL
José Antonio Peters (Ufpel)
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