Porto Alegre apresentou, entre 2010 e 2012, um crescimento médio anual de 83,6% no empreendedorismo individual. No acumulado de 2009 a 2013, ocupa a décima colocação entre as capitais brasileiras. Atualmente, existem 20.406 empreendedores individuais (49% mulheres) - há três anos eram 6.055. O fato é explicado pelas principais áreas de atividade: comércio de roupas, cabelereiros e outros negócios relacionados à beleza, quase sempre ligadas ao universo feminino.
Os dados estão presentes no estudo sobre micro e pequenas empresas e empreendedores individuais em Porto Alegre, apresentado nesta quinta-feira, na Capital. O trabalho foi desenvolvido pelo Observatório do Trabalho de Porto Alegre, uma parceria entre Secretaria Municipal do Trabalho e Emprego (SMTE), Dieese e Sebrae.
“É importante para podermos analisar a questão do emprego nessas empresas e, em especial, o papel do empreendedor individual”, comenta a técnica do Dieese e técnica responsável pelo Observatório, Anelise Manganelli. Segundo ela, a grande presença feminina no setor evidencia uma mudança de postura. “O empreendedorismo sempre foi uma atividade masculina”, lembra.
Para ser um empreendedor individual, é preciso obedecer a diversos critérios, entre os quais não receber mais de R$ 60 mil por ano e possuir apenas um profissional com carteira assinada que receba até um salário-mínimo por mês. O estudo adotou a classificação do Sebrae para considerar o porte das empresas.
Assim, para o setor de comércio e serviços, considerou como microempresa os estabelecimentos com até nove pessoas ocupadas e pequenas com entre 10 e 49 funcionários. Já na indústria, microempresas possuem até 19 ocupados e pequenas entre 20 e 99.
Em nível nacional, o Rio Grande do Sul ocupa, desde 2010, o quinto lugar no número de empreendedores individuais. Segundo o último levantamento do Dieese, são 152.152 e os dados mostram o fato de o segmento ainda apresentar um grande potencial de crescimento entre os gaúchos. O atual líder é São Paulo, com 647.064, seguido por Rio de Janeiro, com 327.206. A Capital abriga hoje 40 mil micro e pequenas empresas, representando 97,6% dos estabelecimentos empresariais.
O secretário municipal do Trabalho e Emprego, Pompeo de Mattos, explica que o estudo desenvolvido pelo Observatório servirá como base para a formulação de políticas públicas de trabalho, emprego e renda. “Além de qualificar os trabalhadores, é necessária a realização de ações para capacitar também os empreendedores”, afirma.