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Opinião

editorial

- Publicada em 26 de Abril de 2013 às 00:00

Um Mercosul velho e teimoso, segundo o Uruguai


Jornal do Comércio
Os anos passam e o Mercosul não consegue assinar acordos que livrem das amarras os seus países-membros. Pior do que isso, aos poucos, voltou o protecionismo do nosso maior parceiro comercial do bloco, a Argentina, e produtos brasileiros são proibidos de entrar no país vizinho. O presidente Jose Mujica criticou, grosseiramente, o Mercado Comum do Sul, que está moribundo e respira por aparelhos. Pior, chamou Cristina Kirchner de “velha teimosa, pior do que o Caolho” uma alusão ao falecido presidente Néstor Kirchner, marido de Cristina. Então, a “paciência estratégica” do Brasil acabou. Após 10 anos de superávit comercial com os “hermanos”, em 2013 temos déficit, até agora, de US$ 87 milhões. Por isso, na visita à Argentina, nesta quinta-feira, a presidente Dilma Rousseff tratou da situação atual do Mercosul com sua homóloga Cristina Kirchner.
Os anos passam e o Mercosul não consegue assinar acordos que livrem das amarras os seus países-membros. Pior do que isso, aos poucos, voltou o protecionismo do nosso maior parceiro comercial do bloco, a Argentina, e produtos brasileiros são proibidos de entrar no país vizinho. O presidente Jose Mujica criticou, grosseiramente, o Mercado Comum do Sul, que está moribundo e respira por aparelhos. Pior, chamou Cristina Kirchner de “velha teimosa, pior do que o Caolho” uma alusão ao falecido presidente Néstor Kirchner, marido de Cristina. Então, a “paciência estratégica” do Brasil acabou. Após 10 anos de superávit comercial com os “hermanos”, em 2013 temos déficit, até agora, de US$ 87 milhões. Por isso, na visita à Argentina, nesta quinta-feira, a presidente Dilma Rousseff tratou da situação atual do Mercosul com sua homóloga Cristina Kirchner.
A ideia é a de reforçar os laços bilaterais com a Argentina e avaliar a situação do Mercosul e da União de Nações Sul-Americanas (Unasul). No dia 21 de abril, o Paraguai elegeu Horacio Cartes como presidente, e o país poderá voltar ao bloco econômico – do qual está suspenso – em decisão a ser tomada em nível presidencial pelos demais membros. A agenda bilateral em Buenos Aires estava composta por projetos de cooperação em ciência, tecnologia, inovação e sustentabilidade. Ainda a ser confirmada, uma segunda sessão de encontros poderá ocorrer nesta sexta-feira. Apesar dos problemas, a Argentina é o terceiro maior parceiro comercial do Brasil e o principal destino das manufaturas brasileiras. De 2003 a 2012, o comércio bilateral passou de US$ 9,24 bilhões para US$ 34,4 bilhões. No entanto, empresários brasileiros reclamam das barreiras comerciais, do controle cambial e das constantes mudanças nas regras econômicas do vizinho. O caso mais notório de uma grande empresa brasileira desistindo de um negócio importante na Argentina foi o da Vale que, em março, suspendeu um investimento de US$ 5,9 bilhões, ou R$ 12 bilhões, para a exploração de potássio na província de Mendoza, após investir cerca de US$ 2 bilhões, aproximadamente R$ 4 bilhões, no projeto. A Vale disse que a decisão foi consequência da situação macroeconômica atual na Argentina.
O Brasil tem distribuído benesses financeiras em obras que vão de um porto em Cuba, à refinaria conjunta jamais paga pela Venezuela em Pernambuco e outras iniciativas à esquerda e à direita, mais à esquerda, geralmente. Agora, o Mercosul, principalmente o Brasil, poderá enfrentar a formidável opção de uma união de livre comércio entre a União Europeia e os Estados Unidos, dois mercados gigantescos e cuja associação bloquearia muitas das exportações brasileiras, hoje em queda livre. Lembra-se que a Área de Livre Comércio das Américas (Alca), que abrange 34 países da região, foi reprovada pelo Mercosul. Com a proposta da Alca, os EUA não visavam fazer um acordo com a América do Sul, e, sim, com o Brasil, a maior economia da região. Enfim, mais uma sessão de discursos, uma “cimeira” (cúpula) bem ao estilo latino-americano. Soluções? Talvez hoje se saiba.
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