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Coluna

- Publicada em 26 de Abril de 2013 às 00:00

Pungente retrato da Índia contemporânea


Jornal do Comércio
Em busca de um final feliz, da jornalista e escritora norte-americana Katherine Boo, vencedora do Prêmio Pulitzer e autora best-seller pelo The New York Times, foi apontado como o melhor livro sobre a Índia contemporânea e também como a melhor obra de não ficção dos últimos 25 anos. Katherine é redatora da prestigiada revista The New Yorker, foi repórter e editora do Washington Post - entre outras atividades - e, nos últimos vinte anos, fez grandes reportagens sobre comunidades pobres. Katherine tem mostrado como as sociedades distribuem oportunidades e como os indivíduos tentam escapar da dura pobreza. Ela foi premiada pela MacArthur Foundation, recebeu o National Magazine Award, e este é seu primeiro livro. No prefácio, o jornalista Zeca Camargo escreve: “Em busca de um final feliz é um livro brilhantemente escrito. Através de uma forte narrativa, descobrimos como é o dia a dia dos moradores de Annawadi, uma favela à sombra do elegante Aeroporto Internacional de Mumbai, na Índia. A história de seus habitantes nos faz rir e chorar, porque o que é celebrado no livro não é o que poderíamos chamar toscamente de “o encanto da lama”, mas a riqueza de pessoas que - para o bem e para o mal - compõem um tronco social que está cada vez mais presente no nosso mundo moderno. “O relato mostra o que ocorre quando a existência é definida pelos sonhos de pessoas reais, que fazem  surgir a esperança. Vidas como a de Asha, que tem medo de andar de quatro como sua avó, por causa do trabalho pesado, ou como a de Sunil, que descobriu como a chuva apaga as listras das zebras, encantam os leitores e mostram que o livro é muito mais do que uma reportagem de mestre. Os leitores vão se apaixonar pelo menino catador de lixo, que deseja ficar rico, e por Manju, a moça mais bonita da favela, que almeja ser professora, e vão se impressionar com a tresloucada Fátima, a Perna Só, que só quer um pouco de atenção. A obra aponta as diferentes realidades das economias emergentes e, ao mesmo tempo, nos deixa enternecidos com seus personagens tão verdadeiros. Tristezas e alegrias de pessoas reais, miséria e riqueza, coragem e medo e muito mais estão no pungente texto de Katherine, que nos inspira, claro, a pensar em pessoas e mundo melhores. É desses livros, realmente, que modificam para sempre a sensibilidade dos leitores. Editora Novo Conceito, tradução de Maria Ângela Amorim de Paschoal, www.editoranovoconceito.com.br.
Em busca de um final feliz, da jornalista e escritora norte-americana Katherine Boo, vencedora do Prêmio Pulitzer e autora best-seller pelo The New York Times, foi apontado como o melhor livro sobre a Índia contemporânea e também como a melhor obra de não ficção dos últimos 25 anos. Katherine é redatora da prestigiada revista The New Yorker, foi repórter e editora do Washington Post - entre outras atividades - e, nos últimos vinte anos, fez grandes reportagens sobre comunidades pobres. Katherine tem mostrado como as sociedades distribuem oportunidades e como os indivíduos tentam escapar da dura pobreza. Ela foi premiada pela MacArthur Foundation, recebeu o National Magazine Award, e este é seu primeiro livro. No prefácio, o jornalista Zeca Camargo escreve: “Em busca de um final feliz é um livro brilhantemente escrito. Através de uma forte narrativa, descobrimos como é o dia a dia dos moradores de Annawadi, uma favela à sombra do elegante Aeroporto Internacional de Mumbai, na Índia. A história de seus habitantes nos faz rir e chorar, porque o que é celebrado no livro não é o que poderíamos chamar toscamente de “o encanto da lama”, mas a riqueza de pessoas que - para o bem e para o mal - compõem um tronco social que está cada vez mais presente no nosso mundo moderno. “O relato mostra o que ocorre quando a existência é definida pelos sonhos de pessoas reais, que fazem  surgir a esperança. Vidas como a de Asha, que tem medo de andar de quatro como sua avó, por causa do trabalho pesado, ou como a de Sunil, que descobriu como a chuva apaga as listras das zebras, encantam os leitores e mostram que o livro é muito mais do que uma reportagem de mestre. Os leitores vão se apaixonar pelo menino catador de lixo, que deseja ficar rico, e por Manju, a moça mais bonita da favela, que almeja ser professora, e vão se impressionar com a tresloucada Fátima, a Perna Só, que só quer um pouco de atenção. A obra aponta as diferentes realidades das economias emergentes e, ao mesmo tempo, nos deixa enternecidos com seus personagens tão verdadeiros. Tristezas e alegrias de pessoas reais, miséria e riqueza, coragem e medo e muito mais estão no pungente texto de Katherine, que nos inspira, claro, a pensar em pessoas e mundo melhores. É desses livros, realmente, que modificam para sempre a sensibilidade dos leitores. Editora Novo Conceito, tradução de Maria Ângela Amorim de Paschoal, www.editoranovoconceito.com.br.

Lançamentos

  • Carta a meu juiz, de Georges Simenon (1903-1989), consagrado autor de mais de 200 romances policiais, mostra a emocionante manifestação de um réu ao homem que vai julgá-lo na tentativa de ser bem compreendido. L&PM Pocket, 208 páginas, tradução de Paulo Neves, R$ 18,00, www.lpm.com.br.
  • Criando filhos em tempos difíceis - Atitudes e brincadeiras para uma infância feliz, da professora e pedagoga Elizabeth Monteiro, busca o aprimoramento da interação entre pais e filhos através da valorização das brincadeiras preferidas pelas crianças em cada fase e do melhor aproveitamento do tempo com os pequenos. Summus, 176 páginas, www.summus.com.br.
  • Até onde chegamos?, volume XVII da Série Pensamentos Liberais, publicado pelo Instituto de Estudos Empresariais, tem prefácio de Michel Gralha, presidente do IEE, e apresenta trabalhos relativos ao 26º Fórum da Liberdade. Segurança, gastos públicos, liberdade de imprensa e outros temas relevantes foram abordados. IEE, 302 páginas, www.iee.com.br.
  • Perversos, amantes e outros trágicos, de Eliane Robert Moraes, professora de Literatura Brasileira na Faculdade de Filosofia da USP e pesquisadora do CNPq, estudiosa do erotismo literário, traz estudos interessantes sobre Sade, Apollinaire, Lampedusa, Henry James e outros, interligando as suas obras. Iluminuras, 216 páginas, www.iluminuras.com.br.

E palavras...

Divagações, conversa de marido com abajur
A senhora de cabelos prateados diz muito prazer, dá boa tarde ao psiquiatra de ralos cabelos brancos e entra no antigo e silencioso consultório da velha Tobias da Silva, rua onde morou o Brizola, também conhecida como Fobias da Silva. Com um gesto resoluto, senta-se na ponta do assento da poltrona bergère, não cruza as pernas e fica segurando, com as duas mãos, as alças da bolsa de couro preto, pousada sobre os joelhos, dizendo, com o corpo, que não quer utilizar todos os minutos do tempo de 50 minutos da consulta. O psiquiatra mal tenta fixar os olhos nos olhos inquietos da senhora e ela já sai falando e metralhando: “doutor, meu marido está muito estranho, muito esquisito, meio doido mesmo. Me explique o que ele tem, por favor. Olha, doutor, ele fala com o abajur amarelo do nosso quarto”. Ele: “Me diga, dona Clotilde, a senhora viu ele falando?”. Ela: “Não, não vi”. E assim segue. Me diga, a senhora ouviu ele falando, escutou atrás da porta ? Não, não ouvi. Tem filhos em casa, empregada, dona Clotilde? Eles lhe contaram sobre o fato? Não, doutor, não me contaram e nem vou perguntar. Pois bem, me diga, então, como soube que seu esposo fala com o abajur? Bem, doutor, anteontem, lá pela uma e meia da madrugada, o próprio abajur me contou, me disse com todas as letras, sem titubear, que ele fala com ele. Olhe, dona Clotilde , por vezes uma pessoa pode ouvir vozes, imaginar, entende, essas coisas acontecem, não se assuste. Olhe aqui, doutor, não tive nenhuma alucinação auditiva e nem vou ter, posso lhe garantir. O problema é com ele, tenho certeza absoluta. Bem, nesse caso, então, o que lhe parece trazê-lo aqui em uma consulta, para, quem sabe, ajudá-lo? Olhe, doutor, isso não pretendo fazer, pois estou certa do que lhe disse e acho que ele não deve fazer parte disso. Ele não deve participar de nossa terapia, se houver  terapia.  Ele não tem condições para isso. Não ia adiantar. Ele é muito teimoso, genioso, esquisito. Melhor não, posso lhe assegurar. Deixa ele quieto, falando lá com o abajur dele. Pois é, dona Clotilde, acho que preciso,então, lhe ouvir mais, lhe conhecer melhor, vamos marcar algumas sessões e ver o que podemos fazer. Marque aí, doutor, mas não vou lhe garantir que venha. Acho que já dei meu recado e agora que falei, botei para fora, quem sabe é hora de agir e ponto. A senhora é que sabe, vou lhe esperar depois de amanhã, às dez horas, certo? Obrigada, vou pensar. Vamos ver, o senhor já me ouviu, cumpriu seu papel,  boa tarde, obrigada. Boa tarde, até quinta. Ou não, a senhora é que decide.  (Jaime Cimenti)

e versos

Celebração
Se não vieste,
como celebrar a tua vinda?
A manhã é luminosa,
grande e belo será o dia
e certamente
grande e bela será também
a noite.
E não vieste
Como sempre, não vieste.
Assim,
vou pôr rosas na mesa
e abrir o vinho,
para , mais uma vez, celebrar a tua
permanência.
Ruy Espinheira Filho, em Estação Infinita e outras estações, Bertrand Brasil, [email protected].
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