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SAÚDE

- Publicada em 18 de Março de 2013 às 00:00

Infertilidade masculina é tratável na maioria dos casos


MARCO QUINTANA/JC
Jornal do Comércio
Especialista em reprodução humana, o urologista Alberto da Costa Stein trabalha, na Clínica Insemine, com o tratamento da infertilidade masculina. De acordo com o médico, os fatores que levam os homens a enfrentar esse tipo de problema são múltiplos, envolvendo questões físicas e ambientais, como o uso de drogas e o estresse. A boa notícia é que a maioria das causas tem tratamento. A indicação de Stein, quando um casal encontra dificuldades para ter um filho, é que os dois realizem exames específicos, pois, em metade dessas situações, o homem e a mulher apresentam juntos fatores que interferem na fertilidade.
Especialista em reprodução humana, o urologista Alberto da Costa Stein trabalha, na Clínica Insemine, com o tratamento da infertilidade masculina. De acordo com o médico, os fatores que levam os homens a enfrentar esse tipo de problema são múltiplos, envolvendo questões físicas e ambientais, como o uso de drogas e o estresse. A boa notícia é que a maioria das causas tem tratamento. A indicação de Stein, quando um casal encontra dificuldades para ter um filho, é que os dois realizem exames específicos, pois, em metade dessas situações, o homem e a mulher apresentam juntos fatores que interferem na fertilidade.
Jornal do Comércio – Qual é a importância da avaliação na fertilidade do homem quando existem dificuldades para o casal ter um filho?
Alberto da Costa Stein – Sabemos que 30% das causas de infertilidade estão exclusivamente associadas ao homem e, em 50% dos casos, o homem e a mulher juntos têm causas que afetam a fertilidade. Por isso, é importante avaliar o casal. O homem, por mais que já tenha filhos, precisa ser examinado. A infertilidade primária é quando eles não tiveram filhos, já a secundária acontece após o primeiro filho.
JC - Nas mulheres, o principal fator de infertilidade é a idade. Nos homens, qual seriam estes fatores?
Stein – A varicocele – dilatação das veias que envolvem o testículo - é a causa de 86% dos casos de infertilidade secundária nos homens. Quando se examina o paciente e se percebe que ele tem essa dilatação dos vasos, apresentando diminuição da qualidade seminal, se faz uma correção microcirúrgica dessas veias para evitar maiores complicações. Cerca de 55% dos pacientes que têm varicocele clínica e também ausência de espermatozoides na ejaculação voltam a apresentar espermatozoides ejaculados após a operação. A quantidade dos espermatozoides pode não ser suficiente para a reprodução normal, mas com técnicas de reprodução assistida o casal consegue ter filhos. Em 77% dos homens com alteração na velocidade dos espermatozoides, pela varicocele, é possível melhorar essa condição. A caxumba, doença de infância, pode atrofiar os testículos, e, quando chega a vida adulta, se constata que a pessoa tem ausência de espermatozoides.
JC – Fatores externos podem diminuir a qualidade seminal?
Stein – Recentemente, foi feito um trabalho na França mostrando que diminuiu a qualidade seminal dos homens nos últimos 30 anos. Mesmo com esse padrão pior de sêmen, ainda é considerado normal pela Organização Mundial da Saúde. As causas indicadas no estudo para essa redução da qualidade são ambientais, como vida agitada, estresse, má alimentação, entre outros. Hoje se anda com celulares no bolso, se usa laptop no colo, que emite calor e influencia na qualidade dos espermatozoides. Pacientes que fazem sauna frequentemente e banhos de acento quentes podem ter a qualidade seminal diminuída. O trabalho alerta que a qualidade do sêmen ainda é normal, mas se não houver cuidado, no futuro pode trazer problemas. O uso de drogas é bastante prejudicial, principalmente se forem utilizadas por muitos anos. O dano pode ser irreversível, mas, na maioria, após seis meses de abstinência, os espermatozoides já se renovam. Pessoas que fazem academia e que usam indiscriminadamente reposição de testosterona podem ter o mesmo problema. A testosterona seria o maior anticoncepcional masculino.
JC – Quando um homem se submete a uma vasectomia e, posteriormente, decide ter filhos, é preciso reverter o procedimento?
Stein – Naqueles pacientes que fizeram vasectomia há mais de 15 anos se utiliza técnicas para tirar o espermatozoide de dentro do testículo e usar na reprodução assistida. A reversão é uma cirurgia simples, só que o resultado bom é conseguido em procedimentos de até dez anos. Outra situação indicada, a retirada direto dos testículos, é no caso de a mulher já ter uma indicação de fertilização in vitro. Eu não preciso reverter a vasectomia do marido, pois já será preciso colocar o espermatozoide dentro do óvulo dela. A situação sempre precisa ser avaliada.
JC – A maioria dos casos de infertilidade masculina tem tratamento?
Stein – Sim. Dentre 75% e 90% dos casos se consegue saber qual é o problema, tratar e ajudar este paciente a ter filhos. Com o advento desta técnica de implantar o espermatozoide dentro do óvulo, que tem mais de 20 anos, se houver um espermatozoide e um óvulo, existe a chance de ter um bebê.
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