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ativismo

- Publicada em 19 de Fevereiro de 2013 às 00:00

Blogueira enfrenta protestos pró-Cuba durante visita a Salvador e Recife


ADALBERTO ROQUE/AFP/JC
Jornal do Comércio
A chegada da jornalista e blogueira Yoani Sánchez ao Brasil, ontem, foi marcada por protestos de manifestantes favoráveis ao regime comunista em Cuba. A opositora à ditadura na ilha foi recebida com hostilidade nos aeroportos de Salvador e do Recife, por onde ela começou sua viagem ao País ontem. Uma das principais vozes contrárias ao governo de Raúl Castro, Yoani não fazia uma viagem internacional desde 2008, quando voltou a Cuba e foi proibida de sair.
A chegada da jornalista e blogueira Yoani Sánchez ao Brasil, ontem, foi marcada por protestos de manifestantes favoráveis ao regime comunista em Cuba. A opositora à ditadura na ilha foi recebida com hostilidade nos aeroportos de Salvador e do Recife, por onde ela começou sua viagem ao País ontem. Uma das principais vozes contrárias ao governo de Raúl Castro, Yoani não fazia uma viagem internacional desde 2008, quando voltou a Cuba e foi proibida de sair.
A blogueira saiu na tarde de domingo de Havana, fez conexão na Cidade do Panamá e chegou por volta da 0h30 na capital pernambucana. No Aeroporto Internacional dos Guararapes, ela passou pela primeira manifestação. Militantes de grupos socialistas leram uma carta aberta na qual diziam que o blog dela é um meio de desinformação e que faz uma campanha anti-Cuba. Eles também jogaram dólares falsos em direção à jornalista.
O protesto não aborreceu Yoani, que, muito antes pelo contrário, afirmou que gostaria muito que em seu país as pessoas pudessem fazer o mesmo. “Foi um banho de democracia e pluralidade. Estou muito feliz e queria que em meu país pudéssemos expressar opiniões e propostas diferentes com esta liberdade”, justificou. No aeroporto, Yoani também foi recebida por Dado Galvão, diretor do documentário “Conexão Cuba Honduras”, no qual é entrevistada, e por cerca de dez pessoas, entre elas, o blogueiro cubano George Hernandez Fonseca, que vive no Pará.
Na chegada à capital baiana, um grupo de 20 pessoas vinculadas a ONGs de esquerda, organizações ligadas a Cuba e associações estudantis fizeram um ato de repúdio à presença da blogueira. Os manifestantes chamaram Yoani de mercenária e gritaram palavras de ordem, como “Cuba sim, ianque não”. “Yoani é uma liderança fabricada pela CIA”, criticou o membro da União da Juventude Socialita (UJS) Caio Botelho.
Devido ao incidente, o grupo que viajava com a cubana foi orientado a seguir por uma porta alternativa no desembarque do Aeroporto Internacional Luís Eduardo Magalhães. Na sequência, Yoani se dirigiu à Feira de Santana, onde participará do lançamento do documentário de Dado Galvão, que foi adiado em diversas ocasiões a espera do visto da blogueira.
A visita é a primeira de uma série viagens que começa pelo Brasil e a levará também a República Tcheca, Espanha, México, Estados Unidos, Holanda, Alemanha, Peru, entre outros. Nos últimos cinco anos, Yoani havia recebido mais de 20 recusas para poder viajar ao exterior. Em janeiro, as autoridades cubanas outorgaram à blogueira o passaporte que ela solicitou após a nova reforma migratória que flexibiliza as viagens dos cubanos ao exterior - e eliminou embaraçosos e custosos trâmites como a permissão de saída para fora do país.
Embora ainda estejam vigentes algumas restrições nas idas ao exterior para os cubanos, nos últimos dias, ganharam o direito de viajar alguns críticos do regime como o engenheiro de computação Eliécer Ávila e Rosa María Payá, filha do falecido opositor Oswaldo Payá.
Ao avaliar a viagem como “uma pequena vitória pessoal, jornalística, cidadã e jurídica”, a autora do blog “geração Y” disse ter a impressão de estar vivendo “um sonho”. “É uma vitória limitada, porque a reforma migratória de Cuba ainda não contempla a possibilidade de entrar e sair da ilha como um direito inerente pelo mero fato de ter nascido neste país”, ponderou a blogueira, em entrevista no aeroporto de Havana. Yoani afirmou ainda que sua principal bagagem é seu desejo de se conectar livremente à internet e de conhecer o mundo e sua realidade “com seus claros e escuros”. “O mais importante não levo na mala, levo aqui”, comentou a blogueira, apontando para sua cabeça.
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