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Transexualidade

- Publicada em 30 de Janeiro de 2013 às 00:00

A identificação leva à união


Jornal do Comércio
Na segunda reportagem da série, o Jornal do Comércio acompanhou o encontro de militantes sociais, realizado ontem, em Porto Alegre, no Dia Nacional da Visibilidade Trans.
Na segunda reportagem da série, o Jornal do Comércio acompanhou o encontro de militantes sociais, realizado ontem, em Porto Alegre, no Dia Nacional da Visibilidade Trans.
Reunidos na Usina do Gasômetro, diversos travestis e transexuais contaram sobre as dificuldades enfrentadas no dia a dia. Também apontaram a união como o caminho a ser seguido para que a luta por igualdade de direitos seja cada vez mais visível.
“Não precisam gostar de nós. Mas têm que nos respeitar”, bradou Liza Mineli, que veio de Curitiba (PR) para participar da oficina promovida pela ONG Igualdade-RS dentro da programação do Fórum Social Temático.
A paranaense pediu que ninguém abandone a luta. “As mulheres tiveram que queimar sutiãs para serem reconhecidas. Muitas foram queimadas em uma fábrica. Quem vai querer pagar esse preço? É preciso ter coragem.”
Coragem que é ainda mais necessária fora da Capital, onde o preconceito é maior. “Quem vive em uma cidade pequena sofre mais. Travesti não é gente para delegado de polícia ou para médico”, reclamou Pitty Serrano, moradora de Guaíba. A condição acaba empurrando para a prostituição. “No Interior, não temos acesso a educação e qualificação. Muitas travestis têm que ficar fazendo programa a cinco reais para conseguir sobreviver”.
Mas, para vencer as adversidades, primeiramente é preciso conquistar autonomia. “Cobram que essas pessoas façam por si, mas não se leva em consideração que é preciso adquirir autonomia para isso. A sociedade heteronormativa que vivemos nos ensina que o certo é se esconder. Não é fácil superar essa questão. É algo que leva tempo”, comenta Joana Puglia. Pesquisadora da Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc), a psicóloga ressalta a importância dos bons exemplos e cita os casos da servidora pública Marcelly Malta, coordenadora da Igualdade-RS, e de Luísa Helena Stern (personagem da matéria de ontem), que estudou e hoje é advogada. “Quando há uma identificação, a pessoa começa a ver que tem o direito de ser o que quer ser”.
A identificação leva à união. “Sem organização, a luta não avança. Só a organização mostra a força que as pessoas têm. O que se consegue hoje é graças à luta que vem sendo travada há mais 30 anos”, salienta Bernardo Amorim, da ONG Somos, com mais de uma década de atuação na defesa dos direitos humanos e pelo respeito às sexualidades.
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