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Mundial de Clubes

- Publicada em 17 de Dezembro de 2012 às 00:00

Corinthians vence o Chelsea e conquista o bicampeonato


TOSHIFUMI KITAMURA/AFP/JC
Jornal do Comércio

Após a inédita vitória da Copa Libertadores da América, restava ao torcedor corintiano o grito de campeão mundial fora de seus domínios. Depois de uma questionada e polêmica vitória em 2000, quando o time foi convidado para participar do torneio organizado pela Fifa no Brasil, o Corinthians foi ao Japão, venceu os dois jogos disputados, não sofreu nenhum gol e bateu os ingleses do Chelsea por 1 a 0, ontem, em Yokohama, no Japão. 

Com 68.275 pagantes e uma presença massiva do torcedor corintiano, o Timão encerrou uma hegemonia europeia. Desde 2006, quando o Inter venceu o Barcelona, um clube sul-americano não ganhava a competição. No Japão, o time conquistou o campeonato mais longe de sua sede e de quebra superou o tabu de nunca ter vencido um time inglês. Agora são duas derrotas, dois empates e uma vitória. 

Corinthians e Chelsea entraram com formações diferentes para a decisão do Mundial. No time londrino, o técnico espanhol Rafa Benítez voltou a escalar Ramires, Lampard e Moses, como na primeira partida contra o Monterrey, do México. Porém, Oscar ficou no banco de reservas. Na equipe paulista, Tite sacou o meia Douglas para a entrada de Jorge Henrique. A ideia de reforçar a marcação no setor esquerdo do ataque adversário deu certo no primeiro tempo para o clube brasileiro. 

No entanto, o lado direito ofensivo do Chelsea teve liberdade e criou chances para os ingleses. As melhores foram defendidas pelo goleiro Cássio, destaque corintiano na etapa inicial e eleito como o melhor jogador da partida e da competição. Em um destes lances, o atleta chegou a fazer uma intervenção com as pernas em cima da linha do gol. Em outro, salvou um gol praticamente certo de Moses com as pontas dos dedos. O Corinthians tentava responder com a velocidade de Emerson e a força de Guerrero, mas as conclusões eram falhas. 

Na volta do intervalo, a equipe brasileira foi superior à do rival, porém errava o último passe. Até que aos 23 minutos, após bate e rebate na área do time londrino, Guerrero cabeceou livre para fazer o gol corintiano. Atrás do placar, Benítez colocou Oscar, Marin e Azpilicueta nas vagas de Moses, Hazard e Ivanovic. Tite respondeu com as entradas de Martínez e Wallace. 

No fim do jogo, o zagueiro Cahill, do Chelsea, ainda foi expulso por acertar Emerson sem bola, e Cássio salvou o Corinthians em mais um arremate de Torres à queima-roupa. Mata teve a oportunidade do empate no último lance, mas não conseguiu. 

No jogo preliminar, o Monterrey conquistou a terceira colocação na competição, ao derrotar o Al Ahly, do Egito, por 2 a 0. Com o triunfo, igualou a melhor campanha de um time mexicano de Mundial de Clubes. Em 2000, o Necaxa garantiu a terceira colocação. Já o Al Ahly fracassou na tentativa de repetir a campanha de 2006, quando superou o mexicano América na disputa pelo terceiro lugar.

Corinthians 1 x 0 Chelsea
Cássio; Alessandro, Chicão, Paulo André e Fábio Santos; Ralf, Paulinho e Danilo; Jorge Henrique, Emerson (Wallace) e Guerrero (Martínez).
Técnico: Tite.
Cech; Ivanovic (Azpilicueta), David Luiz, Cahill e Ashley Cole; Ramires, Lampard, Moses (Oscar) e Mata; Hazard (Marin) e Torres.
Técnico: Rafa Benítez.
Árbitro: Cuneyt Cakir (Turquia)

Goleiro Cássio é eleito o melhor jogador da final e do Mundial

O goleiro Cássio foi eleito o melhor jogador do Mundial de Clubes depois das inúmeras defesas na final contra o Chelsea, e igualou o feito de Rogério Ceni em 2005. O atleta do São Paulo era até então o único goleiro eleito o melhor do Mundial desde que o torneio passou a ser reconhecido pela Fifa, em 2000. 
 
Além de ganhar o prêmio máximo da competição, Cássio foi eleito também o melhor jogador da final. “Valeu nosso empenho. Tivemos um planejamento bem feito até a final e eu fiz minha parte”, disse o camisa 12 após a partida. O arqueiro fez seis defesas, com destaque para três. Duas foram no primeiro tempo: uma logo no começo, após conclusão do zagueiro Cahill, e outra em um chute de Moses, eleita pelo corintiano como a defesa mais difícil no jogo. 
Cássio começou a Taça Libertadores como reserva e só ganhou a posição depois que o até então titular Júlio César falhou nas quartas de final do Campeonato Paulista, contra a Ponte Preta. O gaúcho de Veranópolis, na Serra gaúcha, ainda desconhecido da torcida, ganhou a confiança de Tite. Iniciou na Libertadores contra o Emelec, nas oitavas de final, e fez milagre em um chute de Diego Souza, nas quartas de final, contra o Vasco. Desde então não saiu mais do time.

Tite afirma que vitória corintiana traz lições para o futebol

Depois da consagração com o título do Mundial, o técnico Tite fez uma análise mais profunda do sucesso recente alcançado pelo Corinthians. Segundo ele, a vitória corintiana traz lições para o futebol, como a valorização do trabalho de longo prazo e o conceito de que a força coletiva tem que prevalecer sobre as individualidades.

Na avaliação dele, a força do conjunto é a principal característica desse time corintiano. Mesmo no seu caso específico, ele ressaltou a força coletiva. “Tenho a dimensão exata de que isso é o um trabalho de equipe. O técnico tem seu valor, mas esse mérito vai também para a comissão técnica”, disse Tite na entrevista coletiva após a final.

Ele também entende que o sucesso corintiano foi resultado direto da aposta no trabalho de longo prazo. Para isso, citou os dirigentes do clube que o mantiveram no cargo mesmo quando havia grande pressão para demissão - o momento mais crítico foi no começo de 2011, após o Corinthians ser eliminado pelo inexpressivo Tolima na Libertadores. “Tive o privilégio de ter uma direção que acreditou no meu trabalho nos momentos mais difíceis”, ressaltou o comandante, citando o ex-presidente Andrés Sanchez e o presidente Mário Gobbi. 

Contratado pelo Corinthians no final de 2010 para disputar as últimas rodadas do Brasileirão, Tite está em sua segunda passagem pelo clube - a primeira foi em 2004. Nesse período de dois anos, entrou para a história corintiana: foi campeão do Brasileirão em 2011 e conquistou nesta temporada os títulos da Libertadores e do Mundial.

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