Estudos internacionais apontam que 42 mil crianças portadoras de Doença Celíaca morrem por ano em todo o mundo, sendo 200 delas no Brasil. Entre um e três por cento da população mundial é celíaca, mas a doença ainda é subdiagnosticada em nosso País. Disparidades regionais indicam um celíaco a cada 300 habitantes no Paraná e um a cada 600 no Distrito Federal. Estima-se que o Rio Grande do Sul seja o estado campeão em doença celíaca, pela prevalência de imigrantes italianos e alemães. Desconhecida pela grande maioria e até por parte da classe médica, essa doença é autoimune, hereditária e pode se manifestar em qualquer idade. Basta a utilização ou a ingestão de produtos que contenham glúten, proteína presente no trigo, centeio, cevada, na aveia e malte.
As reações típicas incluem sensação de estômago estufado, diarréias, vômitos e alergias. Há casos muito graves, mas a maior parte dos celíacos apresenta apenas sintomas extragástricos, como enxaqueca, asma, aftas ou depressão, dificultando muito o diagnóstico, feito através de exames de sangue e endoscopia com biópsia do duodeno. Algumas pessoas passam anos sem saber que são portadoras.
A doença não tem cura, mas é possível tratá-la com dieta isenta de glúten. As dificuldades maiores, porém, são a falta de atendimento justo na rede pública de saúde, diagnóstico médico preciso, a correta orientação em restaurantes, na rede hoteleira e em cantinas escolares e a ampla divulgação da doença celíaca. Na Assembleia Legislativa, tramita o Projeto de Lei 79/2012, obrigando a informação da presença do glúten nos cardápios e produtos comercializados em bares, restaurantes e lanchonetes de escolas da rede privada de ensino. Enquanto aguardam a aprovação, centenas de portadores da doença se mobilizam através das redes sociais, para apoio mútuo, troca de informações e para que possam se sentir incluídos na sociedade. Mais dados são encontrados no site
www.celiacosgauchos.com.br.
Psicóloga e coordenadora do grupo Celíacos Gaúchos