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CIDADANIA

- Publicada em 06 de Dezembro de 2012 às 00:00

Programa para o fim de carroças terá verba de R$ 18 milhões


FREDY VIEIRA/JC
Jornal do Comércio
O programa que visa ao fim das carroças e carrinhos no trânsito de Porto Alegre até 2016 recebeu um grande aporte financeiro ontem. Uma parceria entre a prefeitura e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (Bndes) foi firmada, garantindo o repasse de R$ 18 milhões nos próximos quatro anos. Cada uma das partes do acordo ficará responsável por 50% da verba. A iniciativa, que pretende contemplar diretamente 5,4 mil pessoas, recebeu nova denominação, passando a se chamar Todos Somos Porto Alegre - Programa de Inclusão Produtiva na Reciclagem.
O programa que visa ao fim das carroças e carrinhos no trânsito de Porto Alegre até 2016 recebeu um grande aporte financeiro ontem. Uma parceria entre a prefeitura e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (Bndes) foi firmada, garantindo o repasse de R$ 18 milhões nos próximos quatro anos. Cada uma das partes do acordo ficará responsável por 50% da verba. A iniciativa, que pretende contemplar diretamente 5,4 mil pessoas, recebeu nova denominação, passando a se chamar Todos Somos Porto Alegre - Programa de Inclusão Produtiva na Reciclagem.
Até o momento, 400 condutores de veículos de tração animal (VTAs) e de veículos de tração humana (VTHs) foram capacitados através de cursos de reciclagem de material eletrônico, de reciclagem de tecidos, de culinária, de cooperativismo e associativismo e de informática. Contudo, para que a meta de eliminação das atividades consiga ser realizada dentro do prazo, garantindo uma nova forma de trabalho para os carroceiros, carrinheiros e catadores, é preciso mais recursos. Os R$ 18 milhões da parceria firmada devem atender a 800 pessoas que ainda não receberam qualificação profissional, além das 600 famílias vinculadas às unidades de triagem de resíduos, que serão qualificadas para proporcionar maior produtividade e aumento de renda.
Venâncio de Castro Neto, coordenador da cooperativa de catadores, papeleiros e carroceiros da Ilha Grande dos Marinheiros, conta que, nestes últimos dois anos, com a assinatura do Decreto 16.638, que prevê a retirada gradativa dos VTAs e VTHs, as mudanças estão acontecendo rapidamente. “Muitos companheiros estão trabalhando e fazendo cursos. Os trabalhadores da cooperativa estão recebendo aulas de informática, e vamos receber uma usina de reciclagem para os catadores das ilhas”, relata. Segundo ele, as pessoas estão conseguindo se inserir no mercado de trabalho e garantir renda fixa, mesmo os que optam por não atuar na área da reciclagem.
Para Neto, que foi catador e carroceiro durante décadas, o programa traz a perspectiva de mais opções de serviço para seus filhos, oportunizando condições melhores de vida. “Existe, sim, certa insegurança entre as pessoas, porque desde 1997 vivemos de promessas. Agora, gradativamente, as coisas estão acontecendo e as pessoas estão tentando assimilar que isso é verdade. Quando se trata de ações de governo, as mudanças são demoradas, mas as pessoas não podem esperar o amanhã, porque existem famílias que sobrevivem com esse trabalho”, afirma.
Nesta semana, foram entregues dois cartões do Bndes a duas cooperativas, contendo R$ 300 mil e R$ 100 mil para a compra de máquinas das unidades de triagem de resíduos, revela Guilherme Lacerda, diretor de Infraestrutura Social, Meio Ambiente, Agropecuária e de Inclusão Social do banco. “O Bndes financia grandes empresas, para projetos de metrôs e hidrelétricas, mas também atua no auxílio de projetos sociais. Isso não é nenhum favor, pois é um dever ajudar na construção do País”, ressalta Lacerda. Na visão do diretor, estas ações proporcionam também transformação estrutural das cidades brasileiras, onde as pessoas são perdulárias por formação. “O desperdício é grande. Precisamos aprender a reaproveitar o aproveitável, através do trabalho destas pessoas. Porém, elas não podem ser exploradas, e é esse o papel da capacitação”, diz.
Os condutores dos VTAs e VTHs, antes de receberem a qualificação, são cadastrados em um sistema de dados e recebem a visita de um educador social, para explicar as etapas do programa e conhecer o interesse profissional de cada indivíduo. Até o momento, o cadastramento já foi concluído no Bairro do Arquipélago, com 205 pessoas incluídas. Em agosto, moradores da avenida Edvaldo Pereira Paiva até a altura da Lomba do Pinheiro começaram a ser inseridos no sistema. Até março de 2015, todos os trabalhadores devem estar cadastrados. 
Para o prefeito José Fortunati, a parceria traz impulso ao projeto, que “envolve questões complexas de cunho social”. Desde 2011, o programa conta com a participação da Braskem, que auxilia na qualificação profissional e inserção no mercado formal de trabalho.
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