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Telefonia

- Publicada em 26 de Novembro de 2012 às 00:00

Operadoras móveis voltam a ficar na mira do Procon


GILMAR LUÍS/JC
Jornal do Comércio
Faltando menos de um mês para o Natal, período de aquecimento para diversos setores econômicos, as operadoras de telefonia começam a planejar ações para incrementar as vendas para a data. Entretanto, depois de uma série de ações deflagradas, em julho, por órgãos de defesa do consumidor de todo País, que chegou inclusive a proibir a comercialização de novos serviços, as reclamações quanto a cobranças indevidas, atendimento precário e problemas de sinal continuam a todo vapor. 

Faltando menos de um mês para o Natal, período de aquecimento para diversos setores econômicos, as operadoras de telefonia começam a planejar ações para incrementar as vendas para a data. Entretanto, depois de uma série de ações deflagradas, em julho, por órgãos de defesa do consumidor de todo País, que chegou inclusive a proibir a comercialização de novos serviços, as reclamações quanto a cobranças indevidas, atendimento precário e problemas de sinal continuam a todo vapor. 

Na quinta-feira, uma nova representação da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-RS) foi entregue à diretora-executiva do Procon Porto Alegre, Flávia do Canto Pereira. Com 1.867 queixas registradas ao longo do ano, os atendimentos tiveram redução de 147 reclamações, em julho, para 120, em agosto, e 102 em setembro. No entanto, em outubro, tornaram a crescer, com 159 registros. No mesmo mês, o número de linhas móveis atingiu a marca de 259,29 milhões, uma média de 131 celulares para cada 100 habitantes no País, com 209,88 milhões na modalidade pré-paga. 

Agora, com a proximidade do Natal, explica Flávia, as atenções do órgão voltam a se intensificar. “É uma preocupação a mais, pois já há um quadro de falta de atendimento nos serviços e de carência de investimentos para atender as linhas comercializadas, e há uma tendência de novo crescimento substancial na quantidade de linhas”, analisa. Por isso, ela deve concluir hoje o seu parecer sobre a representação da OAB-RS com uma nova intimação para que as companhias se adaptem aos compromissos. “Apesar de acreditar que isso deveria ser feito para a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), provavelmente, faremos uma nova intimação às empresas. Isso porque acredito que a falta de investimentos na rede pode inclusive comprometer os prazos de instalação da tecnologia 4G para a Copa de 2014”, afirma. 

Neste contexto, uma pesquisa desenvolvida pela Kantar Worldpanel amplia o papel dos serviços na opção de compra de um aparelho. Entre as principais razões que influenciam a escolha, está o presente, motivo da decisão de 29,4% dos usuários que ganham o aparelho de terceiros já com operadora definida. Em seguida, estão os que optaram por uma promoção, totalizando 25% dos usuários. Na terceira posição, com 16,7%, estão os que escolheram de acordo com a cobertura e requisitos como a qualidade no atendimento ao cliente e os serviços oferecidos, mas com apenas 5% e 0,8%, respectivamente. 

Conforme destaca o diretor de contas da Kantar, David Fiss, o principal fator na aquisição ainda não é a qualidade, e as falhas podem estar mais ligadas aos cancelamentos.  Além disso, segundo ele, os dados também apontam que, apesar de uma penetração menor, o modem 3G teve crescimento quatro vezes maior do que o número de linhas móveis. “Esta opção cresce nas classes C, D e E pelo preço mais acessível do que uma banda larga. É bastante comum em munícipios do Interior onde não têm cobertura, fator que também explica a expansão da oferta de smartphones com planos pré-pagos” destaca, ao lembrar que a incidência pode variar de acordo com a região. Para Fiss, o maior fator de limitação, não é a cobertura, e sim a renda da população. 

Empresas preparam ofertas especiais de smartphones e planos 3G com foco no Natal

Boa parte dos portfólios das operadoras de telefonia celular já é composta prioritariamente por smartphones ou webphones. Aliados à crescente oferta de tablets, o fator também justifica a demanda crescente por banda larga e modens 3G. Ao apresentar a representação que contesta os investimentos em infraestrutura por parte das empresas, o presidente da OAB-RS, Cláudio Lamachia, chegou a questionar o compromisso assumido pelas companhias com realização de melhorias na infraestrutura da rede.  “Não querem investir neste ano na tecnologia 3G que qualificaria desde já os serviços prestados à população, pois pretendem economizar e direcionar os recursos para a implantação em 2013 da rede 4G”, atacou. 
Entretanto, o diretor da Claro na Região Sul, Mauricio Perucci, garante que a empresa foi uma das pioneiras na implantação da rede, ainda em dezembro de 2007. Segundo ele, atualmente, são mais de 89 mil Km de fibra óptica, em um anel que abrange cerca de 85% da rede e, no Estado, chega a 90%. “Desde aquela época, temos uma procura crescente. Isso porque há uma demanda reprimida por banda larga no Brasil. Investimos nos últimos anos para preparar a rede e comportar o contingente de clientes. O Rio Grande do Sul, desde o lançamento da Claro em 1999, tem os melhores indicadores. Aqui são quase 5 mil Km de fibra óptica”, revela Perucci.
De acordo com o executivo, as ações para a tecnologia 4G começaram com a compra de lotes e o início dos testes em Campos do Jordão. “Temos aparelhos com tecnologia LTE para oferecer. É uma opção que funciona em 2G e 3G, mas assim que entrar a nova rede, ele pode ser utilizado”, explica ao lembrar que tablets, smartphones e webfones devem puxar as vendas do Natal, pois representam 63% do atual portfólio, com aumento de 276% nas vendas entre janeiro e agosto de 2011. 
Na Oi, o diretor de varejo para a região Sul, Luciano Kliemaschevsk, projeta que, até dezembro de 2012, a rede 3G da empresa chegará a 75% da população urbana brasileira. Nesse período, o número de municípios contemplados crescerá aproximadamente 170%. A aposta para o Natal, segundo ele, é na continuidade da expansão da base de clientes com acesso a dados, que foi ampliada em 41% até setembro. “Em outubro do ano passado, a empresa consolidou a estratégia de banda larga ao lançar o serviço wi-fi, complementando a cobertura de banda larga 3G. A rede Oi wi-fi, que inclui cobertura nos principais aeroportos, shoppings e restaurantes, conta com mais de 10 mil pontos de acesso no Brasil, trazendo economia aos usuários”, destaca. 
Para o diretor da TIM no Rio Grande do Sul, o Estado apresenta um percentual de vendas de smartphones superior ao restante do Brasil, e 31% da base de clientes da operadora utiliza acesso a dados pelo telefone. Segundo ele, a expectativa é de reduzir em 30% o valor dos aparelhos para ampliar as vendas. “Sabemos que, quando se compra, se busca o melhor produto pelo menor preço. Aqui, a renda média é superior a outros estados e trata-se de um público que gosta de consumir as novidades”, defende.
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