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Opinião

Artigo

- Publicada em 19 de Outubro de 2012 às 00:00

Agricultura bandida


Jornal do Comércio
Nas discussões sobre o Código Florestal, foram ressaltadas questões pertinentes relativas ao desmatamento e à preservação da água no ambiente rural. Nesse, as áreas de preservação permanente ficaram bem determinadas. Em contrapartida, pouco foi falado além de que o problema no meio urbano vai ser tratado em diferentes esferas de responsabilidade. Alguém espera uma política séria a partir disso? É certo que, com o desenvolvimento da agricultura brasileira, desmatou-se de forma indiscriminada, invadiram-se áreas ribeirinhas e fontes de água potável, provocou-se erosão, isto é, cometeu-se uma série de práticas condenáveis. A cobrança sobre a agricultura tem sentido e, em muitos casos, problemas estão ou já foram solucionados. Além disso, os estragos provocados nas áreas rurais podem ser revertidos a custos não excessivos.
Nas discussões sobre o Código Florestal, foram ressaltadas questões pertinentes relativas ao desmatamento e à preservação da água no ambiente rural. Nesse, as áreas de preservação permanente ficaram bem determinadas. Em contrapartida, pouco foi falado além de que o problema no meio urbano vai ser tratado em diferentes esferas de responsabilidade. Alguém espera uma política séria a partir disso? É certo que, com o desenvolvimento da agricultura brasileira, desmatou-se de forma indiscriminada, invadiram-se áreas ribeirinhas e fontes de água potável, provocou-se erosão, isto é, cometeu-se uma série de práticas condenáveis. A cobrança sobre a agricultura tem sentido e, em muitos casos, problemas estão ou já foram solucionados. Além disso, os estragos provocados nas áreas rurais podem ser revertidos a custos não excessivos.
Embora a legislação não venha a obrigá-los, mesmo pequenos produtores poderão abrir mão de uma pequena faixa para proteção dos recursos hídricos em suas propriedades. É só ter um pouco de consciência social. Seus netos se orgulharão disso. Perdeu uma bela oportunidade a bancada ruralista. Ao invés de defender o atraso, conforme foi interpretado, poderia ter contribuído em favor da política ambiental, mostrando-se mais sensível à importância do problema. Poderia, se quisesse, ter proposto medidas corretivas, compensatórias, prazos, qualquer coisa para que não houvesse prejuízos imediatos aos produtores que precisam proteger as margens dos cursos d’água. A ameaça de falta de alimento por causa disso é um blefe que a poucos convence. Os integrantes da bancada não foram muito inteligentes perante a opinião pública. Por sua vez, os ambientalistas mais radicais vão ter de entender a necessidade de se compatibilizar produção agrícola com a proteção ambiental. Escassez de alimentos, quando ocorre, torna-se um problema político muito sério numa sociedade urbanizada. Por que não se tocou no vespeiro representado pelas consequências que o crescimento populacional provoca sobre os recursos hídricos que se situam em nossos aglomerados urbanos ou por eles passam?
A calamidade é grande, como nos mostra o noticiário, a cada enchente. Assim, malha-se a agricultura, a bandida, mas ela vai deixar de ser a vilã quando nos dermos conta de nossa irresponsabilidade quanto ao que ocorre com os recursos d’água em nossos aglomerados urbanos. As futuras gerações não deveriam receber essa triste herança, e, por ela, certamente irão pagar muito caro.
Engenheiro-agrônomo
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