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Histórias do Comércio e dos Serviços

- Publicada em 15 de Outubro de 2012 às 00:00

Gambrinus ajuda a contar história de Porto Alegre


MARCO QUINTANA/JC
Jornal do Comércio
Gambrinus é o nome daquele que é considerado o padroeiro não oficial da cerveja e da festa. Sua história é um tanto mítica e tem raízes cravadas na Bélgica. Isso se o interessado em questão não estiver em Porto Alegre, já que, neste caso, responde pela mesma alcunha o mais antigo restaurante em atividade na cidade. Inaugurado como uma confraria de imigrantes alemães em 1889, o Gambrinus passou por diversas mãos até chegar ao português Antônio Dias de Mello, falecido em 2009, que configurou o estabelecimento para ser o que é hoje: um restaurante tradicional com pratos e público selecionados.
Gambrinus é o nome daquele que é considerado o padroeiro não oficial da cerveja e da festa. Sua história é um tanto mítica e tem raízes cravadas na Bélgica. Isso se o interessado em questão não estiver em Porto Alegre, já que, neste caso, responde pela mesma alcunha o mais antigo restaurante em atividade na cidade. Inaugurado como uma confraria de imigrantes alemães em 1889, o Gambrinus passou por diversas mãos até chegar ao português Antônio Dias de Mello, falecido em 2009, que configurou o estabelecimento para ser o que é hoje: um restaurante tradicional com pratos e público selecionados.
Hoje, quem leva o restaurante adiante é a cunhada de Mello e atual sócia do Gambrinus, Marlene Barden, que faz questão de preservar o legado do antigo proprietário. Ela relata que, após a primeira fase, em que os alemães e seus descendentes se reuniam para beber cerveja (que não era comercializada, mas levada pelos integrantes da confraria ali instalada), o estabelecimento teve seu primeiro alvará de funcionamento em 1939. O tempo foi passando e o Gambrinus se consolidou como um recinto boêmio, até que, em 1964, aos 20 anos, Mello se associou ao bar. Com a aposentadoria dos irmãos Finato, donos do local até então, o português resolveu dar uma virada e transformar o Grambrinus em um restaurante que atraísse, em vez de beberrões, consumidores em busca de boa comida. Depois de uma viagem a Portugal, o comerciante voltou repleto de inspirações para o local.
“O português gosta mesmo é de uma boa comida, e Mello voltou de seu país natal com a ideia de transformar o Gambrinus”, conta Marlene. “Ele aumentou o preço da cerveja e da cachaça e começou a fazer pratos diferentes, o que atraiu um novo público”, acrescenta. Os clientes eram funcionários de bancos, executivos de empresas instaladas no Centro da Capital em meados dos anos 1960, políticos e artistas. Na época, a clientela começou a saborear um cardápio variado, muitos pratos com influência da gastronomia portuguesa, a exemplo de receitas que têm como base o bacalhau, congrio e linguado.
Apesar de ter caído no gosto dos frequentadores e se consagrado nos anos 1960 e 1970, o Gambrinus tomou um novo impulso a partir da reforma do Mercado Público, realizada entre 1990 e 1997. Marlene destaca que Mello participou ativamente desse processo. Como presidente da Associação do Comércio do Mercado Público Central na época da revitalização, ele colaborou com a supervisão das obras e mobilização dos demais permissionários para que houvesse engajamento, e no fim das contas acabaram sendo os maiores beneficiados com a reforma. “Ele coordenou tudo pessoalmente, vinha à noite para cuidar das obras”, diz a atual gestora do estabelecimento. “As grandes paixões dele eram o Mercado Público e o Gambrinus. O Mello dedicou a vida dele a isso”, emenda.
Depois da restauração do mercado, Mello constatou que era chegada a hora de descansar. Em 1998, sua cunhada Marlene assumiu a operação do Gambrinus, e contou com o reforço de um sobrinho do antigo dono que ingressou na administração anos mais tarde. Marlene conta que foi muito bem recebida pela equipe e que, diante do sucesso que já estava estabelecido, não teve dificuldades em cuidar do local, que pode ser considerado como parte da história viva da Capital gaúcha.

Equipe de colaboradores garante sucesso contínuo do estabelecimento

Com 123 anos de história, sendo quase 50 deles sob a administração iniciada por Mello, a receita de sucesso do Gambrinus pouco tem a ver com mudanças na gestão ou com uma repaginação. O local passou por reformas, mas sempre conservando suas características, inclusive pinturas originais da época que ainda era uma confraria, descobertas no período de revitalização do Mercado Público. É na tradição que estão as raízes do restaurante. A atual administradora, Marlene Barden, explica que essa situação se estende para o quadro de colaboradores. “O nosso segredo é que os funcionários são todos antigos, a cozinheira se aposentou no ano passado, ficou seis meses fora, não aguentou e voltou”, brinca.
Com exceção de um garçom contratado há cerca de um ano, todos os demais funcionários têm mais de dez anos de casa. Marlene diz que essa configuração faz com que todos que atuam no restaurante formem uma grande família, que transcende a relação trabalhista e comercial do local, deixando ainda uma atmosfera aconchegante no ambiente. “Todos estão aqui por gostam do lugar, do público. Dedicam-se porque realmente têm carinho, são funcionários, mas também formam uma grande família”, assinala a comerciante.
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