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PRÊMIO O FUTURO DA TERRA

- Publicada em 21 de Agosto de 2012 às 00:00

David Driemeier: O veterinário das emergências


MARCELO G. RIBEIRO/JC
Jornal do Comércio
Em 1997, uma situação intrigou o meio agropecuário no Rio Grande do Sul. Começaram a aparecer casos de cabras com tremores, sem que os técnicos pudessem apontar a causa da doença. Até que um grupo de profissionais, depois de experimentos com os animais, conseguiu identificar a origem dos tremores: uma planta tóxica que as cabras ingeriam. A descoberta gerou artigos internacionais e inspirou dissertações e até mesmo teses de doutorado, além de gerar a descrição de casos semelhantes em outros estados. Por trás deste case estava um grupo de profissionais coordenado pelo professor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs), David Driemeier.
Em 1997, uma situação intrigou o meio agropecuário no Rio Grande do Sul. Começaram a aparecer casos de cabras com tremores, sem que os técnicos pudessem apontar a causa da doença. Até que um grupo de profissionais, depois de experimentos com os animais, conseguiu identificar a origem dos tremores: uma planta tóxica que as cabras ingeriam. A descoberta gerou artigos internacionais e inspirou dissertações e até mesmo teses de doutorado, além de gerar a descrição de casos semelhantes em outros estados. Por trás deste case estava um grupo de profissionais coordenado pelo professor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs), David Driemeier.
Quando um lote de animais apresenta um comportamento estranho, logo o laboratório da Faculdade de Veterinária da Ufrgs é acionado, e o professor David, como é chamado por seus alunos, instiga suas turmas a diagnosticar o que está acontecendo. “É um desafio para nós, como profissionais, descobrir porque os animais estão doentes”, explica o professor, que atua como coordenador do Setor de Patologia Veterinária. Pertencente ao quadro docente da universidade desde 1994, David Driemeier já lidou com outras doenças que nunca haviam sido descritas. E as pesquisas em que ele se envolve normalmente são ligadas a problemas concretos enfrentados pelo produtor na rotina do campo.
No Departamento de Patologia da Ufrgs, Driemeier é também responsável pelo Laboratório de Anatomia Patológica da instituição. Lá são atendidas as demandas de diversos veterinários de campo quando precisam de exames técnicos mais profundos para detectar o motivo da morte de algum animal. Hoje, o laboratório é o que realiza o maior número de exames no Brasil. Segundo o professor, são cerca de 1,5 mil necropsias e mais de 5 mil análises patológicas por ano. Todos os exames são feitos por alunos de graduação e pós-graduação.
Entre suas “descobertas”, está o motivo de um surto do vírus circovírus, que atacava suínos e causava um impacto muito grande nas propriedades. Após esse diagnóstico, surgiram vacinas comerciais que controlaram o problema. “Assim segue nosso trabalho: surgem novos desafios e a tecnologia vem para resolver. Nosso trabalho é detectar o que está acontecendo”, salienta.
A Clínica Veterinária da Ufrgs é também reconhecida nacionalmente por ser a pioneira no Brasil a realizar testes para detecção da chamada encefalopatia espongiforme, conhecida popularmente como a doença da vaca louca. Em 2004, a clínica foi credenciada pelo Ministério da Agricultura para realizar o teste no Brasil e, por alguns anos, foi o único laboratório nacional com autorização para realizar esse exame. Nesse período, chegavam amostras de encéfalos de animais de todo o Brasil, quando a morte envolvia a suspeita da doença.
Atualmente já existem outros laboratórios credenciados para realizar o teste - e inclusive a referência passou a ser um laboratório de Pernambuco. A Ufrgs, como mentora do processo necessário para a realização do exame de detecção da doença da vaca louca no Brasil, auxiliou na criação dos outros laboratórios hoje credenciados. “O Brasil tem importância internacional muito grande como produtor de carnes, e a exigência é que haja um monitoramento dessas enfermidades, caso contrário os países importadores de carnes deixam de comprar. Nosso laboratório foi o primeiro a adquirir os reagentes e a seguir o padrão recomendado pela Organização Mundial de Saúde Animal”, orgulha-se Driemeier.

Uma vida dedicada à saúde animal

Filho de agricultores catarinenses, David Driemeier sempre teve contato com os assuntos do campo, tanto relativos à Agronomia quanto à Veterinária. Optou por seguir a vida cuidando dos bichos, de preferência os de grande porte. “Sempre procurei entender o que está acontecendo quando algo está errado, principalmente quando há perda de animais. Gosto de saber qual foi o motivo da morte para poder prevenir novas perdas”, salienta. Logo que se formou em Medicina Veterinária pela Udesc, de Lages/SC, foi praticar os seus conhecimentos como veterinário de campo. Dois anos depois, resolveu voltar para a sala de aula.
Formou-se mestre pela Universidade de Santa Maria (UFSM) e não saiu mais da Academia. Partiu para o doutorado, na universidade Justus Liebig, na Alemanha. “Em 1991 ainda era possível fazer doutorado no exterior sem ter um emprego fixo. Hoje, isso é muito difícil”, compara. “Lá eu tive um bom conhecimento básico de muitas doenças que depois acabei detectando aqui”, percebe.
Na volta ao Brasil, a carreira de professor da Ufrgs se apresentou como um grande desafio. “A formação de recursos humanos é o mais importante. Temos diversos alunos que se formaram aqui e hoje coordenam laboratórios em várias partes do Brasil. Fazem um serviço semelhante ao nosso.”
PRÊMIO ESPECIAL
João Mielniczuk: Revista Ciência Rural - Professor Titular Aposentado do Depto. de Solos da Ufrgs.
PRESERVAÇÃO AMBIENTAL
Ilsi Boldrini: Professora associada da UFRGS/ Instituto de Biociências.
Silvia Terezinha Sfoggia Miotto: Professora Associada da UFRGS do Instituto de Biociência, Departamento de Botânica
CADEIAS DE PRODUÇÃO AGRÍCOLA
Algenor da Silva Gomes, Pesquisador Aposentado da Embrapa Clima Temperado (Pelotas, RS).
David Driemeir, Professor da Veterinária da Ufrgs.
TECNOLOGIA RURAL
Ronaldo Matzenauer, Fepagro.
César Valmor Rombaldi, Professor Titular da Ufpel, Departamento de Agronomia.
NOVAS ALTERNATIVAS AGRÍCOLAS
Sérgio Francisco Schwarz, professor adjunto da Ufrgs, departamento de horticultura e silvicultura.
Celso Aita, Professor Associado da UFSM/Depto. Solos.
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