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Publicada em 03 de Novembro de 2025 às 14:00

Flexibilidade e trabalho

Flávia Mentone, CEO e sócio-fundadora da Reponto

Flávia Mentone, CEO e sócio-fundadora da Reponto

Divulgação/JC
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Flávia Mentone
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Implementado por muitas empresas, especialmente durante o período da pandemia, o home office até os dias de hoje continua sendo um modelo de trabalho eficiente, é claro, desde que bem estruturado. O problema é que o formato exige adaptações reais e compromissos constantes com uma cultura baseada em confiança e uma gestão que cobra resultados e não presença. Por isso muitas organizações têm dificuldade de evoluir com o modelo de forma saudável.
Os maiores desafios do home office envolvem comunicação, alinhamento de objetivos, manutenção da cultura organizacional e capacidade das lideranças de gerar o pertencimento entre colaboradores. Sabemos que a distância pode favorecer o isolamento e dificultar a gestão de performance, mas existe solução para isso. Para superar essas barreiras, é essencial adotar ferramentas de colaboração, promover feedback contínuo, reforçar os valores da empresa e valorizar, com empatia, o bem-estar e saúde mental dos trabalhadores. Na prática, equipes engajadas à distância dependem de uma gestão preparada, metas claras e o mais importante: confiança, equilíbrio e reconhecimento.
Não podemos nos esquecer das pontes que o home office é capaz de criar. Junto com o híbrido, esses modelos são extremamente positivos para eliminar barreiras estruturais e geográficas que impedem as grandes empresas de conhecer talentos diversos e agregar às suas equipes pessoas com deficiência ou grupos sub-representados, por exemplo. Além disso, essa flexibilidade facilita a conciliação entre vida pessoal e profissional, especialmente para pessoas cuidadoras, mães e pais que querem destaque na carreira, mas sem comprometer a vida familiar.
Mas para que a inclusão seja efetiva, as empresas precisam garantir acessibilidade digital, infraestrutura adequada e políticas ativas de diversidade e engajamento. Com o modelo bem estruturado, tanto as organizações quanto os colaboradores ganham com redução no custo e tempo de deslocamento, mais flexibilidade para equilibrar a vida profissional e familiar, mais bem-estar e mais autonomia para o desenvolvimento com foco em resultados.
Então, antes de cancelar o home office ou excluir de vez o modelo híbrido, vale repensar em como o mercado de trabalho e o mundo têm mudado. O sucesso não é mais apenas profissional, mas uma soma de fatores que envolvem ter mais tempo e qualidade de vida. Para isso, recomendo a implementação e monitoramento de cinco pilares essenciais na empresa: acessibilidade e diversidade, cultura de confiança, infraestrutura adequada, bem-estar e equilíbrio entre o pessoal e profissional e um sistema consistente de avaliação, que considera indicadores reais de entrega e produtividade.
Com planejamento, empatia e inovação, o home office tem potencial para se firmar como um modelo de trabalho inclusivo, produtivo e sustentável para o futuro do trabalho. Afinal, a verdadeira eficiência não está no formato escolhido, mas na forma como as lideranças cultivam o engajamento e o propósito de suas equipes. É esse comprometimento humano que sustenta e sempre sustentará qualquer modelo.

CEO e sócio-fundadora da Reponto, empresa especializada em recrutamento e seleção de Pessoas com Deficiência

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