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Opinião

Artigo

- Publicada em 29 de Junho de 2022 às 20:19

Agricultura brasileira e os fertilizantes

Valter Casarin
Valter Casarin
A agricultura brasileira caminha para se tornar a maior potência agrícola mundial. Atualmente, o Brasil é responsável por alimentar 1 em cada 8 habitantes do planeta, ou seja, cerca de 1 bilhão de pessoas. É o principal produtor de importantes culturas, como soja, milho, algodão, café, laranja e cana-de-açúcar. A constante quebra de recordes de produção está alicerçada sobre um solo ácido e pobre em nutrientes, principalmente os solos de Cerrado. Em muitas situações, são feitas duas ou três safras em uma mesma área. Essa situação faz com que a nossa agricultura seja totalmente dependente do uso de fertilizantes.
O Brasil é o 4º maior consumidor mundial de fertilizantes minerais e importa 85% da sua necessidade, ou seja, produzimos apenas 15% do nosso consumo. A alta dos preços dos fertilizantes minerais e o conflito entre Rússia e Ucrânia, somados às sanções impostas sobre a Bielorússia, criou alerta para a possível escassez de fertilizantes. Quase 23% das importações são provenientes da Rússia, incluindo metade do potássio consumido nacionalmente. Já a Bielorrússia, que fornece quase 7% dos fertilizantes usados no Brasil, anunciou que não pode mais honrar seus compromissos, com o fechamento de sua fronteira com a Lituânia. Esse cenário aqueceu os preços dos fertilizantes, e as informações são de crescimento no volume importado de fertilizantes, comparadas com o mesmo período de 2021.
Até quando o Brasil será refém da importação de fertilizantes? O governo anunciou, no início de março, o Plano Nacional de Fertilizantes (PNF), que tem como principal objetivo, até 2050, reduzir o volume de importação dos atuais 85% para 45%. Para isso acontecer o Brasil deseja aumentar a exploração das fontes minerais nacionais.
Inevitavelmente, os custos de produção irão aumentar e o produtor rural vai buscar caminhos e alternativas para continuar produzindo o nosso alimento de cada dia. Alguns poderão utilizar fertilizantes com menor tecnologia, outros poderão reduzir a adubação ou mesmo diminuir a área plantada. Esse é o momento para avaliar cada situação e encontrar a melhor solução diante da crise.
Se o Brasil pretende se firmar como potência agrícola mundial, esse é o momento para investimentos no setor de fertilizantes. O País não pode seguir na dependência da importação para exercer a sua principal vocação, que é a agricultura.
Coordenador Científico da Nutrientes para a Vida
 
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