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Opinião

- Publicada em 27 de Junho de 2022 às 00:35

Parque da Harmonia e a Cultura

A promessa é um novo parque, remodelado, cuidado, para erigir a cultura rio-grandense, ou como aparece neste contexto geográfico: a cultura gaúcha. Qual cultura? Do mito do monarca dos pampas? Aquela do mito açoriano, que desdenha a contribuição dos povos originários e dos negros escravizados? A cultura de nossa capital e do Estado é múltipla, multifacetada, plural. E assim ela tem que aparecer com ênfase. Quando se fala em retomada da Festa das Etnias é animador, e esperamos que sejam todas elas, pois aqui houve apagamentos na historiografia oficial. Que ali se façam seminários, cursos, atividades, mostras do que de fato é o nosso povo e a formação do "continente" rio-grandense. E que consigamos desvendar a História real da formação de nosso Estado, sem os mitos, sem as mentiras que nos impingiram até os dias atuais.
A promessa é um novo parque, remodelado, cuidado, para erigir a cultura rio-grandense, ou como aparece neste contexto geográfico: a cultura gaúcha. Qual cultura? Do mito do monarca dos pampas? Aquela do mito açoriano, que desdenha a contribuição dos povos originários e dos negros escravizados? A cultura de nossa capital e do Estado é múltipla, multifacetada, plural. E assim ela tem que aparecer com ênfase. Quando se fala em retomada da Festa das Etnias é animador, e esperamos que sejam todas elas, pois aqui houve apagamentos na historiografia oficial. Que ali se façam seminários, cursos, atividades, mostras do que de fato é o nosso povo e a formação do "continente" rio-grandense. E que consigamos desvendar a História real da formação de nosso Estado, sem os mitos, sem as mentiras que nos impingiram até os dias atuais.
Não vamos esquecer que a palavra gaudério era sinônimo de "bandoleiro", como muitos tivemos, que gaúcho era algo como o "estranho". A mudança foi operada por uma narrativa de louvor ao homem da campanha, das lutas que travamos. E, hoje, o gaudério ou o gaúcho é uma sublimação das guerras civis, a dos Farrapos, da Guerra Civil de 1893-5 e a última de 1924. Ou até mesmo quem ficou com Getúlio Vargas em 1930 ou ficou contra ele.
Não é apenas no campo do simbólico que nos preocupa o "novo parque", mas como os espaços serão utilizados. Pois ao ser criado, seu caráter era de um bem público de uso especial, numa tênue linha como um bem de uso comum do povo. Era um parque "misto", pois parte dele era de livre acesso, sem barreiras, noutras partes tinha "uso especial". Tenho a convicção de que os trâmites para licitar este espaço da forma que foi feito tem escassa base legal, pois até então as atividades comerciais realizadas tinham apenas permissão de uso, o que era a forma jurídica correta. Logo, feitos os trâmites entre a prefeitura e os vencedores da licitação de concessão, cabe à cidadania perguntar e ter respostas do poder público que deve gerenciar e fiscalizar o contrato entre as partes.
Por isso, as perguntas postas não podem causar estranheza ou ofender. O que causa estranheza é que não tenha havido mais questionamentos, seja na Câmara Municipal, seja dos órgãos de fiscalização e controle.
Professor, escritor, bacharel em Direito
e ex-vereador de Porto Alegre
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