A situação estrutural da ponte Giuseppe Garibaldi, que liga os municípios de Imbé e Tramandaí, vem preocupando o governo das duas cidades há muito tempo. No fim da semana passada, um novo episódio chamou a atenção de quem transita pelo local. Uma parte da mureta de contenção da cabeceira sul da ponte cedeu enquanto um pescador se escorava no local - ele não se feriu, segundo informações. Os prefeitos dos dois municípios foram ao local e fizeram cobranças aos governos estadual e federal.
O prefeito de Imbé, Pierre Emerim, lembrou que a novela para a construção de uma travessia alternativa vem de anos. Ele afirma que o contrato para liberação da contratação do projeto da nova ponte está parado em Brasília há mais de três meses. "Na semana retrasada, fiz uma manifestação explicando para a população como está o processo licitatório para contratação do projeto da nova ponte. E fiz um apelo para que alguém interviesse, junto ao governo federal, pela liberação do contrato que está para apreciação", disse. "Um ato de três minutos bastaria para autorizar o início do projeto", avalia.
O aval do governo federal é o último entrave para liberar a empresa vencedora do processo licitatório para iniciar os estudos. Através de parceria com o Ministério da Integração Nacional, a União liberou R$ 2,7 milhões para elaboração do projeto da nova travessia, além de estudo do traçado de engenharia e arquitetônico. Se o processo em Brasília não andar, Emerim fala, inclusive, em realizar uma denúncia formal. "Vamos ao Ministério Público Federal cobrar uma definição da União. E também denunciaremos o Estado no Ministério Público Estadual pela omissão de suas responsabilidades. A cada dia essa estrutura demonstra que a nossa população está em risco", alerta.
Uma equipe do Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem (Daer) esteve no local para substituir a mureta derrubada por uma estrutura provisória formada por madeiras, fitas e cones. "Estamos há anos alertando os governos estadual e federal. Essa ponte não reúne mais as condições necessárias para dar segurança às pessoas e aos veículos que por aqui passam diariamente", reclama Emerim. "O Daer faz pequenas reformas eventualmente, com poucos recursos, mas é um perigo. Quase tivemos uma tragédia na semana passada. Se essa proteção caiu, não tenho como ter certeza que os demais locais estão seguros", complementa.
O prefeito de Tramandaí, Luiz Carlos Gauto, lembra que, há anos, os dois governos municipais cobram melhorias significativas na estrutura atual e também a viabilidade de recursos, tanto na esfera estadual quanto na federal, para o projeto e para a construção de uma travessia alternativa. "Estamos alinhando esforços para buscar uma solução para o problema que vem de muitos anos. Buscamos, junto à bancada gaúcha, a garantia dos recursos necessários para contratação do projeto e estamos chamando a atenção de todos sobre as condições precárias para as pessoas e para o trânsito", diz o prefeito.