Em uma entrevista coletiva na sexta-feira (26), a prefeitura de Estrela, Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e entidades manifestaram o interesse público e coletivo das partes na troca da operadora de energia no município, hoje concessionada à RGE Sul Distribuidora. O movimento "Estrela quer energia" lançou um abaixo-assinado onde, com a adesão da comunidade, buscarão uma intervenção da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) para cassar e transferir a concessão na cidade do Vale do Taquari.
Alguns dos presentes vestiam uma camiseta alusiva à campanha, paga com recursos particulares. "Estrela quer energia. Ninguém aguenta ficar mais sem luz" é o slogan do movimento. Agora, o abaixo-assinado irá circular presencialmente pelo município e também poderá ser acessado de forma online. Após 20 dias, onde se buscará o máximo de adesão, o documento será entregue pessoalmente, pelas lideranças à frente do movimento, à diretoria da Aneel, em Brasília.
A medida foi tomada a partir de problemas enfrentados pela comunidade local em razão do desabastecimento elétrico ao longo dos anos, e agravados em períodos como os registrados recentemente, entre os quais as enchentes de 2023 e o vendaval do início deste ano. A demora por parte da concessionária na tomada de medidas e ações para amenização e solução dos problemas, assim como um plano para melhorias prévias na estrutura do serviço oferecido ajudaram, também, na campanha. Recentemente, o município entrou com mais uma Ação Civil Pública - outra já foi registrada no ano retrasado - contra a concessionária, cobrando a falta de fornecimento energético em localidades e propriedades do município, além de uma melhora na regularização dos serviços gerais.
O prefeito Elmar Schneider justificou a nova medida. "A população, com justificativa razão, reclama, e nós, como seus representantes diretos, buscamos respostas, diversas maneiras de solucionar a situação, medidas e melhorias. Contudo, após não encontrarmos satisfatórios retornos por parte de quem deve isso. Nós não vamos admitir que Estrela fique mais sem energia", frisou.
As demais autoridades também se manifestaram. Todos disseram entender, assim como enfatizou o presidente da Câmara de Comércio, Indústria, Serviços e Agronegócio (Cacis), Claus Wallauer, que Estrela passou por acontecimentos atípicos, mas que os problemas recorrentes com a falta de energia não são de apenas agora, e sim atravessam a década. "Por isso precisamos de uma ajuda mútua, uma mobilização de toda a comunidade, pois desejamos respostas efetivas, de ações de verdade", afirmou. Procurada, a RGE ainda não se manifestou até o fechamento desta edição.

Facebook
Google
Twitter