Com o objetivo de identificar os motivos, em nível local, para a queda nas coberturas vacinais de crianças, a Secretaria Municipal da Saúde (SMS) de Caxias do Sul realizou uma pesquisa online voltada a médicos e também a pais de meninos e meninas de até seis anos de idade. Os resultados indicaram, dentre outros aspectos, alto número de situações em que um pai escutou do médico a recomendação de que determinada vacina não era necessária (11% dos pais), e dentre os médicos, 29,2% de profissionais disseram não conhecer a eficácia de todos os imunizantes disponíveis no SUS.
A partir da análise dos dados coletados, a Vigilância Epidemiológica da SMS, em parceria com o Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde (CIEVS), traçou ações para enfrentar a resistência às vacinas e ampliar as coberturas, parte delas já iniciadas.
No Brasil, o Programa Nacional de Imunizações (PNI) disponibiliza acesso amplo e gratuito a todas as vacinas do calendário desde 1973. Ao longo dos anos, as coberturas vacinais têm sofrido queda em todo o país, tendo sido acentuada a partir de 2016 e agravada com a pandemia de covid-19, a partir de 2020.
A pesquisa apontou que, dentre os 72 médicos que responderam o questionário de 11 perguntas, 87,5% conseguem estar atualizados acerca do calendário vacinal do SUS previsto no PNI, mas 68,0% dizem não ter conhecimento da eficácia das diferentes vacinas.
Outros dados que preocupam a SMS são que somente 61,1% afirmaram ter conhecimento acerca da cobertura vacinal requerida para cada um dos imunizantes distribuídos no SUS. Além disso, 30,6% afirmam conhecer a cobertura vacinal requerida apenas para alguns imunizantes. Ao serem questionados sobre qual imunizante teriam receio de indicar, a vacina que combate a Covid-19 foi a mais citada, em 19,7% dos casos.

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