De acordo com os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), há 10 anos a população brasileira está envelhecendo de forma mais rápida. A partir disso, um novo projeto da Universidade Feevale busca melhorar a qualidade de vida dos moradores com mais de 50 anos da região do Vale do Sinos. O estudo do Centro Interdisciplinar de Pesquisas em Gerontologia funciona de maneira longitudinal, ou seja, com a coleta de feedback do mesmo grupo de indivíduos em um período específico, monitorando os recortes da saúde dos participantes de maneira física e psicológica ao longo dos anos.
Segundo a coordenadora da pesquisa, professora Geraldine Alves dos Santos, os estudos na área da Gerontologia são longitudinais e, segundo ela, no Brasil essa questão é complicada, justamente por precisarem de décadas de existência para obter resultados considerados impactantes. "O desafio é manter os participantes ativos, poder acompanhar periodicamente o desenvolvimento dos indivíduos, saber como e porque eles desenvolveram doenças ao longo dos anos, disse.
Dados de uma pesquisa publicada em maio pelo governo estadual apontam essa aceleração na idade média dos gaúchos. A mediana, que era de 32,66 anos em 2010 cresceu para 37,10 em 2021 - número que deve alcançar os 47,89 anos em 2060. Baseador nisso, um dos objetivos do projeto da universidade é entender a cultura e o cotidiano dos moradores do Vale dos Sinos para promover saúde a longo prazo, a fim de que haja o envelhecimento com saúde.
Os atendimentos à população não serão o foco do projeto, de acordo com a coordenadora. As equipes interdisciplinares para auxiliar e sugerir acompanhamento aos participantes a partir dos resultados obtidos com a intenção de deixá-los a par dos seus problemas. A universidade já atendia residentes de Novo Hamburgo, Ivoti e Dois Irmãos e agora busca trazer as pessoas até a Feevale, por uma questão de logística e equipamentos para atender os participantes da pesquisa.
Ao ser questionada sobre parcerias com os órgãos públicos, Geraldine cita que há boa vontade das prefeituras na evolução do projeto, justamente por tratar-se de um acompanhamento à longo prazo. Podem participar do estudo pessoas acima dos 50 anos que residam no Vale do Sinos. Não há nenhuma restrição para ser voluntário, apenas é solicitado que se tenha disponibilidade, uma vez que a ideia é acompanhar essas pessoas ao longo de suas vidas; elas deverão retornar periodicamente para refazer os testes.
A pesquisa busca montar grupos de apoio para melhor atender e englobar de acordo com as características das pessoas; sejam elas emocionais, nutricionais ou físicas. A universidade tem como expectativa tornar-se uma referência no estudo de Gerontologia e com o projeto conseguir melhorar e ampliar a qualidade de vida do Vale dos Sinos, não buscando que as pessoas vivam mais, mas que elas vivam melhor.
As atividades acontecerão em horários agendados, conforme disponibilidade dos participantes, no prédio Lilás, localizado no Campus II da Feevale, em Novo Hamburgo. Na sala do projeto, os voluntários serão recebidos pela equipe interdisciplinar, composta por professores e acadêmicos das mais diversas áreas, como Psicologia, Enfermagem, Geriatria, Educação Física, Cardiologia, Bioquímica, Filosofia, Nutrição e Quiropraxia, por exemplo, os quais farão as avaliações, entrevistas e monitoramentos de saúde.

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