Enquanto grande parte das pessoas precisaram se isolar para prevenir o contágio do novo coronavírus, os profissionais da saúde tiveram uma realidade bem diferente: enfrentaram um período de diversos desafios e incertezas e se tornaram verdadeiros heróis ao atuarem na linha de frente no combate ao vírus. Os residentes multiprofissionais da Universidade de Passo Fundo (UPF) se juntaram às equipes de saúde e foram fundamentais nesse processo de atendimento aos pacientes, atuando nos hospitais e no principal centro de triagem da Covid-19, em Passo Fundo, o Cais Petrópolis.
Para o enfermeiro Jonata de Mello, egresso do programa de Residência Multiprofissional em Atenção ao Câncer da UPF, vinculado ao Hospital de Clínicas de Passo Fundo (HCPF), estar diante de um vírus até então desconhecido e mortal, foi bastante desafiador. "Quando fomos convocados para enfrentar esse desafio, de primeiro momento foi assustador por se sentir impotente diante daquela situação. Mas, com o passar dos dias, comecei a perceber a importância da nossa presença ali e como isso fazia diferença na vida de todos que estavam necessitando de nós e de nossos cuidados", afirma o profissional.
Estar na linha de frente no combate ao coronavírus também foi uma experiência desafiadora para a enfermeira egressa da Residência Multiprofissional em Saúde do Idoso, Estefânia da Silva Oliveira. "Participar de um programa de residência já é considerado, por si só, desafiador, mas se tornou ainda mais quando precisei encarar a pandemia da Covid-19, uma doença desconhecida e que tomou uma dimensão jamais imaginada", afirma Estefânia, que atuou na linha de frente auxiliando na triagem do Cais Petrópolis e na área hospitalar nas UTIs Covid do Hospital São Vicente de Paulo.
Segundo ela, as incertezas sobre prevenção e tratamento e o medo de ser contaminada com a forma mais grave da doença eram constantes e faziam companhia ao cansaço físico e mental, que se tornaram companheiros diários. "Apesar disso, o desejo de estar presente ajudando a salvar o maior número de vidas sempre falou mais alto que os sentimentos negativos. Cada extubação, cada alta da UTI era uma vitória que nos dava entusiasmo para voltar no outro dia", pontua a profissional.
A ideia de realizar uma residência surgiu durante a graduação, por entender que a Enfermagem é uma profissão que necessita de atualização constante. "A minha ideia era fazer algo que melhorasse e possibilitasse um período a mais de ensino prático na assistência, pontua Estefânia, que ao término da residência foi contratada pelo hospital.