No coração de Caxias do Sul, mais especificamente no 2º e 3º andar da Casa da Cultura Percy Vargas de Abreu e Lima, a Biblioteca Pública Municipal Dr. Demetrio Niederauer completou 75 anos de história dentro e fora dos livros. Fundada em 1947, desde então oferece à comunidade o acesso à cultura e à informação.
Para comemorar o aniversário da Biblioteca, a secretária municipal de Cultura, Aline Zilli entregou para Iraci Maboni, leitora que já retirou cerca de 880 livros desde que houve a implantação do sistema informatizado em 2009, o selo que celebra a data. Além de marcar presença assídua na Biblioteca, a leitora retirava os livros para fazer a leitura para pessoas cegas, dentro de um projeto criado por ela mesma.
O diretor do Livro, Literatura e Leitura, Cássio Immig, participou da entrega. "A vida é um livro de obra aberta, sempre tem uma pincelada da vida de quem lê", disse Iraci, que recebeu em primeira mão, o selo comemorativo. A Biblioteca possui em torno de 100 mil livros disponibilizando o empréstimo dos mesmos, além de CDs, DVDs e livros em braille; espaço para leitura e pesquisa e amplo acervo de livros técnicos, didáticos, de referência e periódicos.
No segundo andar, que neste momento encontra-se fechado para o público, é um espaço dedicado à leitura local e também ao "Projeto Livro Livre" que é uma ação de troca de livros, na qual o leitor traz um livro seu e troca por um do acervo do projeto. Além disso, também é feito um serviço de apoio à cidadania para aquelas pessoas que não possuem internet.
Já o terceiro andar, é o local onde ficam as sessões circulante, infantil e de obras raras que são anteriores ao século XX e possui uma coleção com cerca de 800 títulos, entre eles: "Gaú- chê- rama- ura", de Zulmiro Lino Lermen; poema publicado no Jornal Pioneiro em várias partes, recortado e colado sobre o texto do livro "Seara Vermelha", de Jorge Amado. Exemplar único e com anotações manuscritas.
Também, Juca Mulato por Menotti del Picchia e ilustrado e colorido por Martha Pawlowna Schidrowitz, em 1947, que pertenceu a Rosália Eberle Peroni. Livro impresso em papel espesso, feito à mão, com vinhetas e figuras de várias cores, à feição de xilogravuras que reproduzem o cunho populista do tema. Encadernação feita à mão em pele natural de cavalo "pigarço"e título gravado a fogo. Além desses, outra obra rara é "A Mariuccia", de Cesare Fallabrino; livro poesia caxiense em italiano, do ano de 1935, exemplar manuscrito com capa em couro com indicação de título, página de sumário solta e apresenta foto do autor.