A superpopulação de pombos em Caxias do Sul, principalmente na área central e bairros próximos, terá atenção especial. A situação é alvo de cobranças de setores empresariais, comunitários, jurídicos e de saúde em razão do acúmulo de fezes nas ruas, praças e prédios; da invasão dos estabelecimentos; dos prejuízos aos monumentos públicos e imóveis privados; e do aumento na incidência de outros animais, como ratos e baratas, dentre outras espécies.
Diante do quadro que se agrava, segundo a prefeitura, pela conduta de um grupo reduzido de pessoas que descumpre a lei que proíbe a alimentação dos pombos, o município adotará medidas mais severas que visam colocar fim a esta prática. Uma delas já está na Câmara de Vereadores. Por meio de projeto de lei, o Executivo propõe mudança no valor atual das multas a quem descumpre a lei de 2013, que proíbe a alimentação dos pombos.
Se aprovada, a multa pode subir de pouco mais de R$ 400,00 para R$ 4 mil. Antes de iniciar as punições, a Secretaria do Meio Ambiente iniciará um trabalho de conscientização junto às pessoas que alimentam as aves indevidamente. "Já as temos identificadas. Agora, vamos notificá-las sobre o descumprimento e as penalidades, informando sobre todos os prejuízos que a superpopulação causa à comunidade em geral", ressalta o titular da pasta, João Osório Martins.
O coordenador do Departamento de Proteção Animal da secretaria, veterinário Paulo Bastiani, explanou sobre os principais problemas causados pelo excesso de aves, com ênfase para a saúde. Relatou como possíveis doenças transmissíveis a criptococose, que provoca falta de ar, espirros constantes, coriza, fraqueza e dor no corpo; histoplasmose, causadora de febre, tosse seca, dor no peito e inchaço nas pernas (ambas originárias de fungo encontrado nas fezes); e toxoplasmose, responsável por coriza, dor no corpo, de cabeça e garganta.
Nos últimos anos têm sido crescente a incidência de meningite e leptospirose em Caxias do Sul. De 2011 a 2021, são 105 casos de leptospirose; em 2022, já há seis confirmados. De meningite, são 14 casos no período; em 2022, ainda não há registros.
A pomba da praça, como é popularmente conhecida, é uma ave exótica e doméstica, de origem europeia e asiática, que vive até 17 anos na natureza. No ambiente urbano, este período é encurtado, podendo cair para seis anos. A reprodução ocorre de cinco a seis vezes no ano, com dois ovos chocados pelas fêmeas. Os filhotes estão prontos para voarem entre 40 e 45 dias.