A crise financeira no Hospital Beneficente São Vicente de Paulo (HSVP), em Osório, foi tema do fórum promovido pelo Legislativo osoriense no Plenário Francisco Maineri. O evento foi proposto pelo vereador João Pereira (MDB), com o intuito de ampliar as discussões sobre os problemas enfrentados pela instituição de saúde, que acumula um déficit mensal de cerca de R$ 1,3 milhão, considerando a receita média de R$ 1,7 milhão e as despesas, que chegam a R$ 3 milhões.
O presidente em exercício da Casa Legislativa, Miguel Calderon (PP), salientou a importância do HSVP para a população, lembrando que a instituição filantrópica completou 97 anos de prestação de serviços. Reafirmou que as questões envolvendo o hospital são de interesse de toda a sociedade. Representando a Associação dos Municípios do Litoral Norte do RS (Amlinorte), o prefeito em exercício de Osório, Charlon Müller, frisou a necessidade da mobilização coletiva, com a participação efetiva das lideranças políticas da região. Informou que no dia 2 de agosto na sede da Amlinorte, ocorrerá a primeira reunião do grupo de trabalho definido durante encontro com a secretária estadual da Saúde, Arita Bergmann, para tratar sobre o hospital.
O HSVP presta atendimento, em média, a 70% dos pacientes via Sistema Único de Saúde (SUS) e 30% de convênios e particulares. Conforme o diretor-presidente da instituição, Marco Aurélio Pereira, em relação ao SUS, no mês de junho, foram atendidas 1.473 emergências e realizados 6.267 exames laboratoriais, 239 mamografias, 507 tomografias, 162 cirurgias e 339 internações. O dirigente alertou que a busca por alternativas para solucionar a crise, que remonta há mais de duas décadas, tem sido constante para evitar a paralisação dos serviços hospitalares.
O superintendente da Federação das Santas Casas e Hospitais Beneficentes, Religiosos e Filantrópicos do RS, André Emílio Lagemann, afirmou que durante a pandemia de Covid-19, as instituições de saúde filantrópicas foram responsáveis pela maioria absoluta dos atendimentos. De acordo com ele, superlotações generalizadas, alto custo e déficits na prestação de serviços frente a contraprestação estabelecida pelo sistema, marcaram a pandemia.