Os produtores de lúpulo do Rio Grande do Sul são jovens, a maioria é do sexo masculino, produz em áreas com até cinco hectares, pretende ampliar o cultivo, está na atividade há no máximo três anos, produz suas próprias mudas e utiliza sistema de irrigação. Os dados fazem parte de um questionário, respondido por 40 produtores gaúchos participantes do Projeto Monitoramento e Desenvolvimento da Cultura do Lúpulo. Os resultados foram apresentados no Seminário sobre Produção de Lúpulo no RS, que ocorreu nesta semana, de forma online.
O projeto está no seu segundo ano e é desenvolvido pelo Departamento de Diagnóstico e Pesquisa Agropecuária da secretaria da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural, em parceria com a Emater, Universidade de Caxias do Sul (UCS) e Universidade Estadual do Rio Grande do Sul (Uergs). São 40 produtores de 32 municípios, sendo que a maioria está concentrada nas regiões Norte, Nordeste e Centro. No primeiro ano do projeto participaram nove produtores da Serra, Campos de Cima da Serra e Hortências.
A pesquisa mostrou que 55% têm idade entre 30 e 39 anos, e 20% tem entre 50 e 59 anos. Além disso, a ampla maioria (90%) é de homem, sendo 75% proprietários da terra e 50% deles estão na atividade há menos de três anos.
No RS, são cerca de 20 variedades de lúpulo produzidos. "Cada variedade é indicada para a produção de um tipo de cerveja, por isso as diversas variedades cultivadas no Rio Grande do Sul", destaca o engenheiro agrônomo Carlos Alberto Oliveira, do Centro Estadual de Diagnóstico e Pesquisa em Vitivinicultura de Caxias do Sul. A maioria dos produtores gaúchos usa o sistema de irrigação do tipo gotejamento para a cultura, e faz a sua própria produção de mudas. Os sistemas mais utilizados são de treliça alta em V, treliça alta com haste única e latada.
"Os principais destinos do lúpulo são a produção própria de cerveja (62,5%), cervejarias artesanais (50%) e microcervejarias (45%). A entrega para grandes cervejarias ainda é pequena", destaca o pesquisador. Segundo Oliveira, a demanda é muito grande, já que 90% do lúpulo são importados.
"É um cultivo que está em expansão no país, vários produtores têm interesse no lúpulo e o aumento da área cultivada mostra isso", destaca o médico veterinário Alexander Cenci, pesquisador da secretaria da Agricultura. Para ele, as novas dinâmicas do mercado cervejeiro estão abrindo os mercados, e a parceria que está sendo desenvolvida entre universidades, pesquisadores, produtores, Emater e secretaria da Agricultura é muito importante para o fortalecimento desta nova cadeia produtiva.