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Internacional

- Publicada em 29 de Julho de 2021 às 18:07

Castillo escolhe deputado esquerdista para ser primeiro-ministro do Peru

Anúncio de Castillo ocorreu em uma cerimônia simbólica de posse presidencial, em Ayacucho

Anúncio de Castillo ocorreu em uma cerimônia simbólica de posse presidencial, em Ayacucho


ERNESTO BENAVIDES/AFP/JC
O novo presidente peruano, Pedro Castillo, escolheu nesta quinta-feira (29) Guido Bellido Ugarte, um congressista de seu próprio partido, o esquerdista Perú Libre, para ser o primeiro-ministro do país andino.
O novo presidente peruano, Pedro Castillo, escolheu nesta quinta-feira (29) Guido Bellido Ugarte, um congressista de seu próprio partido, o esquerdista Perú Libre, para ser o primeiro-ministro do país andino.
Ugarte é um nome próximo ao principal líder político da legenda, Vladimir Cerrón, um dirigente de esquerda radical, admirador do chavismo, que está condenado por corrupção e por isso não pôde concorrer à presidência. Cerrón é o padrinho político de Castillo, que tomou posse na quarta-feira (28).
A escolha de Ugarte, 41 anos, eleito representante por Cuzco no Parlamento, é um sinal de que Castillo levará adiante o projeto anunciado de descentralizar a administração. "Não será mais necessário ir até Lima, o governo estará em todos os cantos do país", afirmou, pouco antes de fazer a nomeação.
O primeiro-ministro escolhido pelo presidente tem uma investigação aberta contra si por "estimular o terrorismo". Ele já deu algumas declarações a favor do grupo guerrilheiro Sendero Luminoso, cujo enfrentamento com o Estado peruano gerou mais de 70 mil mortes nos anos 1980 e 1990.
O anúncio ocorreu em uma cerimônia simbólica de posse presidencial, em Ayacucho, local de uma das batalhas pela independência mais importantes da região. A posse de Castillo ocorre em meio às comemorações dos 200 anos da data.
Em um discurso mais breve que o do dia anterior, Castillo voltou a afirmar que combaterá a corrupção, enviará um projeto de lei para convocar uma nova Assembleia Constituinte por meio de referendo e que lutará contra os abusos do atual poder econômico.
Estavam presentes os presidentes Sebastián Piñera (Chile), Luis Arce (Bolívia), Alberto Fernández (Argentina) e o ex-presidente boliviano Evo Morales. Eles viajaram desde Lima, onde no dia anterior assistiram à posse formal de Castillo. Os mandatários não resistiram e tiraram selfies do lugar, um sítio histórico e turístico dos mais importantes do Peru.
A cerimônia foi assistida por uma multidão, que esteve afastada do cenário principal por grades de metal. Em alguns momentos, a euforia fez com que alguns conseguissem furar a barreira, mas foram contidos por agentes de segurança. Não houve respeito ao distanciamento social.
Em Ayacucho, Castillo é muito popular, tendo ganhado o segundo turno com 84% dos votos. Em seu discurso, fez uma convocatória para que "os povos originários participem do governo". Depois dos discursos, houve um show de dança popular regional. O hino nacional do Peru foi entoado em quéchua e em espanhol.
A posse simbólica fez parte do plano de mostrar sua administração como descentralizada. O mesmo havia sido feito pelo ex-mandatário Alejandro Toledo, em 2001, quando celebrou um juramento simbólico na cidade de Cuzco. Também realizaram festas parecidas os dirigentes do MAS (Movimento ao Socialismo) na Bolívia. Tanto Evo Morales como Luis Arce celebraram, além das cerimônias formais na capital do país, um ritual junto aos indígenas, na cidade pré-colombiana de Tiauanaco.
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