Corrigir texto

Se você encontrou algum erro nesta notícia, por favor preencha o formulário abaixo e clique em enviar. Este formulário destina-se somente à comunicação de erros.

Internacional

- Publicada em 15 de Abril de 2021 às 16:35

Chefe de governo de Buenos Aires ataca medidas contra Covid de Fernández e promete ir à justiça

Para embarcar no transporte público em Buenos Aires, é preciso mostrar um código QR em um aplicativo

Para embarcar no transporte público em Buenos Aires, é preciso mostrar um código QR em um aplicativo


RONALDO SCHEMIDT/AFP/JC
Diante de uma rápida escalada, registrando quase cinco vezes mais casos diários de Covid-19 do que há um mês, atribuída principalmente à circulação das novas variantes, a Argentina enfrenta uma segunda onda da pandemia com sucessivos recordes, quase 28 mil registros de infecção na quarta-feira (14) e um total acumulado de mortos que ultrapassa os 58 mil.
Diante de uma rápida escalada, registrando quase cinco vezes mais casos diários de Covid-19 do que há um mês, atribuída principalmente à circulação das novas variantes, a Argentina enfrenta uma segunda onda da pandemia com sucessivos recordes, quase 28 mil registros de infecção na quarta-feira (14) e um total acumulado de mortos que ultrapassa os 58 mil.
Com bares e restaurantes em Buenos Aires lotados quase todas as noites, com frequentadores aproveitando os últimos dias de calor do ano, o presidente Alberto Fernández decidiu endurecer as medidas ainda mais e anunciou uma extensão da proibição de circulação noturna, a redução do horário comercial e o fechamento de escolas na região metropolitana de Buenos Aires. A partir desta sexta-feira (16), o toque de recolher será das 20h às 6h, e o horário comercial, das 9h às 19h. Em relação às escolas, os estudantes da capital voltarão ao ensino remoto por duas semanas a partir de segunda-feira (19).
Outra batalha se dá no transporte público. O governo nacional conseguiu se impor no que diz respeito à limitação de seu uso por trabalhadores essenciais e docentes. O cumprimento da medida, no entanto, é atributo dos governos locais - para embarcar, é preciso mostrar um código QR em um aplicativo -, e a vigilância não tem sido rígida.
A medida não agradou em nada o chefe de governo da cidade de Buenos Aires. Horacio Rodríguez Larreta atacou duramente Fernández em entrevista coletiva na sede do Executivo local nesta quinta-feira (15).
Larreta afirma que o líder argentino decidiu implementar um toque de recolher e suspender as aulas na região metropolitana de Buenos Aires sem consultá-lo, diferentemente de vezes anteriores. "É inexplicável o que o presidente fez. Não nos avisou, tomou uma decisão repentina e em desacordo com o que tínhamos combinado. Assim, rompeu nossa forma de trabalhar juntos para derrotar o coronavírus", disse.
O chefe de governo da cidade, que tem status de província, afirmou também que apelará à Corte Suprema de Justiça e que espera uma decisão favorável antes que as escolas cumpram o decreto presidencial. "Tenho a responsabilidade de fazer tudo o que estiver ao meu alcance para manter as crianças nas escolas, e vamos insistir", disse Larreta. "Nós nos baseamos em dados científicos, e não na estratégia do medo usada pelo presidente. Sabemos que o nível de contágio nas escolas é muito baixo."
Fernández e Larreta são de partidos opostos. O presidente, assim como o governador da província de Buenos Aires, Axel Kicillof, é peronista, enquanto Larreta representa a oposição, liderada pelo ex-presidente Mauricio Macri (2015-2019). Tanto Larreta como Kicillof pretendem concorrer à sucessão presidencial de 2023 e, por isso, as posturas adotadas durante a pandemia miram disputas futuras.
Enquanto Larreta sinaliza ao mercado com mais aberturas e flexibilizações, Kicillof chegou a pedir a Fernández um lockdown na província devido ao aumento de casos de Covid-19. Segundo dados do Ministério da Saúde, a ocupação de leitos de UTI na região metropolitana de Buenos Aires está em quase 80%.
Larreta também criticou a campanha de vacinação, que vem ocorrendo de modo muito lento no país, devido a um atraso do laboratório russo Gamaleya, fabricante do imunizante Sputnik V. Até agora, a Argentina aplicou a primeira dose em 11% da população, de acordo com dados do jornal norte-americano The New York Times. Quando consideradas as duas doses, a cifra cai para 1,7%.
"O presidente tomou essa atitude (adoção de novas restrições) porque não está conseguindo cumprir o seu plano de vacinação. Em vez de ser transparente e assumir que acabaram as vacinas, prefere adotar medidas como esta. Em Buenos Aires, cada vacina que chega nós aplicamos. E, a partir da semana que vem, estaremos sem vacinas. Fernández não admite que seu plano falhou", acrescentou Larreta.
A imunização no país também vem sendo realizada, nas últimas semanas, com doses dos fármacos produzidos pela AstraZeneca e pelo laboratório chinês Sinopharm.
Por volta do meio-dia, houve uma passeata na região do Obelisco, no centro de Buenos Aires, organizada por trabalhadores do setor gastronômico, que se vê afetado pelos seis meses de fechamento dos estabelecimentos em 2020 e, agora, com a obrigação de fechar os negócios a partir das 20h. Um outro ato está planejado para ocorrer em frente à residência de Olivos, onde vive o presidente, a partir das 18h.
Conteúdo Publicitário
Leia também
Comentários CORRIGIR TEXTO