O principal oponente do Kremlin, Alexei Navalny, chegou neste domingo (28) a uma região a 200 quilômetros a leste de Moscou para dar entrada em uma colônia penal
onde cumprirá sua pena de 2 anos e 8 meses, informou a agência de notícias russa RIA.
Segundo o secretário-geral do Comissão Pública de Monitoramento de Moscou, Alexeï Melnikov, Navalny será colocado em quarentena antes de ser transferido para uma das prisões da região.
O opositor será transferido para a colônia penal número 2, localizada na pequena cidade de Pokrov, na região de Vladimir, na Rússia europeia. Este centro de detenção, com capacidade para 800 reclusos, está em regime normal, ou seja, as condições de detenção são menos severas do que wm outras prisões.
Na sexta-feira (25), o chefe dos serviços prisionais russos, Alexander Kalashnikov, anunciou que Navalny já havia sido transferido. "Nenhuma ameaça à sua vida ou saúde pesa sobre o principal adversário do país", acrescentou.
Como nos dias da ex-União Soviética, a maioria das penas de prisão na Rússia são cumpridas em campos de prisioneiros que às vezes ficam longe de tudo. O trabalho dos prisioneiros, geralmente em oficinas de costura ou móveis, é frequentemente obrigatório.
A justiça russa confirmou na semana passada a sentença do ativista anticorrupção de 44 anos em um caso de fraude, que remonta a 2014. Tanto Navalny quanto governos ocidentais e ONGs denunciam a prisão como política. No total, ele foi condenado a três anos e meio de detenção, dos quais já cumpriu dez meses em regime domiciliar.
Em 2014, ele teve uma sentença de prisão por fraude comutada em uma ação que classifica como perseguição judicial. Embora nominalmente independente, o Judiciário russo é usualmente alinhado ao Kremlin. O opositor também foi multado por difamação e
aguarda novos julgamentos e investigação por fraude, punível com dez anos de prisão.