As medidas restritivas vieram depois de um grande protesto na capital, Naipidau, cidade construída pelos militares para ser a sede do governo e habitada quase toda por funcionários públicos e seus parentes - o que mostraria o nível de insatisfação da população. O ato foi reprimido com canhões de água e os agentes de segurança ameaçaram atirar contra a multidão. Outras cidades do país também registraram manifestações.
Conforme as ordens dos militares, estão vetadas reuniões com mais de cinco pessoas e carreatas. Em Yangon e Mandalai, o toque de recolher passou a vigorar na segunda-feira (8) e vale das 20h às 4h, onde são registradas as maiores manifestações contra o golpe de Estado.
Nessa segunda, manifestantes se reuniram em um cruzamento no centro da cidade levantando saudações com três dedos - um símbolo de resistência - e carregando cartazes escritos dizendo: "Rejeite o golpe militar" e "Justiça para Mianmar".
Houve atos em pelo menos outras cinco cidades. A crescente onda de protestos - particularmente em Naipidau, onde manifestações de rua são incomuns - chama a atenção em um país cujos governos militares costumam reprimir com violência os dissidentes.
"Não queremos a junta militar", disse Daw Moe, um manifestante em Yangon. "Nós nunca quisemos esta junta. Ninguém quer isso. Todas as pessoas estão prontas para lutar contra eles."
(FONTE: ASSOCIATED PRESS)
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.