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Ensino Superior

- Publicada em 02 de Dezembro de 2022 às 12:58

Audiência pública debate fechamento de cursos de pós-graduação em universidades particulares

Representantes das universidades e das entidades estudantis debateram alternativas para a crise

Representantes das universidades e das entidades estudantis debateram alternativas para a crise


MARIA AMÉLIA VARGAS/ESPECIAL/DIVULGAÇÃO/JC
Maria Amélia Vargas
Alternativas para a extinção de 12 cursos do Programas de Pós-Graduação da Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos) e da Pós-Graduação em Serviço Social da Pontifícia Universidade do Rio Grande do Sul (Pucrs) estiveram em debate na Assembleia Legislativa nesta sexta-feira (2). Em audiência pública proposta pela Comissão de Educação da Assembleia Legislativa e conduzida pela deputada estadual Luciana Genro (PSOL), representantes das instituições de ensino e de entidades estudantis apresentaram suas posições e ouviram as contrapartidas.
Alternativas para a extinção de 12 cursos do Programas de Pós-Graduação da Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos) e da Pós-Graduação em Serviço Social da Pontifícia Universidade do Rio Grande do Sul (Pucrs) estiveram em debate na Assembleia Legislativa nesta sexta-feira (2). Em audiência pública proposta pela Comissão de Educação da Assembleia Legislativa e conduzida pela deputada estadual Luciana Genro (PSOL), representantes das instituições de ensino e de entidades estudantis apresentaram suas posições e ouviram as contrapartidas.
“A situação é preocupante porque, além dos fechamentos dos cursos, muitos professores foram demitidos. Mas nós sabemos que estes problemas não se limitam à Unisinos e à Pucrs, mas afetam todas as universidades privadas e comunitárias que não são 100% financiadas pelo governo e têm sofrido as consequências da política destruidora do governo Bolsonaro”, destacou a deputada na abertura da reunião.
Segundo a coordenadora do Diretório Central de Estudantes (DCE) da Unisinos, Rosana Carpena da Silva, a decisão “pegou todo mundo de surpresa em julho, e ainda não entendemos os motivos claros para estes encerramentos, visto que são cursos muito bem conceituados e que ainda têm procura. Precisamos trazer isso a público, porque as conversas internas não levaram a resultados”.
Da mesma opinião, a presidente do DCE da Pucrs, Anne Moraes de Franco, lembrou que o PPG de Serviço Social da instituição “é o único no Estado que tem a possibilidade de doutorado e é o único na Região Sul do País com a nota sete na Capes”. Para Anne, “a falta de abertura de novos vestibulares de graduação neste curso, que ocorre desde 2022, também colabora para a baixa procura na pós”.
Entre as alternativas, o coordenador da Ação Libertadora Estudantil, Fernando Fontoura, sugere que, em vez de se fechar os PPGs, unam disciplinas similares em uma mesma pasta. “Esta não é a solução, mas um caminho, pois existem estudantes que estavam sendo orientados por professores demitidos e outros que estavam em processo seletivo encerrados de uma hora pra outra”, completou Fontoura.
De outro lado, os representantes das universidades alegam redução no número de alunos e poucas ações e programas desenvolvidos pelo Estado em prol da manutenção destes cursos. Para a diretora de Pesquisa e Pós-graduação da Unisinos, Maura Corcini Lopes, “o que aconteceu nessas duas comunitárias é só a ponta do iceberg. Temos uma função social e precisamos políticas públicas, porque nós vivemos de mensalidade. Nossa estrutura é toda pensada para uma grande quantidade de estudantes e se você reduz em menos de 50% este número, precisamos encontrar saídas”.
Na avaliação do pró-reitor de pesquisa e pós-graduação da Pucrs, Carlos Eduardo Lobo e Silva, esta crise nas faculdades comunitárias tem uma questão que vai além do corte de bolsas. “A Pucrs trabalha com o tripé de graduação, pós-graduação e pesquisa, que precisa estar bem equacionado para que tenha sustentabilidade econômica. Nós tivemos uma queda muito grande no número de alunos de graduação e este tripé ficou torto. Perdemos muitos alunos nos últimos 10 anos e mantivemos os cursos, mas chegou um momento que precisamos reajustar, até para que os cursos não percam a sua excelência e disso não vamos abrir mão”, ressaltou.
Em nota, a Unisinos afirmou que enfrentou um impacto significativo para a manutenção dos cursos de pós-graduação após a queda de cerca de 50% nas matrículas da graduação, uma vez que recursos essenciais para o sustento dos cursos foram reduzidos. "A decisão de descontinuar cursos se deu para manter o padrão de excelência da Universidade, em um plano de reestruturação pensado no longo prazo, com foco na perenidade da instituição", complementa a universidade.
"Essa é uma chance de olharmos, juntos, para as raízes dessas dificuldades que levam a essas escolhas difíceis, mas que precisam ser tomadas para manter a responsabilidade fiscal das instituições. Temos de pensar no futuro das universidades comunitárias e em alternativas e soluções para enfrentar a redução de recursos e deprogramas de incentivo e de crédito educativo e garantir a sustentabilidade", destacou a representante da Unisinos na audiência pública, a professora e diretora da Unidade Acadêmica de Pesquisa e Pós-Graduação, Maura Corcini.
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