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Educação

- Publicada em 31 de Julho de 2022 às 10:25

Disponível em 94% escolas, aulas de reforço chegam apenas para 39% dos estudantes

De acordo com o estudo, 21% dos estudantes podem desistir da escola

De acordo com o estudo, 21% dos estudantes podem desistir da escola


PEDRO REVILLION/PALÁCIO PIRATINI/JC
Agência Brasil
Enquanto 94% das unidades de ensino oferecem algum tipo de ação para enfrentar os desafios resultantes da pandemia de covid-19, apenas 39% dos alunos têm possibilidade de participar de aulas de reforço. A pesquisa, realizada pelo Instituto Datafolha com pais e responsáveis por estudantes de escolas públicas brasileiras, também mostra que apenas 40% dos estudantes recebem apoio psicológico.
Enquanto 94% das unidades de ensino oferecem algum tipo de ação para enfrentar os desafios resultantes da pandemia de covid-19, apenas 39% dos alunos têm possibilidade de participar de aulas de reforço. A pesquisa, realizada pelo Instituto Datafolha com pais e responsáveis por estudantes de escolas públicas brasileiras, também mostra que apenas 40% dos estudantes recebem apoio psicológico.
"Há desigualdade na oferta do reforço, seja em termos de mais oferta para escolas públicas com maior nível socioeconômico, quando comparados com escolas com menor nível socioeconômico, mas também quando a gente olha e compara regiões do Brasil", disse a gerente de Pesquisa e Desenvolvimento do Itaú Social, Patrícia Mota Guedes.
O estudo Educação na Perspectiva dos Estudantes e Suas Famílias foi realizado a pedido do Itaú Social, da Fundação Lemann e do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e ouviu, em maio, 1.308 pais ou responsáveis por 1.869 estudantes. Para 74% dos pais ou responsáveis, ações de apoio psicológico contribuem muito para os alunos, enquanto 70% destacam a importância do reforço escolar.
No sul do País, o percentual de estudantes de escolas com aulas de reforço é de 53%, já no Nordeste, cai para 28%. Essa diferença também se expressa entre os matriculados em escolas públicas com maior nível socioeconômico (43%) e os que estudam em escolas com menor nível socioeconômico (33%).
A promoção de espaços para interação com os colegas, jogos, brincadeiras e saraus estão entre as atividades desenvolvidas para lidar com lacunas impostas pelo ensino remoto - que foram relatadas em oito em cada dez entrevistados. Também foram relatadas, por sete a cada dez estudantes, avaliações para conhecer, diagnosticar e acompanhar as dificuldades de aprendizagem.
Os dados reunidos pelo Datafolha também mostram que 21% dos estudantes podem desistir da escola. Já no ensino médio, este percentual sobe para 28%. A perda do interesse pelos estudos é o principal motivo para tal preocupação, citada por 32% dos entrevistados. Além disso, a falta de acolhimento foi apontada como preocupação dos pais em relação ao abandono e a evasão, com 23%.
Na avaliação de Patrícia, os resultados evidenciam a necessidade de estratégias conjuntas, que envolvam tanto questões didáticas quanto políticas públicas de educação. Do ponto de vista pedagógico, Patrícia propõe ações que engajem e estimulem os estudantes. Pensar na infraestrutura física de modo que atenda às demandas de atividades complementares, por exemplo, é fundamental durante a aprendizagem.
"Temos escolas e redes públicas de ensino com enorme dificuldade de conseguir espaços para realizar atividades complementares, para além do horário da aula. São escolas que têm dois turnos, ou mais, que já têm situações limitadas de espaço físico", explica. Nesse sentido, são sugeridas parcerias com outros equipamentos públicos e organizações sociais no território que podem contribuir para superar esse desafio.
A gerente de Pesquisa e Desenvolvimento do Itaú Social ressalta ainda a importância da contratação e do volume do trabalho dos professores. "Eu trouxe a importância de pensar em didáticas que engajem, que estimulem, que busquem o protagonismo dos estudantes, e que, ao mesmo tempo, sejam feitas por professores. Esses professores precisam ter condições de trabalho que viabilizem e os estimulem, que viabilizem esse tempo necessário."

Ciclos de aprendizagem

Desde 2022, apenas 6% dos estudantes em fase de alfabetização fizeram a maior parte das atividades escolares de forma presencial. Para 37%, as aulas ocorreram com atividades impressas e pela internet, e para 34%, foram apenas atividades impressas. Para metade dos responsáveis, o ensino remoto prejudicou muito o aprendizado.
Nos anos finais do ensino fundamental, foi relatada a dificuldade de 47% dos estudantes em ter vários professores, característica dessa fase escolar. O desafio é antigo, mas, para os responsáveis, foi agravado pela pandemia. Para eles, 16% dos estudantes nessa etapa tiveram dificuldades em termos de comportamento após o período de retomada presencial da escola.
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