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Patrimônio

- Publicada em 28 de Setembro de 2021 às 17:33

Inadimplentes do Mercado Público devem R$ 1 milhão à prefeitura de Porto Alegre

Oito bancas do Mercado estão entre 17 e 81 meses sem pagar aluguel pelo uso do espaço

Oito bancas do Mercado estão entre 17 e 81 meses sem pagar aluguel pelo uso do espaço


MARIANA ALVES/JC
Oito bancas inadimplentes do Mercado Público de Porto Alegre já somam R$ 1,09 milhão em dívidas com a prefeitura. Esses permissionários, com atrasos entre 17 e 81 meses do aluguel de exploração comercial das bancas, correm o risco de perder a concessão de uso dos espaços estabelecidos pelo Termo de Permissão de Uso (TPU), prestes a vencer.
Oito bancas inadimplentes do Mercado Público de Porto Alegre já somam R$ 1,09 milhão em dívidas com a prefeitura. Esses permissionários, com atrasos entre 17 e 81 meses do aluguel de exploração comercial das bancas, correm o risco de perder a concessão de uso dos espaços estabelecidos pelo Termo de Permissão de Uso (TPU), prestes a vencer.
Segundo a administração municipal, o ano iniciou com 35% de inadimplência entre os 103 concessionários do centro de abastecimento. Após meses de conversas, negociações e renegociações, esse número caiu para 7%. Dos oito permissionários em atraso, cinco não apresentam histórico de descumprimento de acordos e, portanto, ainda estão aptos a negociar com o Paço Municipal a manutenção das bancas - três deles, inclusive, já iniciaram o processo de pagamento dos valores devidos.
Já os três maiores inadimplentes, que acumulam dívidas de R$ 258 mil, R$ 243 mil e R$ 175 mil, já acordaram anteriormente a quitação com a prefeitura, mas descumpriram os acordos, e terão de deixar as bancas no Mercado Público. “Desde o início do ano estamos tratando com os permissionários. Temos três que já fizeram acordo e não pagaram, e para esses vamos manter a decisão de desocupação dos espaços”, afirmou o secretário de Administração e Patrimônio da Capital, André Barbosa.
Caso os outros cinco não façam acordo para a quitação das dívidas, também serão notificados a desocupar o local. “A ideia não é perseguir ninguém. Queremos boa fé nas relações. Mas não podem dois ou três não pagar, em detrimento de quem está em dia. Isso é ruim para o Mercado em si. Talvez por isso esteja nessa situação de sucateamento”, disse Barbosa.
De acordo com a presidente da Associação do Comércio do Mercado Público Central (Ascomepc), Adriana Kauer, muitos mercadeiros vinham há mais de três anos tentando negociar com a prefeitura, sem êxito. Nesse sentido, ela vê um avanço dos esforços da atual gestão em tentar resolver o problema. No entanto, lastima as dificuldades dos permissionários que não têm como arcar com as dívidas acumuladas.
"Lamentamos muito que um colega passe por necessidade e não consiga administrar o seu negócio, é uma situação triste. Ao mesmo tempo, reconhecemos o mérito da prefeitura em abrir um canal de conversação e permitir o acerto dos valores em atraso", comenta.
Ela destaca, ainda, que as negociações são conduzidas individualmente por cada permissionário, cabendo à Associação apenas a intermediação com a prefeitura. "Sempre fomos parceiros dos permissionários e intercedemos pelos pagamentos", relata.
Em meio aos acertos para reaver os pagamentos em atraso, o Paço Municipal terá ainda de renovar a concessão da maioria das bancas do Mercado Público, o mais tradicional ponto de comércio e gastronomia da Capital. Dos 130 pontos em operação no local, 95% tiveram as permissões vencidas entre agosto e setembro, o que exigirá da prefeitura o estabelecimento de um novo TPU para garantir aos comerciantes a manutenção dos espaços.

Município espera ter segundo piso ocupado em março de 2022

Andar superior  está desocupado desde 2013, por conta do incêndio

Andar superior está desocupado desde 2013, por conta do incêndio


MARIANA ALVES/JC
A prefeitura de Porto Alegre traça o plano para voltar a ocupar o segundo andar do Mercado Público, atingido por um incêndio em 2013, a partir de março de 2022. 
Para efetivar o projeto, prepara um estudo que já conta com sinalização positiva da empresa Multiplan, voltado à reforma estrutural do piso superior, com obras em toda a parte elétrica, nos elevadores e escadas rolantes. A ideia, nos próximos meses, é lançar ainda um edital para ocupar os 34 espaços vagos, com permissões de exploração comercial de 10 anos.
O processo correrá em paralelo à nova licitação preparada para as bancas do andar inferior. Como o primeiro piso está atualmente ocupado e em pleno funcionamento, inclusive com bancas instaladas há décadas, será um trabalho mais longo e complexo do que a licitação para  a reforma do segundo pavimento.
“Estamos traçando um planejamento, em conjunto com as pastas de Desenvolvimento Econômico e da Cultura, para valorizar quem já está lá há mais de 100, 80, 50 anos. Estudamos uma maneira de que isso seja levado em conta, sem ferir o princípio da ampla concorrência no processo licitatório. Não dá para colocar o Gambrinus (restaurante mais antigo de Porto Alegre, fundado em 1889), por exemplo, em pé de igualdade com uma empresa que começou a operar no local no ano passado”, enfatiza o secretário de Administração e Patrimônio da Capital, André Barbosa.
A presidente da Associação do Comércio do Mercado Público Central (Ascomepc), Adriana Kauer, lembra que a entidade chegou a apresentar, em fevereiro, um projeto voltado a agilizar a reforma do segundo andar, elaborado pela empresa Natureza Urbana, e que seria gerenciado pelos próprios permissionários.
O plano, segundo ela, previa a reabertura do segundo piso em 120 dias. Em troca, a governança do Mercado Público ficaria por 25 anos, sem custos, nas mãos dos permissionários. A proposta, no entanto, não foi aceita pelo município. "Se tocássemos a reforma pelas mãos dos mercadeiros, ela seria mais rápida. Agora, teremos de aguardar a entrega do projeto pela Multiplan, em outubro, e a previsão de conclusão somente para março do ano que vem", lamenta.