O sargento Lúcio Ubirajara de Freitas Munhós tinha 51 anos e atuou no combate ao fogo, mesmo estando de folga. O corpo de Munhós foi achado a três metros da outra vítima fatal, o primeiro-tenente Deroci de Almeida da Costa, 46 anos.
A confirmação do resgate dos dois corpos com o fim das buscas foi comunicado pelo governador Eduardo Leite (PSDB), vice-governador e titular da Segurança Pública, Ranolfo Vieira Júnior (PTB), e comando dos Bombeiros no local do prédio.
“Mais uma vez, ressalto que esses bombeiros cumpriram ao extremo seu juramento de colocar sua vida em risco para salvar outras vidas. E, seguramente, salvaram muitas vidas, da sua própria guarnição, que estavam fazendo o combate ao incêndio, garantindo que ninguém ficasse para trás, assim como os 115 homens e mulheres que também cumpriram seu juramento de não deixar ninguém para trás e se mantiveram até agora em busca dos colegas desaparecidos”, reforçou o governador Eduardo Leite, em coletiva de imprensa concedida em frente ao prédio da SSP, já na madrugada desta quinta-feira (22).
No primeiro resgate, um exame de papiloscopia (identificação de impressões digitais) confirmou a identidade Costa.
De acordo com o governo, homens da corporação e cães treinados deram indicações mais precisas em relação à localização em um acumulado de escombros de cerca de seis metros. As equipes de Busca e Salvamento e de Busca e Resgate em Estruturas Colapsadas (Brec) seguiram com a remoção das estruturas dos pavimentos desabados até a localização dos corpos.
O corpo do segundo desaparecido foi encaminhado para necropsia e para a verificação para depois ser liberado para que os familiares possam fazer as cerimônias de sepultamento.
Desde o início dos trabalhos de combate ao incêndio no prédio, na noite de 14 de julho, o CBMRS organizou uma estrutura operacional completa para viabilizar o trabalho ininterrupto de combate ao fogo e resfriamento da área. Tão logo foi verificada a ausência de dois bombeiros militares que atuavam na ação, também foi mobilizada toda a capacidade de busca e resgate aos desaparecidos.
Nesta quarta-feira (21), 115 pessoas, entre bombeiros militares e técnicos, estavam atuando nas buscas e no trabalho de remoção de escombros para ampliar os acessos ao prédio.
Com mais de 30 anos de serviço, o segundo-sargento Munhós já tinha condições de se aposentar e estava de folga no dia do incêndio. “Ele seguia conosco porque realmente gostava do que fazia, saiu de casa assim que soube da ocorrência. Veio de Viamão para Porto Alegre para ajudar seus companheiros que estavam servindo naquela noite. E estava ajudando o oficial tenente Almeida, que era o responsável inicialmente por toda atividade operacional de combate ao fogo”, detalhou o comandante-geral do CBMRS, César Eduardo Bonfanti.
O corpo já foi encaminhado ao Instituto-Geral de Perícias (IGP) para a devida identificação e liberação. Paralelamente, o governo do Estado dará todo suporte às famílias para que rapidamente sejam encaminhadas as honras e os tributos justos ao tenente Almeida e ao sargento Munhós.