Túlio Portella, Diretor comercial da B&T Câmbio. Possui MBA em Comércio Exterior e Negócios Internacionais pela - FGV e Pós Graduação em Gestão de Empresas Familiares - PUC-RIO, @jcgeracaoe

É lembrar que o trabalho significa uma parte do que contribui para a felicidade

Transição de carreira em 2023: a maioria não tem medo de sair da zona de conforto

Túlio Portella, Diretor comercial da B&T Câmbio. Possui MBA em Comércio Exterior e Negócios Internacionais pela - FGV e Pós Graduação em Gestão de Empresas Familiares - PUC-RIO

É lembrar que o trabalho significa uma parte do que contribui para a felicidade

"Sair da zona de conforto" virou um mantra repetido como se os profissionais quisessem se abrigar dentro de uma caixinha onde nenhuma novidade acontece - e precisássemos convencê-los a sair. Não acredito, no entanto, que de fato eles queiram ficar lá. Passamos os últimos anos ouvindo que o mundo mudou rápido demais, mas devemos lembrar que quem nunca mudou tão rápido foram as pessoas. Gente como eu e você que, antes de ouvir sobre a importância de se arriscar em novos caminhos, já dava novos rumos à carreira.
Quer um exemplo? A quantidade de brasileiros vivendo no exterior nunca foi tão alta. O número de profissionais qualificados que solicitam visto de trabalho nos EUA atingiu o maior patamar em uma década. Os pedidos desses documentos de grupos como pesquisadores, gerentes de multinacionais e pós-graduados, saltou 135% em 2020, comparado aos cinco anos anteriores. São pessoas que arriscaram mudar de país e abriram mão de certos sonhos para realizar outros. Fazer uma transição de carreira é estar aberto a esse tipo de troca.
Também é escolher. Em um mundo de inovação em que surgem novas profissões em tempo recorde, a mudança que um profissional quer - ou se sente forçado a fazer - pode levá-lo a deixar para trás paixões. Em determinada fase da vida, ele percebe que por algum motivo o rumo profissional que decidiu seguir não funciona mais. Isso pode gerar ansiedade, incerteza e a desconfiança de que jamais seremos felizes em uma nova área. Esqueça. Pode soar poético, mas fazer uma transição de carreira é estar aberto a encontrar novas formas de ser feliz. É lembrar que o trabalho significa uma parte do que contribui para a felicidade. Se adequado à agenda, planilha e propósito, dá liberdade de ter mais tempo com os filhos, segurança financeira e equilibrar vida pessoal e profissional. Por isso, não tenha medo de mudar. As pessoas não estão tendo. Entre 2014 e 2020, no Rio de Janeiro, dados do Instituto Nacional de Estudo e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) indicam um aumento de 60% no número de alunos que ingressaram na segunda graduação. Uma pesquisa do Linkedin deste ano observou que metade dos profissionais no Brasil pretende mudar de área. Dos que têm entre 16 e 24 anos, o percentual sobe para 61%.
Preciso contar um "segredo": há 10 anos, eu era recém-formado em Biologia, queria me tornar cientista. A paixão pela natureza me aproximou do mar. Virei influenciador digital. Saía para remar e era reconhecido nas ruas do Rio de Janeiro por mais de 5 mil pessoas que acompanhavam minhas aventuras de caiaque no YouTube. O próximo passo seria o Mestrado, não foi. Os ventos mudaram e eu remei em outra direção. Troquei as sandálias e a bermuda pelo terno. As ondas do mar pelos altos e baixos do mercado financeiro. Nesse novo caminho, conheci colegas que mudaram de área e aumentaram até dez vezes o salário. Outros que quase foram mandados embora, mas ao trocarem de função revelaram talentos.
Se não der para realizar a transformação de uma vez, faça aos poucos. Experimente, tente quanto for necessário. Não fomos feitos para ficar na zona de conforto. Nosso estado natural é fora dela.
 
ARQUIVO PESSOAL/DIVULGAÇÃO/JC
Tulio Portella, diretor comercial da B&T Câmbio
Túlio Portella, Diretor comercial da B&T Câmbio. Possui MBA em Comércio Exterior e Negócios Internacionais pela - FGV e Pós Graduação em Gestão de Empresas Familiares - PUC-RIO, @jcgeracaoe

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