Júlia Pavan, estudante e presidente executiva da FEJESP -- Federação das Empresas Juniores do Estado de São Paulo

Jovens entram na faculdade esperando exercer suas atividades e descobrir na prática como funciona a profissão

A importância das empresas juniores na formação dos jovens

Júlia Pavan, estudante e presidente executiva da FEJESP -- Federação das Empresas Juniores do Estado de São Paulo

Jovens entram na faculdade esperando exercer suas atividades e descobrir na prática como funciona a profissão

Para quem sai da universidade, ingressar no mercado de trabalho é um desafio cada vez maior. Os cursos de graduação proporcionam um embasamento teórico e técnico bastante satisfatório, mas quando chega o momento de partir para a prática o aluno sente falta da vivência que só a experiência dentro do ambiente corporativo pode oferecer. Em meio a muitas dúvidas, imaturos e sem esperanças de conseguir rapidamente o primeiro emprego - já que muitas empresas ainda não estão abertas a formar novos talentos - muitos se desanimam. E esse desânimo no início da carreira, infelizmente, acaba impactando em toda sua vida profissional.
Hoje, por exemplo, um estudo do Sebrae mostra que a faixa etária de 18 a 24 anos é a que menos se arrisca a abrir um negócio e a que menos empreende, representando apenas 6,8% dos empreendedores do país. O desemprego também é um grave problema: as estatísticas mostram que quase 30% da parcela jovem da população está desempregada, cerca de 15% a mais que a média nacional de pessoas nessa situação.
Sendo assim, há atualmente no jovem uma grande preocupação em buscar atividades extracurriculares, especialmente as voltadas para a experiência prática. Nesse sentido, ganham força as empresas juniores, que possibilitam esse aprendizado, dando a oportunidade para os estudantes realizarem a gestão de projetos reais e vivenciarem situações com clientes, oferecendo uma didática avançada e flexibilidade de ensino com um professor orientador ou profissional da área. Tudo o que é faturado com esses projetos é reinvestido na vivência empresarial dos participantes, para auxiliar na sua capacitação pessoal e profissional. Uma empresa júnior é totalmente sem fins lucrativos - seu principal objetivo é ajudar a melhorar a educação no nosso país e a difundir o empreendedorismo jovem.
As empresas juniores incentivam, através da educação e do empreendedorismo, os jovens a entrarem no mercado de trabalho e a buscarem constantemente seu desenvolvimento e crescimento pessoal e profissional. O Movimento Empresa Júnior (MEJ), representado no país pela Brasil Júnior (Confederação Brasileira de Empresas Juniores), tem como principal missão atuar como agente de formação de lideranças comprometidas e capazes de transformar o País em um Brasil empreendedor.
A postura empreendedora construída a partir das experiências nas empresas juniores é algo que se destaca e permanece, impulsionando a carreira dos jovens. Fazendo parte dessas empresas, nós, jovens, temos a oportunidade - única -, ainda durante a graduação, de aprender como é a realidade do mercado dentro da área que escolhemos e nos acostumamos, entre outras coisas, a trabalhar como um time e a apresentar resultados. Isso porque, como acontece na realidade do mundo corporativo, as empresas juniores têm todo um planejamento estratégico e metas para serem alcançadas. Por isso, quem faz parte delas precisa realmente vestir a camisa e trabalhar para esse objetivo comum. Isso desenvolve muito o aluno. Aí, quando esse aluno vai para um estágio, está muito mais preparado. Por isso o grande sucesso dos empresários juniores dentro do mercado de trabalho.
Estando melhor preparado, a tendência é que o jovem consiga mais rápido um lugar ao sol no competitivo mundo corporativo. Como mostra a Pesquisa de Mensuração de Impacto realizada no ano passado pelo MEJ, um jovem que participa de uma empresa júnior pode entrar até quatro vezes mais rápido no mercado de trabalho quando comparado com os outros jovens que não têm essa experiência. Esse dado é reforçado por um levantamento do Nube, que indica que apenas 14,87% dos recém-formados entre 2019 e 2020 conseguiram empregos em sua área de formação em até três meses, enquanto 52,98% dos estudantes que fizeram parte do movimento de empresas juniores declararam estar empregados neste período de tempo.
Criado no Brasil em 1988, o MEJ, hoje, está presente em mais de 300 universidades no país e conta com mais de mil e quinhentas empresas juniores. Só em São Paulo, a Federação das Empresas Juniores do Estado (FEJESP) reúne mais de 200 empresas juniores e cerca de 5 mil empresários juniores, em 48 instituições de ensino superior. No ano passado, o movimento foi responsável pela formação empreendedora de cerca de 33 mil jovens espalhados pelo país e pelo faturamento de R 71 milhões. Diante de uma realidade que mostra ser tão hostil com os jovens, a oportunidade oferecida a nós pelas empresas juniores não deve ser desperdiçada. Ela representa uma chance de futuro promissor aos milhares de jovens brasileiros que hoje se sentem sem esperança.
 
FEJESP/Divulgação/JC
Júlia Pavan
Júlia Pavan, estudante e presidente executiva da FEJESP -- Federação das Empresas Juniores do Estado de São Paulo

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