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Fórmula 1

- Publicada em 25 de Janeiro de 2023 às 20:13

Possível venda da F1 expõe racha entre FIA e donos da categoria

Segundo a Bloomberg, interesse saudita para comprar a F1 seria de uma cifra de US$ 20 bilhões (R$ 100 bi)

Segundo a Bloomberg, interesse saudita para comprar a F1 seria de uma cifra de US$ 20 bilhões (R$ 100 bi)


PAUL CROCK/AFP/JC
Folhapress
Os carros da temporada 2023 da Fórmula 1 nem foram apresentados e o clima já esquentou na categoria, com ameaças públicas envolvendo a entidade reguladora, a Federação Internacional de Automobilismo (FIA), e sua detentora de direitos comerciais, a Liberty Media. Tudo por conta da divulgação de uma suposta proposta do fundo soberano da Arábia Saudita de compra da categoria.
Os carros da temporada 2023 da Fórmula 1 nem foram apresentados e o clima já esquentou na categoria, com ameaças públicas envolvendo a entidade reguladora, a Federação Internacional de Automobilismo (FIA), e sua detentora de direitos comerciais, a Liberty Media. Tudo por conta da divulgação de uma suposta proposta do fundo soberano da Arábia Saudita de compra da categoria.
A matéria sobre o interesse dos sauditas foi publicada pelo site Bloomberg, focado no mundo dos negócios, e fala em uma proposta de US$ 20 bilhões (mais de R$ 100 bilhões) que teria sido rejeitada pela Liberty Media. A empresa norte-americana comprou os direitos comerciais da Fórmula 1 em 2016 em negócio que envolveu US$ 6 bilhões.
O presidente da FIA, Mohammed Ben Sulayem, logo veio a público para questionar o valor da transação em nome da entidade. "É aconselhável que qualquer comprador em potencial aplique o senso comum e considere o bem maior para o esporte e surja como um plano limpo e sustentável, e não apenas um caminhão de dinheiro. É nosso dever considerar o impacto futuro para os promotores, em relação às taxas cobradas para receber as provas e custos comerciais, ou qualquer impacto que isso teria entre os torcedores."
Os advogados da Liberty Media, então, enviaram uma carta, que acabou se tornando de conhecimento público, ao Conselho Mundial da FIA, dizendo que qualquer interferência inaceitável no direito de comercialização da F1 poderia resultar em responsabilização legal. Ou seja, se as declarações do presidente da FIA desvalorizarem o esporte, a entidade será processada.
Não é de hoje que existe tensão entre a FIA e a Liberty Media, que controla os direitos comerciais da F1 há seis anos. São eles que fecham os contratos com os promotores de GP, com os patrocinadores, com as emissoras de TV, são eles os responsáveis por toda a presença nas mídias sociais e pelo aplicativo F1TV. São eles, também, que repassam parte dos lucros às equipes, que estão presas à Liberty por meio de um contrato chamado Pacto da Concórdia, que tem duração até o final de 2025.
A FIA também é signatária do pacto e recebe da Liberty para ser a entidade reguladora. Cabe a eles gerirem as regras técnicas, financeiras e esportivas e também prover os serviços de segurança durante os GPs (centro médico e fiscais de pista, etc). Assim, a F1 tem a chancela da FIA.
Ao mesmo tempo, a FIA teve falhas graves. Da condução da decisão do campeonato de pilotos de 2021 à regra mal escrita que confundiu até as equipes no bicampeonato de Max Verstappen no GP do Japão, os exemplos são muitos e gritantes. Paralelamente a isso, a entidade viu um rombo - fala-se em US$ 60 milhões - em suas contas no pós-pandemia.
Ao longo do último ano, a Liberty demitiu boa parte de seu efetivo na Inglaterra e vem encontrando maneiras de minimizar ao máximo as viagens, também para cortar custos. E já vinha circulando desde o início da temporada no paddock a informação de que eles teriam oferecido o produto para os sauditas e ouvido um sonoro não.
Mas por que os norte-americanos estariam interessados em se livrar de um produto que vem batendo recordes de lucro? A resposta estaria ligada à diminuição da operação. O investimento da Liberty para fazer o bolo crescer, especialmente na parte de internet, que era incipiente na era Ecclestone, foi bastante alto e o retorno não acompanhou. A longo prazo, isso não seria sustentável, então é melhor vender seu produto na alta do que esperar uma queda. E, na alta, quem quiser comprar, vai acabar pagando mais do que deveria.
 
Folhapress
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