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Esportes

- Publicada em 20 de Dezembro de 2021 às 17:02

Cruzeiro pode abrir caminho para 'fila' de clubes à procura de donos

Dos R$ 400 milhões investidos por Ronaldo Nazário, R$ 100 mi serão destinados às dívidas do clube

Dos R$ 400 milhões investidos por Ronaldo Nazário, R$ 100 mi serão destinados às dívidas do clube


XP/DIVULGAÇÃO/JC
Ao anunciar o investimento de R$ 400 milhões para se tornar acionista majoritário do Cruzeiro SAF, a Sociedade Anônima do Futebol criada pelo clube mineiro para abrir seu capital, Ronaldo Nazário disse que espera iniciar um movimento para "quebrar paradigmas" e incentivar outros times a aderir ao modelo empresarial.
Ao anunciar o investimento de R$ 400 milhões para se tornar acionista majoritário do Cruzeiro SAF, a Sociedade Anônima do Futebol criada pelo clube mineiro para abrir seu capital, Ronaldo Nazário disse que espera iniciar um movimento para "quebrar paradigmas" e incentivar outros times a aderir ao modelo empresarial.
A expectativa do ex-jogador, que também é dono do Valladolid, da Espanha, é ver cada vez mais clubes do Brasil se transformarem em empresas, sobretudo aqueles que sofrem com dívidas enormes, como é o caso do Cruzeiro - estimativas apontam que o clube deve cerca de R$ 1 bilhão.
O cenário em que os mineiros se encontram foi determinante para a SAF cruzeirense ser constituída, há duas semanas. Na sexta-feira (17), conselheiros e associados aprovaram uma mudança no estatuto para que até 90% das ações da SAF pudessem ficar nas mãos de investidores. No dia seguinte, Ronaldo anunciou a compra de toda essa fatia.
"Os clubes vão observar de perto como o Cruzeiro vai se portar, mas a resistência deles com esse modelo diminuiu muito, justamente pela necessidade de mudança olhando para um passado atolado em dívidas. Agora é a hora de profissionalizar de vez", afirma Renê Salviano, dono da agência de marketing esportivo HeatMap. Até janeiro, ele comandou a coordenação comercial e a diretoria de marketing e novos negócios do Cruzeiro.
Em 2022, o time celeste vai disputar a Série B do Campeonato Brasileiro pelo terceiro ano consecutivo. Do aporte feito pelo Fenômeno, a previsão é que cerca de R$ 100 milhões sejam destinados para o pagamento das dívidas que pertencem à agremiação, mas que também passam a ser de responsabilidade solidária da SAF.
Ao comentar a negociação, José Berenguer, CEO do Banco XP, que intermediou o acerto, afirmou que o Botafogo será o próximo a ter o aporte de investidores no País. O clube carioca, que retornará à elite do Brasileiro em 2022, também tem dívidas próximas a R$ 1 bilhão.
"Não tenho dúvida de que começamos hoje a transformar a história do futebol nacional. O Cruzeiro é só o primeiro. Outras negociações semelhantes envolvendo os clubes brasileiros estão por vir. O Botafogo será o próximo, também assessorado pelo nosso Investment Banking", projetou Berenguer.
Para Pedro Trengrouse, professor da FGV e coordenador do Programa Executivo FGV/Fifa/CIES em Gestão do Esporte, é natural que clubes em situações financeiras mais difíceis se movimentem primeiro. "É uma questão de sobrevivência", diz.
"Nos países em que clubes não nasceram empresas, só se transformaram porque foram obrigados por lei, como aconteceu na França e na Espanha. Em Portugal, primeiro fizeram uma lei, como a nossa, tentando criar incentivos. Não houve aderência. Alguns anos depois, a lei obrigou e os clubes então se estruturaram empresarialmente", acrescenta Trengrouse.
Entre os times que disputarão a Série A no próximo ano, Athletico e América-MG já aprovaram internamente a adesão ao modelo da SAF e esperam em breve anunciar os próximos passos do negócio. Os mineiros têm conversas avançadas com o empresário norte-americano Joseph DaGrosa. Atlético-GO, Juventude e Coritiba também possuem planos de aderir.
O São Paulo é outro que tem um projeto para desmembrar as atividades sociais do futebol profissional, que viraria uma SAF. O documento está pronto desde 2017 para avaliação do conselho administrativo, mas ainda não teve encaminhamento.
Red Bull Bragantino e Cuiabá já são clubes-empresa, porém adotaram o modelo que já estava em vigor na legislação brasileira. No time paulista, todos os títulos de sócios foram comprados pela marca austríaca. Já a equipe do Mato Grosso pertence à família Dresch.
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