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Coronavirus

- Publicada em 19 de Agosto de 2021 às 18:30

Apesar do aumento de casos confirmados, variante Delta avança em ritmo lento no RS

Chegada da Delta, 90% mais transmíssivel, gera novo momento da pandemia no Estado

Chegada da Delta, 90% mais transmíssivel, gera novo momento da pandemia no Estado


LOIC VENANCE/AFP/JC
Fernanda Crancio
O aumento da presença da variante Delta do coronavírus no Rio Grande do Sul tem gerado apreensão em relação ao impacto que ela trará ao cenário da pandemia. Mais transmissível que a P1, linhagem dominante até então no Estado e no Brasil, a cepa já teve transmissão comunitária confirmada em Porto Alegre, gerou dois casos entre os pacientes vítimas do surto no Hospital Conceição, e circula em diversas cidades gaúchas. No entanto, apesar de um crescimento expressivo por aqui nas últimas cinco semanas, ele ainda é considerado lento no RS, onde a Delta tem causado mais sintomas leves aos infectados e poucos registros de hospitalização ou agravamento do quadro dos pacientes.
O aumento da presença da variante Delta do coronavírus no Rio Grande do Sul tem gerado apreensão em relação ao impacto que ela trará ao cenário da pandemia. Mais transmissível que a P1, linhagem dominante até então no Estado e no Brasil, a cepa já teve transmissão comunitária confirmada em Porto Alegre, gerou dois casos entre os pacientes vítimas do surto no Hospital Conceição, e circula em diversas cidades gaúchas. No entanto, apesar de um crescimento expressivo por aqui nas últimas cinco semanas, ele ainda é considerado lento no RS, onde a Delta tem causado mais sintomas leves aos infectados e poucos registros de hospitalização ou agravamento do quadro dos pacientes.
    
"O Estado tem apresentado crescimento ainda lento dos casos da Delta em relação a outros países. A gente esperava essa disseminação, dada à transmissibilidade em relação à P1, mas não sabíamos como se daria o comportamento da variante. Comparando com Estados Unidos, Reino Unido e Israel, por exemplo, na quinta semana de circulação a Delta já era dominante", explica Richard Salvato, especialista em saúde do Centro Estadual de Vigilância em Saúde (Cevs).
Embora não haja comprovação a respeito, há a hipótese de que o comportamento da cepa no Estado- menos agressivo e com disseminação não tão rápida- esteja relacionado ao fato de conviver com a variante P1 no mesmo ambiente, além de chegar ao RS em um momento de vacinação avançada, pelo menos em primeira dose. Em outros países, a Delta vem superando variantes e teve transmissibilidade 90% maior do que entre as cepas identificadas no início da pandemia. "Tudo indica que a Delta está encontrando uma dificuldade em se propagar e predominar no Estado, e isso talvez tenha relação direta com a P1, já que não tínhamos nenhum outro país com a predominância dela, apenas o Brasil", afirma o especialista.
De acordo com a atualização do boletim genômico divulgado pelo Centro Estadual de Vigilância em Saúde (Cevs) nesta semana, já são 161 casos identificados da Delta, 18% entre as amostras de Covid analisadas no RS. Desses casos, 66 já foram confirmados, e 95 prováveis casos ainda aguardam resultado do sequenciamento genômico final.
"Hoje não podemos afirmar que a Delta vai se tornar predominante ou apenas coexistir com a P1 no Estado. Sua transmissão está demorando mais, mas ainda não se sabe como será nem sua característica clínica sobre os pacientes daqui pra frente. Por isso a vigilância que estamos fazendo semanalmente, em tempo real, é tão importante", avalia Salvato.
Ele alerta, no entanto, que a Delta segue sendo uma variante de preocupação pelo grau de transmissibilidade, e sua presença deve ser motivo de atenção para que os gaúchos reforcem os cuidados preventivos - principalmente o uso de máscara, evitar aglomerações e manter ventilação dos ambientes-, especialmente os vacinados, que podem se infectar.
"Apesar de estarmos em um momento mais confiante, com diminuição de óbitos e hospitalizações, é um novo momento da pandemia com a entrada de uma variante mais transmissível, e isso ainda representa riscos, inclusive aos vacinados, que podem ter sintomas leves, mas transmitir a doença aos outros", ressalta.
Segundo Salvato, já está comprovado que uma pessoa contaminada pela Delta pode repassar o vírus a muitas outras, inclusive causando contaminação em massa e surtos, como os localizados em hospitais recentemente. Até o momento, há casos confirmados da Delta em 22 municípios gaúchos, e 26 cidades com casos prováveis da variante.
A região do Vale do Sinos é a que apresenta maior número de casos. Estudo recente do Laboratório de Microbiologia Molecular da Feevale identificou presença da Delta em 25% das amostras coletadas em 12 cidades. Foram identificados e sequenciados 86 genomas completos do coronavírus em amostras coletadas nos municípios e em viajantes no Aeroporto Salgado Filho, entre 15 de junho e 9 de agosto. Dessas amostras, apenas seis eram oriundas de indivíduos vacinados.
De acordo com o virologista da Feevale Fernando Spilki, os dados corroboram os achados recentes encontrados em outros estados brasileiros, que indicam uma continuada evolução e diversificação da variante P1, bem como a ocorrência crescente da variante Delta.

Municípios com casos já confirmados da Delta:

  • Alvorada, Canoas, Capão da Canoa, Carlos Barbosa, Caxias do Sul, Estância Velha, Esteio, Garibaldi, Gramado, Guaíba, Nova Bassano, Novo Hamburgo, Panambi, Passo Fundo, Pelotas, Porto Alegre, Santa Maria, Santana do Livramento, São José dos Ausentes, São Leopoldo, Sapucaia do Sul e Triunfo.

Municípios com casos prováveis de Delta:

  • Alegrete, Alvorada, Bom Retiro do Sul, Cachoeirinha, Canela, Canoas, Capão Da Canoa, Caxias Do Sul, Cidreira, Esteio, Garibaldi, Gramado, Gravataí, Guaíba, Montenegro, Não-Me-Toque, Novo Hamburgo, Paraí, Passo Fundo, Porto Alegre, Santo Ângelo, São Francisco de Paula, São Leopoldo, Sapucaia Do Sul, Vacaria e Viamão.
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