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Publicada em 07 de Maio de 2025 às 18:54

Analfabetismo funcional é ameaça ao desenvolvimento

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Os dados do Indicador de Alfabetismo Funcional (Inaf) divulgados nesta semana mostram o cenário preocupante do ensino brasileiro e a ameaça ao desenvolvimento do País. Dos 212.583.750 de brasileiros, 29% dos que estão na faixa dos 15 a 64 anos sabem ler e escrever, mas são incapazes de ler e compreender textos mais elaborados e realizar operações matemáticas mais complexas.
Os dados do Indicador de Alfabetismo Funcional (Inaf) divulgados nesta semana mostram o cenário preocupante do ensino brasileiro e a ameaça ao desenvolvimento do País. Dos 212.583.750 de brasileiros, 29% dos que estão na faixa dos 15 a 64 anos sabem ler e escrever, mas são incapazes de ler e compreender textos mais elaborados e realizar operações matemáticas mais complexas.
O estudo foi realizado pela Ação Educativa, associação civil sem fins lucrativos. Foram entrevistadas 2.544 pessoas em todas as regiões do Brasil., que responderam a testes com perguntas sobre situações do cotidiano, em diferentes graus de dificuldade.
Os resultados mostram que o analfabetismo funcional é mais evidente entre pessoas de 40 a 60 anos. Atinge até quem têm o Ensino Superior - 12% dos que estão no nível considerado proficiente também têm dificuldades com leituras e cálculos. As populações de 15 e 29 anos e de 30 a 39 anos são as mais alfabetizadas funcionalmente, segundo o Inaf.
A pesquisa começou em 2001 e, até 2009, vinha mostrando queda no analfabetismo funcional. Desde então, os números mostram que não houve avanços nesse quesito com redução do índice. O País mantém 7% da população dentro do nível de analfabetismo funcional absoluto, condição onde a pessoa não consegue ler palavras e frases, mas identifica alguns números por memorização, como o do telefone ou da casa.
Essas lacunas no conhecimento se refletem não só em tarefas cotidianas como acabam por impactar diretamente na profissionalização, levando a um mercado de trabalho sem qualificação. É o apagão da mão de obra, onde as empresas têm dificuldades de encontrar profissionais capacitados para desempenhar as funções.
Conseguir um emprego com melhor remuneração para quem não domina o básico da leitura ou das operações matemáticas torna-se praticamente inviável (salvo exceções), condenando muitas vezes ao desemprego ou subemprego, o que só agrava ainda mais o quadro de desigualdade social que predomina no Brasil.
Mesmo com a melhora da alfabetização entre os mais jovens, ainda há uma parcela da população em idade produtiva que não teve condições de desenvolver plenamente suas capacidades. É preciso que sejam implementadas políticas para um ensino realmente eficiente, onde os estudantes, após a conclusão do período escolar, tenham assimilado a aprendizagem. Uma nação que convive com o analfabetismo absoluto e funcional sofre entraves em todas as áreas, comprometendo o crescimento econômico.
 

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