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Publicada em 29 de Novembro de 2024 às 19:34

Ibovespa sobe 0,85%, aos 125,6 mil, mas cede 3,12% no mês e 2,68% na semana

Ibovespa subiu hoje 0,85%, aos 125.667,83 pontos

Ibovespa subiu hoje 0,85%, aos 125.667,83 pontos

ARTE/JC
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Agência Estado
Mesmo com dólar ainda pressionado a R$ 6, o Ibovespa encontrou alívio e sinal positivo na última sessão de novembro, mês em que acumulou perda de 3,12%. Foi o terceiro mês seguido de desempenho negativo para o índice da B3, que havia cedido 1,60% em outubro e 3,08% em setembro, após ter renovado máxima histórica em agosto, então aos 137 mil pontos e com ganho de 6,54% naquele intervalo.Agora aos 125.667,83 pontos, o Ibovespa subiu hoje 0,85%, tendo tocado na mínima do dia os 123.946,16 pontos - na máxima, perto do fechamento, chegou a 126.055,96, em alta pouco acima de 1%. Reforçado, o giro atingiu R$ 33,9 bilhões nesta última sessão do mês, em nível raro fora de datas de vencimento de opções sobre o índice.Assim como no mês, o desempenho da Bolsa na semana foi negativo, em baixa de 2,68%, após avanço de 1,04% na anterior - por sinal, a única das últimas seis semanas em que o Ibovespa conseguiu subir, em período que retrocede a 21 de outubro. A perda acumulada em novembro foi o pior desempenho para o índice da B3 desde janeiro, quando havia cedido 4,79%. No ano, cai 6,35%.O ajuste acumulado no dólar frente ao real, e do Ibovespa desde a máxima histórica de agosto, resultou em forte mudança na precificação da referência da B3. No fechamento de agosto, com o dólar então na casa de R$ 5,63, o Ibovespa, na moeda americana, marcava 24.135,58, refletindo a queda de 0,36% acumulada pela referência monetária no mês e avanço de mais de 6% para o índice da Bolsa brasileira naquele período. Antes, no fim de julho, o índice, em dólar, estava em 22.572,06, um pouco acima do nível do mês anterior, e ainda muito descontado.Agora, em direção ao último mês do ano, o Ibovespa retrocede a 20.940,45 pontos - em nível baixo, mas não comparável ao do auge da aversão a risco durante a pandemia, em março de 2020, quando marcava 14.051,44 pontos.Fatores externos - como a redução dos juros americanos em ritmo que tende a se manter gradual - e internos, especialmente as incertezas fiscais, mantiveram o apetite estrangeiro na defensiva nos últimos meses, após a transitória melhora dos fluxos observada em julho e agosto. Dessa forma, o Ibovespa havia chegado ao fim de outubro a 22.437,48 pontos, mês em que a moeda americana acumulou alta de 6,13%. Em novembro, o dólar avançou 3,81% sobre patamar que já era elevado: no fechamento da última sessão de outubro, a moeda americana mostrava R$ 5,7811.Neste fim de novembro, chega à marca inédita de fechamento de R$ 6,0012 (+0,20% na sessão), tendo sido negociado à vista, no pico do dia, ao nível recorde de R$ 6,1155. "Para piorar, o cenário externo também pesa, com a força do dólar global e a queda de preços de commodities, como minério de ferro, pressionando ainda mais o real", diz Christian Iarussi, sócio da The Hill Capital."O cenário deve ser ainda desafiador em termos de fluxo para o Ibovespa apesar de os níveis dos múltiplos, em termos de média histórica, serem atrativos", diz Pedro Marcatto, operador de renda variável da B.Side Investimentos, destacando que a saída de capital estrangeiro da Bolsa chega a R$ 32,37 bilhões, no ano, considerando os dados disponíveis até a quarta-feira, 27."Muita volatilidade ainda movida pelos ruídos políticos, após a comunicação falha sobre o pacote, que causou desconforto ao mercado. Todas as propostas passam ainda pelo Congresso, o que trouxe algum conforto hoje com as falas de Pacheco (Senado) e de Lira (Câmara), de compromisso com o fiscal", diz Felipe Moura, analista da Finacap. "Macro tem mandado em tudo, o que resulta em depreciação adicional nos preços dos ativos. Há uma resposta defensiva nas carteiras, com redução da exposição a risco e vendas técnicas", acrescenta.Em dia de almoço de autoridades econômicas - como o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e o próximo presidente do BC, Gabriel Galípolo - com banqueiros na sede da Febraban em São Paulo, o esforço foi no sentido de mostrar que, à medida que as medidas de ajuste forem melhor assimiladas pelo mercado, e aprovadas pelo Congresso, o mal-estar tende a passar.Haddad disse hoje que o projeto da isenção de Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil não será votado se não for neutro do ponto de vista fiscal. A neutralidade faria parte do acordo firmado com o Congresso, segundo o ministro, que reiterou que não abrirá mão desta premissa. Haddad disse também que o pacote de ajuste anunciado na quarta-feira não representa o "gran finale" do esforço do governo em reequilibrar as contas públicas - e que, se necessário, a equipe econômica apresentará outras medidas de contenção de gastos.Antes do almoço em São Paulo, comentários feitos pelos presidentes do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), haviam contribuído para apaziguar, em parte, a desconfiança que tem prevalecido no mercado desde a quarta-feira. Enquanto Lira reiterou compromisso com o ajuste das contas públicas, Pacheco afirmou, em nota, que a isenção do IR "não é pauta para agora" - e a condicionou à confirmação de espaço fiscal para haver desoneração tributária."Foi um dia ainda volátil no câmbio como também na Bolsa e na curva do DI, mas essas falas trouxeram um certo alívio ao mercado", diz Bruna Centeno, sócia e advisor da Blue3 Investimentos, mencionando também as referências a que o pacote a ser votado pelo Congresso venha a ser "aprimorado" durante a tramitação. Assim, a Bolsa encontrou hoje um nível de "acomodação" após a "derrocada" do dia anterior, observa Wagner Varejão, especialista da Valor Investimentos. "A impressão inicial sobre o pacote foi muito ruim, falta ainda clareza de como se chegará à economia pretendida e também sobre as medidas compensatórias", caso a isenção do IR para renda até 5 mil por mês siga adiante, acrescenta o analista.Na B3, entre as ações de maior peso e liquidez, a recuperação parcial nesta sexta-feira foi puxada por Vale ON, em alta de 2,17% na sessão e de 1,03% na semana - no mês, contudo, a principal ação do Ibovespa acumulou perda de 5,29%. Petrobras ON e PN também foram bem hoje, com ganho de 2,08% na ON e de 0,80% na PN, na sessão - no mês, marcaram alta na casa de 8% a 9%. Entre os grandes bancos, apenas BB ON e Santander Unit subiram nesta sexta-feira: +1,18% e +0,12%, pela ordem. No mês, as perdas entre as grandes instituições financeiras chegaram a 12,57% (Bradesco ON).Na ponta ganhadora do Ibovespa nesta sexta-feira, destaque para Minerva (+7,54%), Cosan (+5,38%) e Ultrapar (+4,97%). No lado oposto, Carrefour (-4,90%), Localiza (-3,64%) e LWSA (-3,36%).O mercado financeiro está mais cauteloso com relação ao comportamento do Ibovespa no curtíssimo prazo, mostra o Termômetro Broadcast Bolsa desta sexta-feira. Entre os participantes, a parcela que espera ganhos para o índice na próxima semana ficou em 33,33%, de 62,50% na pesquisa passada. É a primeira vez que a projeção de alta deixa de ser majoritária desde a semana de 21 de outubro. Por outro lado, a fatia dos que acreditam em estabilidade cresceu, de 25% para 50%, assim como a de quem estima queda, de 12,50% para 16,67%.
Mesmo com dólar ainda pressionado a R$ 6, o Ibovespa encontrou alívio e sinal positivo na última sessão de novembro, mês em que acumulou perda de 3,12%. Foi o terceiro mês seguido de desempenho negativo para o índice da B3, que havia cedido 1,60% em outubro e 3,08% em setembro, após ter renovado máxima histórica em agosto, então aos 137 mil pontos e com ganho de 6,54% naquele intervalo.

Agora aos 125.667,83 pontos, o Ibovespa subiu hoje 0,85%, tendo tocado na mínima do dia os 123.946,16 pontos - na máxima, perto do fechamento, chegou a 126.055,96, em alta pouco acima de 1%. Reforçado, o giro atingiu R$ 33,9 bilhões nesta última sessão do mês, em nível raro fora de datas de vencimento de opções sobre o índice.

Assim como no mês, o desempenho da Bolsa na semana foi negativo, em baixa de 2,68%, após avanço de 1,04% na anterior - por sinal, a única das últimas seis semanas em que o Ibovespa conseguiu subir, em período que retrocede a 21 de outubro. A perda acumulada em novembro foi o pior desempenho para o índice da B3 desde janeiro, quando havia cedido 4,79%. No ano, cai 6,35%.

O ajuste acumulado no dólar frente ao real, e do Ibovespa desde a máxima histórica de agosto, resultou em forte mudança na precificação da referência da B3. No fechamento de agosto, com o dólar então na casa de R$ 5,63, o Ibovespa, na moeda americana, marcava 24.135,58, refletindo a queda de 0,36% acumulada pela referência monetária no mês e avanço de mais de 6% para o índice da Bolsa brasileira naquele período. Antes, no fim de julho, o índice, em dólar, estava em 22.572,06, um pouco acima do nível do mês anterior, e ainda muito descontado.

Agora, em direção ao último mês do ano, o Ibovespa retrocede a 20.940,45 pontos - em nível baixo, mas não comparável ao do auge da aversão a risco durante a pandemia, em março de 2020, quando marcava 14.051,44 pontos.

Fatores externos - como a redução dos juros americanos em ritmo que tende a se manter gradual - e internos, especialmente as incertezas fiscais, mantiveram o apetite estrangeiro na defensiva nos últimos meses, após a transitória melhora dos fluxos observada em julho e agosto. Dessa forma, o Ibovespa havia chegado ao fim de outubro a 22.437,48 pontos, mês em que a moeda americana acumulou alta de 6,13%. Em novembro, o dólar avançou 3,81% sobre patamar que já era elevado: no fechamento da última sessão de outubro, a moeda americana mostrava R$ 5,7811.

Neste fim de novembro, chega à marca inédita de fechamento de R$ 6,0012 (+0,20% na sessão), tendo sido negociado à vista, no pico do dia, ao nível recorde de R$ 6,1155. "Para piorar, o cenário externo também pesa, com a força do dólar global e a queda de preços de commodities, como minério de ferro, pressionando ainda mais o real", diz Christian Iarussi, sócio da The Hill Capital.

"O cenário deve ser ainda desafiador em termos de fluxo para o Ibovespa apesar de os níveis dos múltiplos, em termos de média histórica, serem atrativos", diz Pedro Marcatto, operador de renda variável da B.Side Investimentos, destacando que a saída de capital estrangeiro da Bolsa chega a R$ 32,37 bilhões, no ano, considerando os dados disponíveis até a quarta-feira, 27.

"Muita volatilidade ainda movida pelos ruídos políticos, após a comunicação falha sobre o pacote, que causou desconforto ao mercado. Todas as propostas passam ainda pelo Congresso, o que trouxe algum conforto hoje com as falas de Pacheco (Senado) e de Lira (Câmara), de compromisso com o fiscal", diz Felipe Moura, analista da Finacap. "Macro tem mandado em tudo, o que resulta em depreciação adicional nos preços dos ativos. Há uma resposta defensiva nas carteiras, com redução da exposição a risco e vendas técnicas", acrescenta.

Em dia de almoço de autoridades econômicas - como o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e o próximo presidente do BC, Gabriel Galípolo - com banqueiros na sede da Febraban em São Paulo, o esforço foi no sentido de mostrar que, à medida que as medidas de ajuste forem melhor assimiladas pelo mercado, e aprovadas pelo Congresso, o mal-estar tende a passar.

Haddad disse hoje que o projeto da isenção de Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil não será votado se não for neutro do ponto de vista fiscal. A neutralidade faria parte do acordo firmado com o Congresso, segundo o ministro, que reiterou que não abrirá mão desta premissa. Haddad disse também que o pacote de ajuste anunciado na quarta-feira não representa o "gran finale" do esforço do governo em reequilibrar as contas públicas - e que, se necessário, a equipe econômica apresentará outras medidas de contenção de gastos.

Antes do almoço em São Paulo, comentários feitos pelos presidentes do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), haviam contribuído para apaziguar, em parte, a desconfiança que tem prevalecido no mercado desde a quarta-feira. Enquanto Lira reiterou compromisso com o ajuste das contas públicas, Pacheco afirmou, em nota, que a isenção do IR "não é pauta para agora" - e a condicionou à confirmação de espaço fiscal para haver desoneração tributária.

"Foi um dia ainda volátil no câmbio como também na Bolsa e na curva do DI, mas essas falas trouxeram um certo alívio ao mercado", diz Bruna Centeno, sócia e advisor da Blue3 Investimentos, mencionando também as referências a que o pacote a ser votado pelo Congresso venha a ser "aprimorado" durante a tramitação. Assim, a Bolsa encontrou hoje um nível de "acomodação" após a "derrocada" do dia anterior, observa Wagner Varejão, especialista da Valor Investimentos. "A impressão inicial sobre o pacote foi muito ruim, falta ainda clareza de como se chegará à economia pretendida e também sobre as medidas compensatórias", caso a isenção do IR para renda até 5 mil por mês siga adiante, acrescenta o analista.

Na B3, entre as ações de maior peso e liquidez, a recuperação parcial nesta sexta-feira foi puxada por Vale ON, em alta de 2,17% na sessão e de 1,03% na semana - no mês, contudo, a principal ação do Ibovespa acumulou perda de 5,29%. Petrobras ON e PN também foram bem hoje, com ganho de 2,08% na ON e de 0,80% na PN, na sessão - no mês, marcaram alta na casa de 8% a 9%. Entre os grandes bancos, apenas BB ON e Santander Unit subiram nesta sexta-feira: +1,18% e +0,12%, pela ordem. No mês, as perdas entre as grandes instituições financeiras chegaram a 12,57% (Bradesco ON).

Na ponta ganhadora do Ibovespa nesta sexta-feira, destaque para Minerva (+7,54%), Cosan (+5,38%) e Ultrapar (+4,97%). No lado oposto, Carrefour (-4,90%), Localiza (-3,64%) e LWSA (-3,36%).

O mercado financeiro está mais cauteloso com relação ao comportamento do Ibovespa no curtíssimo prazo, mostra o Termômetro Broadcast Bolsa desta sexta-feira. Entre os participantes, a parcela que espera ganhos para o índice na próxima semana ficou em 33,33%, de 62,50% na pesquisa passada. É a primeira vez que a projeção de alta deixa de ser majoritária desde a semana de 21 de outubro. Por outro lado, a fatia dos que acreditam em estabilidade cresceu, de 25% para 50%, assim como a de quem estima queda, de 12,50% para 16,67%.

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