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- Publicada em 02 de Dezembro de 2022 às 10:43

Pobreza no Brasil alcança recorde de 62,5 milhões em 2021

No ano passado, 62,5 milhões de pessoas eram consideradas pobres no país

No ano passado, 62,5 milhões de pessoas eram consideradas pobres no país


MARCELO G. RIBEIRO/arquivo/JC
Folhapress
A pobreza e a extrema pobreza atingiram níveis recordes no Brasil em 2021. A conclusão é de uma análise divulgada nesta sexta-feira (2) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
A pobreza e a extrema pobreza atingiram níveis recordes no Brasil em 2021. A conclusão é de uma análise divulgada nesta sexta-feira (2) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
No ano passado, 62,5 milhões de pessoas eram consideradas pobres no país. O número correspondia a 29,4% da população total (212,6 milhões).
Das 62,5 milhões, 17,9 milhões viviam em situação de extrema pobreza. Esse número representava 8,4% da população total.
Tanto os contingentes quanto os percentuais são os mais elevados de uma série histórica iniciada em 2012, diz o IBGE.
O grupo abaixo da linha de pobreza (62,5 milhões) disparou 22,7% em 2021, um acréscimo de 11,6 milhões de pessoas ante 2020 (51 milhões). É como se a população inteira do Paraná (11,6 milhões) tivesse migrado para essa condição.
Já o contingente em extrema pobreza (17,9 milhões) saltou 48,2% em 2021, com 5,8 milhões a mais frente a 2020 (12 milhões). Esse aumento é comparável à metade da população do Paraná (11,6 milhões).
Os dados integram a SIS (Síntese de Indicadores Sociais), uma publicação do IBGE que analisa estatísticas em áreas como padrão de vida, trabalho e saúde.
Para definir as linhas de pobreza e extrema pobreza, o instituto adota critérios do Banco Mundial em termos de PPC (Poder de Paridade de Compra). A linha de pobreza compreende pessoas que vivem com menos de US$ 5,50 por dia. A de extrema pobreza é fixada em US$ 1,90 por dia.
Conforme o IBGE, a disparada dos indicadores em 2021 pode ser associada à diminuição dos valores e do público atendido pelo auxílio emergencial.
Outro possível fator para explicar o contexto do ano passado é a retomada incompleta do mercado de trabalho. Em outras palavras, o retorno de atividades econômicas não foi suficiente para impedir a perda de renda à época.
Em 2020, o ano inicial da pandemia, o auxílio emergencial de R$ 600, destinado a um público mais amplo, ajudou a levar a taxa de pobreza para 24,1%, abaixo do percentual de 25,9% registrado em 2019.
Já a proporção em extrema pobreza havia recuado para 5,7% em 2020, ante 6,8% em 2019.
Desigualdade entre regiões A análise do IBGE traz um olhar para as desigualdades regionais. Em 2021, o Nordeste tinha 27% da população total do país, atrás do Sudeste (42,1%).
Mesmo não sendo a região mais populosa, o Nordeste concentrava mais da metade das pessoas extremamente pobres do Brasil (53,2%). A região também reunia 44,8% dos pobres do país.
O Sudeste, por sua vez, respondia por 25,5% dos extremamente pobres e por 29,5% dos pobres brasileiros.
Segundo o IBGE, 48,7% da população do Nordeste -quase a metade- foi considerada pobre em 2021. Trata-se do maior nível do país. Essa proporção estava em 40,5% em 2020.
Pobreza é ainda maior entre crianças A síntese também aborda a questão da pobreza infantil. No ano passado, o percentual de crianças de até 14 anos abaixo da linha de pobreza chegou a 46,2% no Brasil.
É outra máxima da série iniciada em 2012. O indicador estava em 38,6% em 2020.
Em números absolutos, a população de até 14 anos em situação de pobreza aumentou de 17 milhões para 20,3 milhões. A alta de 2020 para 2021 foi de 19,3% (ou 3,3 milhões a mais).
Já a proporção de crianças de até 14 anos abaixo da linha de extrema pobreza chegou a 13,4% no ano passado, também recorde na série histórica. O percentual estava em 8,9% em 2020.
Em números absolutos, a população nessa faixa etária em situação de extrema pobreza aumentou de 3,9 milhões para 5,9 milhões. A alta foi de 50,1% (ou 2 milhões a mais).
Pretos e pardos têm mais dificuldades O IBGE ainda destaca as diferenças na análise por cor ou raça. Em 2021, 11% dos pretos e pardos eram considerados extremamente pobres no Brasil. Entre os brancos, o percentual foi de 5%, menos da metade.
Ainda segundo o instituto, 37,7% dos pretos e pardos viviam em situação de pobreza, o dobro do patamar verificado entre os brancos (18,6%).
Folhapress
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