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Mercado Financeiro

- Publicada em 03 de Agosto de 2022 às 18:08

Ibovespa sobe 0,40%, aos 103,7 mil pontos, antes do Copom

Na semana e no mês, o Ibovespa avança 0,59%, restringindo a perda do ano a 1,00%

Na semana e no mês, o Ibovespa avança 0,59%, restringindo a perda do ano a 1,00%


AG/DIVULGAÇÃO/JC
Agência Estado
O Ibovespa andou menos do que os mercados do exterior nesta quarta-feira (3) de Copom, após ter se descolado na terça-feira da cautela global suscitada pela visita de Nancy Pelosi, presidente da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos, à Taiwan, recebida como afronta pelas autoridades da China, que iniciaram manobras militares em resposta. Após ter subido mais de 1% na terça, o índice da B3 avançou apenas 0,40%, a 103.774,68 pontos, enquanto os ganhos em Nova York chegaram nesta quarta a 2,59% (Nasdaq) e nos principais mercados da Europa a 1,03% (Frankfurt).
O Ibovespa andou menos do que os mercados do exterior nesta quarta-feira (3) de Copom, após ter se descolado na terça-feira da cautela global suscitada pela visita de Nancy Pelosi, presidente da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos, à Taiwan, recebida como afronta pelas autoridades da China, que iniciaram manobras militares em resposta. Após ter subido mais de 1% na terça, o índice da B3 avançou apenas 0,40%, a 103.774,68 pontos, enquanto os ganhos em Nova York chegaram nesta quarta a 2,59% (Nasdaq) e nos principais mercados da Europa a 1,03% (Frankfurt).
Na B3, os ganhos em bancos (Santander +1,58%, Bradesco PN também +1,58%), em dia de Copom e na véspera do balanço do Bradesco, foram o contraponto positivo à devolução de Vale (ON -3,89%, mínima do dia no fechamento) e das siderúrgicas (Gerdau PN -4,06%, Gerdau Metalúrgica -4,32%) que haviam impulsionado o Ibovespa na terça, na contramão do exterior. Na ponta do Ibovespa, destaque nesta quarta para Locaweb (+11,90%), Via (+11,49%), Natura (+11,17%) e Cielo (+9,73%), com Gerdau Metalúrgica, Gerdau PN, Vale ON e Bradespar (-2,90%) no lado oposto.
"O grande destaque de hoje na Bolsa foi a queda das empresas de materiais básicos. O dia já começou com Vale bastante fraca, assim como o setor de siderurgia, apesar de resultados bons, como os da Gerdau. Mas o mercado não gostou de a empresa não ter aumentado dividendos, que seria uma possibilidade. Assim o setor já abriu fraco, por inteiro", diz Luiz Adriano Martinez, portfólio manager da Kilima Asset. "E no decorrer do dia o petróleo passou a enfraquecer e Petrobras veio também junto", acrescenta o gestor.
Ao fim do dia, Petrobras ON (-0,55%) e PN (+0,15%) ficaram sem sinal único, com perdas no petróleo que se aproximaram de 4% na sessão, com ambas as referências (Brent e WTI) abaixo de US$ 100 por barril, após dados mostrarem aumento dos estoques da commodity e de derivados nos EUA, no dia em que a Opep+ decidiu elevar a oferta em 100 mil barris/dia para o mês de setembro, em movimento que já havia sido antecipado pela imprensa internacional - o aumento da oferta foi considerado leve.
Entre a mínima e a máxima do dia, o Ibovespa oscilou pouco, cerca de mil pontos, dos 102.822,02 aos 103.878,29, saindo de abertura aos 103.361,89. Voltando a se acomodar após alguns dias de moderada recuperação, o giro financeiro esteve limitado nesta quarta a R$ 22,3 bilhões.
Na semana e no mês, o Ibovespa avança 0,59%, restringindo a perda do ano a 1,00%. Foi a segunda alta consecutiva para a referência da B3, permanecendo desde a terça no maior nível de fechamento desde 10 de junho.
"Os mercados lá fora tiveram um pouco de estresse ontem, mas nada tão dramático como chegou a se imaginar. E os comentários de autoridades do Fed fizeram mais preço do que a própria tensão sobre a China", diz Paulo Gala, economista-chefe do Banco Master. "Para o Copom de hoje, o aumento de meio ponto já está dado, é o 'call' de todo mundo. A grande pergunta é se a Selic vai parar em 13,75%, ou se haverá sinalização de que pode chegar a 14% ou 14,25% ao ano", acrescenta o economista.
Ele observa também que o BC pode optar por não dar sinal algum no comunicado quanto ao fim do ciclo de elevação dos juros, deixando a "porta aberta".
Pesquisa realizada pela BGC Liquidez com 168 'players' institucionais, entre os dias 2 e 3 (terça e quarta), aponta que 92% esperam aumento de 50 pontos-base na Selic no período da noite desta quarta, enquanto uma parcela de 7%, correspondente apenas a gestores e traders, aposta em elevação menor, de apenas 25 pontos-base. Com relação ao comunicado, 45% esperam como cenário-base que o BC sinalize hoje um aumento para a reunião seguinte, de menor magnitude, "mas com risco de até interromper o ciclo".
Por sua vez, a interrupção do ciclo é a aposta de 29% dos ouvidos no levantamento, como cenário-base, embora com risco de que um aumento residual seja possível. Na mesma pesquisa, 14% aguardam manutenção de ritmo para a reunião seguinte do Copom, no comunicado desta noite, enquanto 13% acreditam que o comitê não deve sinalizar nada nesta quarta-feira.
"A expectativa mediana para a Selic terminal de 2022 está em 14% versus 13,75% da pesquisa anterior. Para a Selic 2023, a mediana subiu de 11% para 11,50%", acrescenta a pesquisa da BGC Liquidez, acrescentando que os cortes devem começar no segundo trimestre de 2023.
"Com o aumento de meio ponto esperado para esta noite, a Selic irá a 13,75% ao ano, uma das taxas de juros mais altas do mundo, atrás apenas de Argentina e Turquia", observa Piter Carvalho, economista-chefe da Valor Investimentos, acrescentando que o BC deve deixar a "porta aberta" para novos ajustes, seguindo o exemplo do Federal Reserve, que tem condicionado movimentos futuros sobre os juros à evolução dos dados econômicos.
"Nos juros, o mercado veio hoje numa tendência de fechamento forte da curva, tirando prêmios dos vértices médios e longos, com fechamento menor nos curtos. O mercado já se comporta hoje em linha com um aumento esperado de 50 pontos-base na Selic à noite, e com o Copom sinalizando que provavelmente pode fazer um ajuste adicional, mas que o ciclo de alta não deve se estender muito", diz Luciano Costa, economista-chefe e sócio da Monte Bravo Investimentos. "Isso faz com que o mercado tire prêmios, que estavam bastante grandes na curva", acrescenta.
Para a reunião seguinte do Copom, Costa vê mensagem sobre possibilidade de nova alta no encontro de setembro, mas "não tão condicional" como fez nos últimos comunicados ao dizer que provavelmente o ajuste iria ocorrer. "Vai deixar hoje um pouco mais condicional à evolução dos dados. Provavelmente vai falar em ajuste de menor magnitude ou eventualmente pausa do ciclo, o que justifica o movimento na curva de juros visto desde ontem no mercado, e que hoje se intensificou."
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